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Original para a Internet

Será que o amor ajuda a pôr fim à pandemia?

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 16 de setembro de 2021


Quando entrei no meu apartamento, a única coisa que eu consegui fazer foi me atirar na cama. Eu estava com vários sintomas de gripe e sentia-me desesperado por dormir. Mas primeiro liguei para minha mãe e pedi-lhe que orasse por mim.

Isso aconteceu há quase vinte e cinco anos, e não me recordo dos detalhes da nossa conversa. Lembro-me, contudo, de como me senti reconfortado quando minha mãe me assegurou que eu fora criado à imagem e semelhança de Deus (ver Gênesis 1:26, 27); que Deus, o Espírito divino, era a fonte e a substância do meu existir; que Deus me amava. 

Adormeci logo após desligar o telefone. Quando acordei na manhã seguinte, estava totalmente bem e nunca mais fiquei gripado.

Analisando essa experiência no contexto da atual pandemia, fico pensando que a chave para livrar o mundo dessa doença não é apenas nosso amor a Deus e um reconhecimento mais profundo do amor que Deus tem por nós, mas também que precisamos nos empenhar mais em amar-nos uns aos outros, ou seja, ter mais certeza de que nossos pensamentos para com os outros refletem o pensamento de Deus para conosco. Jesus disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37–39).

O empenho em amar os outros pode ser visto atualmente no trabalho abnegado daqueles que estão na linha de frente, prestando serviços essenciais às suas comunidades, e no bem realizado por aqueles que ajudam o próximo. No entanto, quantas vezes pensamos nessas e em tantas outras expressões de amor como uma alusão a algo ainda mais poderoso — poderoso o suficiente a ponto de produzir a cura física? Jesus certamente deu provas, repetidas vezes, por meio da cura de outras pessoas, de que existe um amor maior até mesmo do que o amor humano mais isento de ego, um amor que espelha o amor de Deus por nós — puro, constante e incondicional. Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, também sabia desse amor, ao escrever em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor isento de ego” (p. 1).

É claro que a sabedoria popular argumenta que é preciso muito mais do que um abraço coletivo, por mais sincero que seja, para nos livrar de algo tão desafiador quanto uma pandemia. Tenho de concordar. Mas a sabedoria popular também reluta em reconhecer a natureza mental da doença — reconhecer o significado da demonstração prática de Jesus e da explicação da Sra. Eddy, referente a esse amor cristão que se esforça ao máximo para ver somente o bem que Deus, o bem, vê. Afinal, se o “amor isento de ego” cura a doença, então seguimos a lógica de que qualquer estado mental oposto, como medo, raiva, hostilidade e assim por diante, desencadearia a doença — ou seja, se apresentaria fisicamente como doença, como aprendemos na Ciência Cristã. A sabedoria popular também se recusa a admitir abertamente que o poder absoluto de Deus, o Amor divino, cura a doença.

O que se exige de nós, então, não é apenas reconhecer que o Amor é Tudo, e portanto é o antídoto para qualquer doença, mas também ver os outros e a nós mesmos como a expressão essencial do Amor, ver que todos são natural e inevitavelmente inclinados a amar. Como lemos na Bíblia: “Nós amamos porque [Deus] nos amou primeiro” (1 João 4:19).

Não quer dizer que amar os outros seja sempre fácil. Há situações, por exemplo, em que nos pilhamos caindo na cilada da mentira maligna de que alguém, ou determinada circunstância, vizinhos, colegas de trabalho, políticos, pandemia, conseguiu de alguma forma nos privar do bem, que é Deus; que existe alguma razão legítima para não conseguirmos expressar tudo aquilo que Deus nos deu para expressar, ou para não conseguirmos desfrutar de tudo aquilo que Ele nos deu para desfrutar. Quando acontece isso, enfrentamos a escolha crucial entre aceitar ou rejeitar a noção de que exista um poder oposto a Deus.

Ironicamente, é em momentos como esse que talvez estejamos mais receptivos à Verdade, um sinônimo de Deus que Mary Baker Eddy, em seus escritos, com frequência associa ao Cristo. É esse Cristo sempre presente, “a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana”, como é descrito em Ciência e Saúde (p. 332), que revela a Deus, o Amor divino, como o único poder verdadeiro. Precisamos saber isso, principalmente em relação à impotência do ódio, sendo este um estado de espírito que a Sra. Eddy associa à natureza virulenta das doenças contagiosas. Em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, ela faz uma afirmação enfática: “…Não odieis ninguém, pois o ódio é um foco de infecção que propaga seu vírus e termina matando. Se lhe damos consentimento, ele nos domina, trazendo ao que odeia um sofrimento após outro, ao longo do tempo e no além” (p. 12). 

Mesmo se tentados a odiar outras pessoas ou se enxergamos ódio em outras pessoas, essa alegação, de que haja um poder separado de Deus, precisa ser confrontada com decisão. É o Cristo que nos inspira a fazer exatamente isto: distinguir entre aquilo que é e aquilo que não é verdadeiro a respeito de Deus e de todos nós, como Seu reflexo; amar não apenas aqueles que nos amam, mas também os nossos assim chamados inimigos; tornar-nos mais conscientes do Amor divino, que é tudo e que cura e, como resultado, enfrentar o sofrimento do mundo por meio da oração, de maneira eficaz.

Pensando em minha própria cura, ocorrida há tantos anos, lembro-me de que a convicção do amor de Deus por nós é muitas vezes o que nos motiva a amar-nos uns aos outros. Por outro lado, é esse amor que temos uns pelos outros que escancara a porta para sentirmos o amor de Deus por nós. É esse ciclo incessante do Amor — “o Amor se reflete em amor”, como diz a Sra. Eddy (Ciência e Saúde, p. 17) — que inevitavelmente diminui o medo, dissolve o ódio e nos capacita a fazer nossa parte para acabar com a pandemia.

Eric D. Nelson
Redator convidado

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