Relatar a história do nascimento de Jesus, na época do Natal, é algo sem dúvida marcante, para grande parte da humanidade. A história é muito bela, comovente e especialmente inspiradora. No entanto, por mais relevante que o Natal se torne a cada ano, o que Jesus ensinou sobre a imortalidade é mil vezes mais significativo.
Certa vez, Jesus deu o seguinte e inspirado conselho a uma multidão: “A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus” (Mateus 23:9). Jesus mostrou o Caminho e nunca tomou a verdade de Deus de modo leviano, e não desejava que nenhum de nós assim fizesse. “A ninguém chameis vosso pai.” Uau! E, se na noite de Natal, Jesus estivesse sentado ao seu lado, junto à árvore de Natal, e lhe dissesse algo semelhante? Isso certamente mudaria o rumo da conversa!
Sem dúvida, ele se referiu à nossa existência que está em Deus e é de Deus, nosso Pai celestial. Para Jesus, a existência perene em Deus definia não apenas a ele mesmo, mas a todos. Deus, que a Bíblia revela ser o Espírito e o Amor, não inclui a matéria. Para existir como criação do Espírito, nossa identidade individual tem de refletir a natureza de Deus, aquilo que Ele é.
Qual é o resultado? Cada um de nós vive, neste exato momento, no universo espiritual e abrangente de Deus; cada um prospera e, como filho de Deus, nunca nasceu na matéria e jamais morre — possuindo uma identidade que, de fato, é livre de qualquer um dos aspectos da mortalidade.
É obra de Deus existirmos como Suas ideias — como ideias na Mente divina — e não como mortais. As ideias são atemporais, não têm começo nem nascimento na matéria. Como ideias de Deus, nós não somos constituídos de moléculas, materialidade ou mortalidade. Pelo contrário, em termos práticos, existimos eternamente como reflexos espirituais da beleza, da maravilha e da majestade de Deus.
Quando aceitamos algo menos do que isso como nossa identidade, perdemos de vista quem realmente somos. Ao definir o homem criado por Deus, incluindo a verdadeira ancestralidade desse homem, a Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreveu: “O Espírito é a fonte primordial e suprema do seu existir; Deus é seu Pai, e a Vida é a lei do seu existir” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 63).
Ao começar um novo ano, podemos estabelecer, como prioridade clara e específica, pensarmos e orarmos profundamente sobre o fato de que somos a progênie de Deus, não o resultado de um nascimento material. Podemos permitir que a criação perfeita de Deus seja o fundamento de nossa perspectiva de vida. Nós amamos aquilo que Deus criou. Honrando a Deus dessa maneira, tomaremos consciência do poder e da confiança que sentimos.
Esse maravilhoso senso de poder e confiança é a expressão do Cristo. O Cristo é a mensagem amorosa de Deus que nos diz o que é verdade a nosso respeito e a respeito de toda a criação de Deus. Para curar e auxiliar a humanidade a compreender a verdadeira criação, Jesus se apoiava inteiramente na Verdade divina como Deus o inspirava, e incorporava essa realidade a ponto de o título Cristo ficar anexo ao seu nome, e ele passar a ser chamado Cristo Jesus. Em todas as épocas, o Cristo está sempre em ação.
Muito mais do que meros conceitos agradáveis, esses fatos sobre a existência imortal, isenta de nascimento material, auxiliaram muito nossa família após o falecimento de minha esposa. Quando, em espírito de oração, procuramos ouvir, Deus amorosamente nos revelou algo surpreendente. Ele disse para pararmos de nascer! Em outras palavras, daquele momento em diante, deveríamos parar de nos identificar com o nascimento material.
Compreendi que essa mensagem, vinda com autoridade, não era apenas para mim e minha família, mas também se aplicava a todos, em toda parte. O Espírito disse: “Pare de se identificar com a concepção e a identidade materiais. Eu sou Deus, o único Criador, e nunca estabeleci as coisas dessa maneira!” Ao seguirmos essa injunção, nossa perspectiva mudou por completo, trazendo conforto e revelando um novo senso da Vida.
Compreendemos que, embora grande parte da humanidade creia que a criação seja o resultado de processos fisiológicos geneticamente estabelecidos, na realidade a verdadeira criação procede de Deus, do Espírito divino e do Amor infinito. A criação divina, sendo ilimitada e livre da matéria, é imortal e completamente isenta de todos os aspectos do nascimento biológico. O nascimento de Jesus refutou essas leis fisiológicas. Nascer de uma virgem forneceu evidências irrefutáveis da origem espiritual do homem.
Na maioria das vezes, as pessoas consideram a palavra imortal com o significado de “isento de morte”. E isso sem dúvida está correto. Igualmente importante, porém, é o fato de que imortal também significa “isento de nascimento”. A Sra. Eddy constatou essa verdade e escreveu: “A Ciência divina dispersa as nuvens do erro com a luz da Verdade, levanta o véu e mostra que o homem nunca nasce e nunca morre, mas coexiste com seu Criador” (Ciência e Saúde, p. 557). Aos que trabalhavam em sua casa, ela certa vez disse: “O homem nunca começou a existir. Tu, tu, tu e eu somos para sempre um. Existe apenas um Princípio, e à medida que aprendemos a conhecer [suas] ideias, passamos a compreender o universo. Não há idade, nem juventude. O homem é tão velho quanto Deus. Compreendamos isso e nunca envelheceremos” (We Knew Mary Baker Eddy, Expanded Edition, Vol. 2 [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Edição Ampliada, Vol. 2], p. 536).
Que útil presente de Natal são esses pensamentos para reconhecermos a natureza atemporal das criações de Deus e nos libertarmos da falácia do envelhecimento em nosso dia a dia!
Mark Swinney
Redator Convidado
