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Liberdade de expressão

Da edição de novembro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Em geral as pessoas prezam a liberdade que têm de se manifestar com relativa isenção de restrições. Esse direito é exercido de diversas maneiras. Uma pessoa talvez transmita idéias mediante a palavra falada ou a escrita — outra talvez as expresse mediante a arte. Qualquer que seja o meio de comunicação escolhido, geralmente se considera fundamental a um povo livre o exercício desse direito.

Este direito humano fundamental pode prestar-se ao abuso. Em teoria, um povo livre presume que o seu próximo exerça a liberdade de expressão de modo a não causar danos. Na prática, no entanto, às vezes esta confiança é rompida. Muitíssima gente se expressa de jeito que ofende outras pessoas — em maneiras que a maioria considera prejudiciais à sociedade. Restringir a liberdade de expressão torna-se assim uma tentação.

Variadas serão as opiniões sobre a maneira de conseguir equilíbrio adequado entre os direitos e as responsabilidades. Há os que acham que a liberdade de expressão deve ser absoluta. Argumentam que embora este caminho ofereça percalços, é o único meio de preservar a liberdade e de prover o clima que permite emergirem idéias novas e úteis. Alguns dos males que surgem, segundo alegam, é o preço que se tem de pagar por dar ao pensamento humano a ocasião de fazer brotar idéias potencialmente úteis.

Há os que favorecem diretrizes, normas e regulamentos mais severos a serem aplicados com rigor a fim de erradicar idéias e ações que muitas pessoas consideram malsãs e, talvez, moralmente inadmissíveis.

Ambas as maneiras de encarar o assunto estão eivadas de limitações. Nenhuma delas resolveu de fato alguns dos problemas fundamentais com que se defrontam os que prezam a liberdade mas que a consideram passível de abuso. A Ciência Cristã oferece a base desde a qual resolver o problema.

Na questão de liberdade de expressão há um elemento de verdade básico. Deus é o Princípio divino, a Mente, o eterno Pai-Mãe de tudo o que é perfeito e verdadeiro — de todas as idéias, no seu sentido espiritual e eterno. O homem, em sua natureza espiritual verdadeira, expressa Deus. É para isso que o homem existe, e é isso o que lhe dá o ser, a realização e a identidade. No sentido mais acurado e mais lato, a liberdade de expressão é a manifestação irrestrita da verdadeira identidade do homem. A verdadeira identidade tem suas raízes em Deus — na Vida e no Amor.

Humanamente todos sentimos, até certo ponto, o desejo de manifestar livremente a nossa individualidade. Aqueles que captam algo de sua natureza espiritual e verdadeira, e prezam e defendem o direito de expressá-la, vêem que as suas atividades promovem o que é puro, construtivo e são. Essas atividades de pensamento curam e elevam a existência humana. Os que, de outro lado, se acham totalmente inconscientes de sua verdadeira identidade, expõem-se às perversidades da mente mortal. Esta assim chamada mente alega que o homem pode pensar e agir contra a vontade de Deus — em oposição à totalidade do bem. Isso não é verdadeiro no que diz respeito ao homem, e é preciso que tal mentira seja percebida e denunciada.

Enquanto o Cristo, a Verdade, vai desfazendo a ilusão quanto às restrições impostas pelo que é mortal, o pensamento humano tem de estar firmado nas verdades da Ciência Cristã e ser por elas guiado. Se assim não for, durante o processo de descartar-se do que é material, o pensamento humano talvez mova-se rumo a atividades que resultam em prisão, em vez de em liberdade. A Sra. Eddy disserta sobre a necessidade de romperem-se as limitações da materialidade, mas faz constar este aviso: “Os mortais precisam emergir dessa noção de que a vida material seja tudo-em-tudo. Precisam romper suas cascas de ovo mediante a Ciência Cristã e olhar para fora e para cima. Mas o pensamento, libertado de uma base material sem ainda ter sido instruído pela Ciência, talvez fique desatinado com essa liberdade e se torne contraditório para consigo mesmo.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 552;

Há, de certo, casos em que a liberdade humana foi manifestada com tanta impropriedade que seus novos canais se tornaram, em realidade, grilhões. O que se pensava ser liberdade era, em última análise, contradição à liberdade.

Quando a liberdade de expressão, porém, começa a lançar raízes numa compreensão de que Deus é a fonte de todo ser verdadeiro, de toda atividade verdadeira, de todo pensamento verdadeiro, o exercício da liberdade terá sido colocado pela humanidade numa base mais progressista e mais estável. É possível deixar que as raízes comecem a crescer em nossa experiência. Lemos na Bíblia: “Assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus.” 1 Pedro 2:15, 16;

É esse um passo específico e essencial que todos nós temos de dar. Ao fazê-lo, podemos desempenhar um papel produtivo na canalização do pensamento humano em atividades construtivas. Nossa colaboração mais eficaz não será feita tanto em termos de exigir de nosso próximo o que consideramos certo, mas em instruirmo-nos sobre uma base inteiramente espiritual; isto é, em aprendermos e praticarmos as verdades do ser com tão firme convicção que a nossa expressão individualizada de liberdade será honesta, pura e forte.

A Sra. Eddy escreve: “À medida que os mortais se desfazem das fraldas mentais, o pensamento se expande em expressão.” Ciência e Saúde, p. 255. A verdadeira liberdade de expressão é a liberação que descobrimos ao expressar Deus. Na medida em que entendermos esta liberdade e a manifestarmos lealmente, haveremos de elevar e abençoar toda atividade humana legítima.

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