Deus, a Mente divina, está contìnuamente derramando idéias divinas. Em razão de ser Deus infinito, essas idéias, que provêm de uma fonte infinita, estão sempre à disposição de tôda a humanidade para serem aceitas e utilizadas em benefício da raça humana.
Cristo Jesus estava sempre utilizando idéias divinas em suas obras. Êle sabia que seu Pai celestial era a fonte de todo o bem. Depois de sua crucificação, seus discípulos pensavam que todo estava perdido; vários dêles foram pescar, ocupação a que alguns dêles haviam estado entregues antes de terem sido chamados pelo Mestre a que se tornassem pescadores de homens. Agora, estavam novamente buscando o sustento na matéria, em vez de buscarem idéias divinas. Jesus apareceu-lhes na praia e disse (João 21:6): “Lançai a rede à direita do barco, e achareis.” É possível que êle se estivesse referindo ao lado das verdadeiras idéias de Deus.
Por meio de trabalho metafísico, isto é, da oração fervorosa, o estudante da Ciência Cristã [Christian SciencePronuncia-se: Crístien Çá'iens.] aprende a distinguir claramente entre as falsas crenças da mente mortal e as idéias que provêm da Mente única e exclusiva. Aquilo que provém da mente mortal é temporal, pode apenas parecer que floresce por algum tempo, e, muito em breve, em razão da natureza de sua fonte, tem que desaparecer na nulidade de onde veio. Aquilo que provém da Mente divina é real e eterno; tem autoridade divina, e, portanto, tem que ter êxito.
Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 88): “Como é que se pode fazer distinção entre idéias verdadeiras e ilusões? Estudando a origem de cada uma. Idéias são emanações da Mente divina; pensamentos, que procedem do cérebro ou da matéria, são brotos da mente mortal; são crenças mortais, materiais. As idéias são espirituais, harmoniosas e eternas.”
Pode ser que, às vêzes, sejamos tentados a acreditar que as condições materiais estejam nos impedindo de utilizar as idéias maravilhosas que estamos recebendo. Mas quando tivermos passado os nossos pensamentos pelo crivo e soubermos com certeza quais dêles provêm de Deus, não devemos ter mêdo. Acaso seria possível à Mente, que tudo sabe, emitir uma idéia que não pudesse ser utilizada?
Um estudante da Ciência Cristã [Christian Science] havia experimentado muitas curas graças ao estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde. Males físicos haviam sido curados, falsos hábitos haviam desaparecido, um senso de limitação havia sido superado, e uma compreensão mais completa acerca de Deus como Pai-Mãe Amor, havia sido adquirida. Entretanto, novas necessidades que, segundo parecia, escapavam à possibilidade de serem atendidas, estavam agora se apresentando, e isso deprimiu o estudante.
Ele perguntou a si mesmo por que razão lhe estavam sendo feitas essas novas exigências. Já não havia feito o bastante? Não podiam agora as coisas lhe correr um pouco mais fácil? Em fervorosa oração, volveu-se a Deus em busca de orientação, e dentro em pouco tempo a consciência se lhe encheu de uma grande inspiração, a saber, a percepção de que jamais haveria ou poderia haver um ponto final para as idéias divinas, porquanto não pode haver término para a infinidade. Como poderia um pensamento de estagnação chegar a um filho de Deus? Tal pensamento não provinha da Mente divina; portanto, não tinha autoridade, não era real; era nada.
Referindo-se a um possível tempo de solidão e de privação. Mrs. Eddy escreve em Ciência e Saúde (p. 266): “Quando chegar essa hora de desenvolvimento, ainda que vos apegueis a um sentido de alegrias pessoais, o Amor espiritual vos forçará a aceitar o que melhor promover o vosso crescimento.” E na página 519 ela diz: “Deus descansa em atividade.”
A compreensão dessas verdades permitiu ao estudante perceber que o Amor divino lhe estava proporcionando não só oportunidades para seu crescimento espiritual, mas também ideias que continuariam a desenvolver-se tão paulatinamente e com tanta naturalidade como a flor desabrocha. Essa revelação alijou da consciência do estudante qualquer senso de estagnação, e o lugar deste foi preenchido pelo conhecimento das ideias de Deus que estão sempre aparecendo, bem como pela promessa feita pelo Pai de que seria provado que essas ideias são verdadeiras. O progresso continuou passo a passo; as ideias divinas foram aceitas e utilizadas e sua manifestação se confirmou. Não mais permitiu ele que o modo de pensar mortal tentasse denegar a efusão da Mente divina.
Alimentando as cinco mil pessoas, Jesus ensinou a seus discìpulos uma grande lição. Êles haviam aceito o quadro mortal de que a quantidade limitada de alimento de que dispunham não era suficiente; naquele momento, êles não estavam receptivos às idéias divinas. Jesus disse-lhes (Mateus 14:16): “Não precisam [as cinco mil pessoas] retirar-se, dai-lhes vós mesmos de comer.” E todos foram alimentados. É significativo que o Mestre tivesse instruído os discípulos a que êles mesmos dessem de comer à multidão, talvez para inculcar-lhes o quão importante é buscarem em Deus a sua fonte de suprimento.
Se nos desviamos de um senso material das coisas, isto é, da crença de que o homem mortal tenha alguma vez formado uma idéia que pudesse tornar-se efetiva pelo esfôrço e pela fôrça-de-vontade materiais, somos venturosamente guiados à Mente divina, Deus, fonte das ideias divinas. Então, estamos em condições de romper a barreira da matéria e entrar no reino da Mente, onde as ideias divinas se desenvolvem eternamente.