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Original para a Internet

Uma nova igreja

Da edição de junho de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de março de 2023.


Uma carta endereçada aos cristãos de Éfeso inclui este conselho: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração…” (Efésios 4:17, 18). O missivista aparentemente compreendia bem os desafios de estabelecer igrejas, em um mundo que muitas vezes era hostil àquela espiritualidade radical da fé emergente que logo seria conhecida como Cristianismo.

O que também aparece com força, nessa mesma carta, é a visão surpreendente de uma Igreja espiritualmente pura e atemporal. A carta fala de uma “…igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (5:27).

É viável, nos dias de hoje, encontrar essa nova ideia de igreja — sem mácula e sem defeito? Sim, se usarmos nosso senso espiritual dado por Deus. Como encontrar e aplicar esse senso espiritual a fim de achar e vivenciar a igreja descrita nos versículos acima? O Apóstolo Paulo diz que é uma questão de estar “em Cristo”: “…se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).

Ao comentar esse versículo, um estudioso da Bíblia diz: “Embora essa criatura nova seja real em nível individual, Paulo está dizendo muito mais. … Há uma nova aliança, uma nova perspectiva, um novo corpo, uma nova igreja” (Life Application Study Bible, New Living Translation [A Bíblia com Estudos para a Vida Cotidiana]).

Jesus viveu intensamente segundo essa perspectiva e nos convidou a fazer o mesmo. À medida que deixamos de lado, com humildade e gratidão, as inclinações e preocupações mundanas e recebemos a luz do Cristo, descobrimos que nosso coração desperta para vivenciar algo da nova igreja que está sob a autoridade do Cristo — uma igreja viva e pulsante com o propósito determinado por Deus. Essa nova igreja não poderia ser definida com base no número de membros, sua condição financeira ou partindo de qualquer outro ponto de vista material. Sua própria estrutura e essência são a realidade criada por Deus, e assenta no Princípio divino do universo.

Há alguns anos, quando eu era superintendente da Escola Dominical e presidente da comissão de trabalho metafísico, em minha filial da Igreja de Cristo, Cientista, a Escola Dominical enfrentava uma perspectiva sombria. O número de matrículas vinha diminuindo havia vários anos, e o único aluno restante logo se mudaria para uma universidade. Minhas orações incluíam a seguinte afirmação: nossa igreja, com sua Sala de Leitura, Escola Dominical e cultos, representa para as comunidades vizinhas o Amor divino, ou seja, “…a fonte aberta que clama: ‘Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas’ ” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 13). Essa fonte aberta sacia o anseio imortal que todos temos — o desejo inato daquela paz e compreensão espiritual que traz cura e libertação. Por sermos todos filhos da luz, filhos de Deus e nascidos livres, nós ansiamos por vivenciar nossa união real e natural com o Amor. O Cristo conduz o coração faminto e a mente sem preconceitos a essa fonte da vida e do ilimitado sumo bem.

O superintendente e os professores da Escola Dominical, bem como a comissão de trabalho metafísico, persistiram em oração durante muitos meses. Nesse período, nossa igreja filial patrocinou uma palestra pública sobre a Ciência Cristã, e a comissão de conferências e os outros membros da igreja oraram fervorosamente em apoio àquele evento de cura.

No dia da palestra, os membros da igreja acolheram com gratidão muitas pessoas que nunca haviam estado em nossa igreja antes. Após o evento, o conferencista relatou os comentários que recebeu das pessoas que haviam assistido pela primeira vez a uma conferência da Ciência Cristã; comentários esses recebidos pessoalmente no dia da palestra, como também enviados posteriormente por e-mail, inclusive estes: “Adorei o ambiente acolhedor da igreja”; “É maravilhoso saber que uma igreja ainda tem a expectativa de curar e vê a cura como Cristo Jesus a via e curava”; “Vou querer vir aos cultos e à Sala de Leitura para saber mais”; “Compreendi o que é a verdadeira Ciência Cristã, não o que dizem ‘as más línguas’, gostei do que ouvi”; “Vim com depressão crônica devido ao luto, e saio cheio de alegria”.

Antes de ir à igreja, no domingo seguinte, quando ainda estava em casa, fazendo meu trabalho em espírito de oração como superintendente da Escola Dominical, eu estudei e realmente senti a veracidade destas palavras de Ciência e Saúde: “Há uma só atração real, a do Espírito. O apontar da agulha magnética para o polo simboliza esse poder que abrange tudo, ou seja, a atração de Deus, a Mente divina” (p. 102). Compreendi que todos têm a capacidade dada por Deus de atender naturalmente à Mente que é Deus, e que Cristo conduz o coração faminto, o pensamento receptivo, à fonte da verdade que sacia e cura.

Depois, naquela manhã, eu estava sozinho em nossa Escola Dominical, cantando o hino de abertura que estava sendo tocado no culto, no andar de cima. Nosso único aluno regular não estava presente. No início, senti-me solitário, naquele espaço despovoado. Mas enquanto afirmava a abundância de propósito e vitalidade que fazem parte intrínseca da igreja e de todas as suas atividades, um homem com dois filhos pequenos entrou na sala, seguido por um professor da Escola Dominical e um recepcionista.

O mais velho dos dois irmãos veio com muitas perguntas, e tivemos uma hora animada de educação espiritual para os dois meninos. Na semana seguinte, tivemos nosso aluno regular, as duas crianças da semana anterior e mais um menino e uma menina de outra nova família. 

Essas crianças das duas novas famílias, cujos pais haviam assistido à conferência, continuam frequentando a Escola Dominical regularmente. Mais recentemente, outra família com dois filhos pequenos passou a ser frequentadora regular, e a mãe acaba de se filiar à igreja. Além disso, o neto de um membro antigo agora frequenta ocasionalmente nossa Escola Dominical.

É difícil expressar a gratidão que sinto pelo crescimento desta igreja. Quando dou início à Escola Dominical e olho para as crianças e os professores cantando, a gratidão não é pelos números, mas por corações sendo alimentados espiritualmente e por famílias sendo enriquecidas pelo Cristo, a Verdade.

Essa atividade da igreja é tão promissora quanto as novas folhas que cobrem as árvores após um longo inverno. Sua origem não é o mundo, mas o Espírito, a fonte da renovação espiritual no coração de todo o universo.

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A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

Mary Baker Eddy, The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 353

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