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Original para a Internet

Mensagem do Quadro de Conferencistas da Ciência Cristã

Conferências da Ciência Cristã: Romper o hipnotismo coletivo

Da edição de novembro de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de agosto de 2019.


Um amigo que praticava hipnotismo certa vez me disse que para uma pessoa ser hipnotizada ela deve primeiro ser “induzida”. Ele explicou que uma indução hipnótica pode acontecer de maneira voluntária ou involuntária, lentamente ou de imediato, mas, seja qual for o método, o importante é que o hipnotizador retenha a atenção total da pessoa dominada, para que ele possa, então, exercer influência sobre o pensamento da pessoa.

Isso foi um alerta para mim, porque percebi que é possível se sentir hipnotizado, mesmo quando não há envolvimento de uma pessoa específica, como de um hipnotizador. Comecei a me perguntar quais os momentos do dia que poderiam, de modo semelhante, tentar prender minha atenção e me induzir a uma perspectiva hipnótica das coisas. Que impressões alarmantes ou, até mesmo, que vão lentamente entorpecendo me levariam a enxergar a mim mesmo e os outros de uma forma distorcida, ou a ver minha igreja, o movimento da Ciência Cristã ou minha comunidade de uma maneira que simplesmente não está fundamentada na realidade?

O que é cem por cento natural para todos nós é ver e sentir o bem total de Deus, a realidade de uma criação una e única, governada totalmente pelo poder de Deus, do Amor divino, e preenchida inteiramente por indivíduos que refletem a natureza divina — porque é isso o que é real. Isso inclui nossas igrejas e todo o movimento da Ciência Cristã, porque se originam da mesma fonte e estão alicerçados na mesma realidade. Na verdade, não existe nenhum outro poder ou influência para tirar os filhos de Deus, ou qualquer atividade estabelecida pelo Amor, do governo total do Amor infinito. Tudo o que Deus criou é sagrado e assim permanece de maneira imutável, além de ser um agente eficaz do bem, razão pela qual o hipnotismo não é algo a ser temido.

Portanto, como podemos reconhecer mais prontamente os pensamentos de “indução” pelo que eles são, de modo que possamos permanecer lúcidos em nossa percepção da realidade que se origina em Deus? E, mais especificamente, de que maneira as conferências da Ciência Cristã são concebidas para tornar mais evidente o que é real e bom, tanto para os membros da igreja, os quais as organizam, como para os membros da comunidade em que as conferências são realizadas?

Uma coisa que Mary Baker Eddy escreveu em sua carta ao Quadro de Conferencistas, a qual foi posteriormente publicada em uma de suas obras, é que os conferencistas da Ciência Cristã são responsáveis por “mergulhar profundamente no que é universal e elevar-se acima dos teoremas para adentrar o transcendental, o infinito — sim, a realidade a respeito de Deus, do homem, da natureza, do universo” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany[A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 248). Observem que a conferência deve se elevar acima dos “teoremas”. Em geral, um teorema é considerado como uma conclusão inevitável de alguma regra universalmente aceita, ou verdade evidente por si mesma. É impossível elevar-se acima de algo que, em realidade, está fundamentado em fatos ou em uma regra, certo? Mas nós podemosnos elevar acima dos teoremas humanos dessemelhantes de Deus, os quais estão alicerçados em uma percepção distorcida da verdade. Essas percepções geralmente aceitas a respeito da vida e da realidade são como induções hipnóticas. Ou seja, por parecerem fatos inevitáveis de como a vida funciona, elas nos entorpecem e nos fazem pensar e agir a partir de uma base errônea, com a sugestão de que não há outra opção.

A maneira como uma conferência da Ciência Cristã mergulha profundamente no que é universal e verdadeiro, e se eleva acima dos falsos teoremas, trata-se muito mais do processo mental que fundamenta a conferência, do que daquilo que é de fato nela mencionado. É um esforço coletivo, em espírito de oração, tanto por parte daqueles que oferecem a conferência como do conferencista.

Quando olhamos ao redor, para as pessoas em nossa comunidade, o que acreditamos ver? Há certamente muita coisa boa acontecendo! Em meio a tudo isso, porém, talvez vejamos também o materialismo, conceitos errôneos a respeito de Deus e da espiritualidade, ocupações em geral e distração, pessoas sofrendo e com pouca esperança de obter saúde, justiça ou felicidade. Mas nenhuma dessas percepções consiste em fatos reais; elas não estão de acordo com “a realidade a respeito de Deus, do homem, da natureza, do universo”. Sim, aparentemente elas são por si mesmas muito evidentes e incontroláveis, mas essas percepções induzidas de maneira hipnótica são o que a conferência da Ciência Cristã busca desafiar.

À luz do governo do Amor, ninguém em nossas comunidades locais ou em qualquer outro lugar está aprisionado na materialidade, possui a mente voltada para a materialidade ou é ocupado demais para dedicar tempo à Verdade e ao Amor divino. Essas imagens mentais são, em essência, hipnotismo coletivo. Todos nascem livres — têm sua origem na substância de Deus, que é todo o bem, e dessa substância nunca se afastam. Portanto, espiritualidade, esperança e plenitude são naturais para nós. A maneira de pensar que nos é inerente é determinada somente pela Verdade e pelo Amor. E gravitamos em torno de tudo o que expressa a Verdade e o Amor, porque é como nos sentimos em casa e mais plenos.

Essas pessoas que, em espírito de oração, estão envolvidas na realização de uma conferência da Ciência Cristã para a comunidade estão trabalhando para romper o hipnotismo coletivo e ajudar os outros a ver e vivenciar mais o que é bom e verdadeiro. Esse despertar que ocorre no pensamento daqueles que oferecem uma conferência é tão necessário e valioso quanto a própria conferência.

Existem impressões hipnóticas que aparentemente definiriam o próprio processo de organização de uma conferência. Alguns pensamentos são desanimadores, tais como: “Quase ninguém é receptivo à Ciência Cristã” ou: “Não temos os recursos para oferecer uma conferência”. Por outro lado, há pensamentos mais aliciantes, tais como: “Se conseguirmos um conferencista renomado ou oferecermos a conferência no formato ou local corretos, issoatrairá o público!”, ou: “Não importa a nossa vizinhança, temos potencial para uma audiência ilimitada se nos concentrarmos simplesmente em transmitir a conferência pela Internet!” Mas todo pensamento que dê a impressão de que o êxito de uma conferência depende de algo que somente meios humanos conseguem gerar pode ser imediatamente identificado como uma tentativa de indução hipnótica. Essas sugestões podem parecer muito legítimas, mas são apenas mais um dos próprios “teoremas” acima dos quais a conferência deve se elevar. Conferências genuinamente úteis e sanadoras (incluindo as ideias inovadoras para realizá-las) resultam somente de uma percepção verdadeira a respeito de Deus, de nós mesmos, de nossa comunidade e do que constitui a realidade.

À medida que “mergulha[mos] profundamente no que é universal... e adentra[mos] a realidade a respeito de Deus, do homem, da natureza, do universo” no tocante a oferecer uma conferência da Ciência Cristã, fica mais claro, por exemplo, que a Verdade divina, e não a pessoalidade, é poder. A Verdade fala por si mesma e atrai, porque é o que a humanidade, que inclui nosso próximo, está buscando acima de tudo. É o Amor divino, e não o dinheiro ou as técnicas de marketing, o mecanismo que move e possibilita tudo o que é bom. Jesus ressaltou que o poder do Amor brilha por meio de nós como uma “cidade edificada sobre um monte”, quando nos recusamos a colocar nossa luz “debaixo do alqueire” (ver Mateus 5:14–16). Essa é uma regra incontestável sobre a qual podemos edificar e que traz os resultados que buscamos. Recusar-se a agir com base em pontos de vista errôneos faz com que nossa luz não seja colocada “debaixo do alqueire”. E deixar nossa luz brilhar envolve descobrir de maneira contínua novos pontos de vista, repletos de Amor, a respeito do mundo, e não apenas técnicas que empregamos quando chega o momento de realizar um evento. O poder do Amor brilha por meio de nós quando estamos testemunhando o que Deus está realizando.

O que está realmente acontecendo em nosso movimento e no mundo? Mary Baker Eddy escreveu um maravilhoso parágrafo sobre isso em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, oqual começa assim: “A ideia imortal da Verdade vem varrendo os séculos, recolhendo sob suas asas os doentes e os pecadores” (p. 55). Esse é um fato do universo. É a única dinâmica da realidade, não importa quantas narrativas contrárias pareçam sugerir o oposto.

Elevar-se para descobrir mais a respeito do que é real e infinito é libertador e traz inspiração. É o próprio Amor divino que nos eleva acima dos falsos teoremas; não fazemos isso por nossa conta. O Amor nos proporciona percepções mais verdadeiras da presença e da Ciência do bem total de Deus, percepções essas que desmascaram e destroem as impressões hipnóticas. O Amor nos mostra que as conferências úteis e sanadoras a respeito da Ciência Cristã se originam daquilo que nós naturalmente mais amamos: ser guiados pelo Amor a perspectivas mais espirituais. Essa atividade, que realizamos em espírito de oração, nunca é um fardo. Se alguma vez parecer o contrário, podemos nos voltar à revigorante luz do Amor, a qual nos revela mais a respeito do que Deus é e do que Ele está realizando, de modo que possamos perceber um novo contexto e nele seguir em frente.

É uma alegria contínua para os membros do Quadro de Conferencistas realizar essa atividade junto com vocês.

Tom McElroy
Gerente, Quadro de Conferencistas da Ciência Cristã

A lista completa dos membros do Quadro de Conferencistas pode ser encontrada acessando: arautocienciacrista.com/conferencistas

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A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

Mary Baker Eddy, The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 353

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