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Dê um jeitinho, por favor

Da edição de julho de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Por Toda Parte, ouvimos dizer que a inflação está incontrolável, é difícil encontrar emprego, as contas precisam ser pagas, as crianças requerem mais atenção, as pessoas estão fazendo de tudo para arranjar-se, porém está sendo difícil manter-se à altura das exigências. Meu país não é, com certeza, o único que se defronta com tais desafios. Temos até uma frase muito usada, que é: “Dê um jeitinho, por favor.” Esse pedido transmite a idéia de se procurar uma solução fora das regras e padrões do transmite a idéia de se procurar uma fora das regras e padrões estabelecidos.

Quando até mesmo as atividades mais rotineiras da vida diária se apresentam repletas de dificuldades, desafios e carências, não é difícil compreender por que se desenvolve essa adaptação ao “jeitinho”. Tampouco é difícil perceber que o próprio pedido e o desânimo que ele deixa transparecer afeta muito as pessoas.

Às vezes, parece que nenhuma situação está livre desses desafios. Não há mais lugar no ônibus, mas a gente precisa ir para o trabalho — por certo pode-se “dar um jeitinho”, apertando mais as pessoas. Está vencendo o prazo de um compromisso, mas achamos que com certeza haverá um “jeitinho” de se conseguir mais uma prorrogação. Tem-se impressão, então, de que há em todas as coisas um “jeito” de acomodar atrasos, “driblar” uma situação inconveniente, contornar um erro.

Embora tais “jeitinhos”, encarados um a um, possam parecer inofensivos, tomados em conjunto chegam a formar uma montanha de adiamentos, atrasos, faltas, insuficiências, excessos, desordens e outros lamentáveis efeitos ocasionados por falha humana.

Algumas vezes, tais concessões temporárias talvez sejam o que de melhor pode ser feito dentro das circunstâncias, mas, cedo ou tarde, teremos de examinar com muito mais atençāo nosso modo de viver e aqulio que acreditamos estar governando nossa vida. Foi o que aconteceu comigo. De fato, o que aprendi na Ciência CristāChristian Science (kris ’train sai ’ennss) fez uma diferença muito grande, pois aprendi que a vida do homem é em verdade governada por Deus e por Sua lei.

Uma experiência ajudou-me, de modo realmente especial, a abrir o caminho para uma compreensão mais profunda da lei de Deus sempre presente e sua aplicação na vida diária. Eis o que aconteceu:

A fim de completar seus estudos universitários, nosso filho e nossa nora tiveram de ir para outra cidade. Por seu estudo da Ciência Cristã, eles estavam confiantes de que Deus governava verdadeiramente seus passos. Mesmo assim, embora tivessem feito os acertos iniciais para a transferência, inclusive com relação ao emprego de nosso filho, eles enfrentaram uma grande escassez de moradia, naquela cidade. Encontrar casa acarreta com freqüência uma série de problemas, mas a situação parecia especialmente grave na área para onde esse casal estava se transferindo.

Num sábado, enquanto eu estava orando sobre a situação, uma parte de um versículo da Bíblia, no Novo Testamento, veio-me ao pensamento. É da epístola aos Filipenses: “...aquele que começou boa obra em vós há de completá-la”.

Como resultado de nossa oração, fomos guiados a considerar uma série de coisas. Primeiro, foi nossa gratidão pelo governo de Deus em nossa vida e pelo fato de que o Amor divino nos guia. Nesse sentido, analisamos se a mudança era realmente a coisa certa a fazer, quais eram os motivos, e se, em realidade, beneficiaria outros ou seria simplesmente um propósito egoísta. Como resultado, chegamos à conclusão honesta de que, se alguma ação humana não era boa ou sábia em sua essência, haveria uma forma divinamente dirigida para descobrir isso. Podíamos confiar na verdade espiritual de que o trabalho de Deus já está completo e que essa perfeição deve ser expressa de modo que possa ser vista e comprovada.

No dia seguinte, ficamos sabendo que um pequeno apartamento estava disponível. Localizava-se nas proximidades do local de trabalho de nosso filho e de sua esposa. Na segunda-feira, eles procuraram a agência encarregada do apartamento. Mas quando nossa nora chegou lá foi informada de que outra família havia chegado antes e que as chaves do apartamento já tinham sido levadas por eles.

Sentindo-se confiante na provisão de Deus na vida do homem, nossa nora respondeu de uma forma inesperada, mas foi como se sentiu espiritualmente guiada a fazer. Disse ao rapaz da agência que estava disposta a esperar para ver se o apartamento era realmente o que os outros clientes queriam. Embora isso deva ter parecido muito estranho ao rapaz, quinze minutos mais tarde as pessoas voltaram, dizendo que o apartamento não servia para sua família. No entanto, para a família de nosso filho era justamente o que precisavam.

Diante das complexas condições e dificuldades humanas, muitas vezes tomos de ser totalmente radicais em confiar na lei e na onipresença de Deus. Deus não é governado por condições humanas, mas à medida que nos volvemos à compreensāo espiritual de Deus como a verdadeira Vida e Mente do homem, podemos ver Sua provisão desdobrando-se corretamente em nossa própria experiência e percebemos que a mesma lei do bem está operando em beneficio de todos os seus filhos e filhas. Em Ciência e Saúde com a chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciênia Cristã, certamente atinge o âmago de tal confiança espiritual. Em determinado ponto ela escreve, referindo-se à necessidade de colocar-se firmemente sob o controle de Deus, em situações de crise: “Insiste com veemência”, ela diz, “no grande fato, que tudo domina, de que Deus, o Espírito, é tudo, e que não há outro fora dEle”.

Conscientizar-se do controle divino não é simples esperteza humana sob outro nome, tampouco é uma solução simplista para resolver problemas graves. Essa conscientização espiritual exige perseverança, dedicação e amor abnegado. Nāo é um meio de procurar seu próprio bem-estar, excluindo o bem para os outros. É, isso sim, uma compreensão espiritual da afeição infinita e todo-abrangente que o Amor divino tem para com todos os seus filhos espirituais e que não deixa ninguém, nem situação alguma, fora do governo legítimo do Amor divino.

Portanto, podemos dar-nos conta de que problemas tais como inflação, desemprego, gastos descontrolados, falta de confiança no governo humano, não pertencem a Deus nem podem separar-nos dEle, que é todo-poderoso. Essas desarmonias da vida humana fazem parte das tramas forjadas pelo materialismo, aquilo que a Bíblia chama “pendor da carne”, que quer nos impor seu domínio. Por isso, é necessário, volver-se continuamente ao fato de que há um só controle verdadeiro, somente uma lei verdadeira, um único governante do homem: Deus. Então seremos capazes de compreender que o desgoverno, o atraso, o desajuste e o descontrole não são as forças inexoráveis que parecem ser.

À medida que compreendemos que a lei de Deus está sempre em operação, podemos, cada vez mais, ver o contínuo e correto governo de Deus, anulando erros e desordens. Jamais precisamos sujeitar nossos pensamentos ou nossa vida ao materialismo, ao medo, ou a qualquer outro aspecto da ignorância espiritual. O homem, considerado em sua natureza verdadeira, é espiritual e está eternamente sob o governo ininterrupto e invariável de Deus. O homem, como imagem e semelhança de Deus, não precisa lutar continuamente para estar sob o controle divino. É mister, porém, reconhecer o controle de Deus como sempre atuante.

Aprendi também que, em minhas atividades diárias, é necessário desfazer-me da crença de que somos auto-suficientes e de que não é preciso confiar inteiramente em Deus. Desfazer-se de um sentido pessoal de suficiência desenvolve a verdadeira autoconfiança espiritual, revelando nossa relação inquebrantável com Deus, que é nossa Vida. É também importante que não expressemos uma falsa humildade que sugere que somos dependentes de alguém que tenha mais posses ou melhores condições físicas e materiais. A humildade, que deixa em nós o cominho aberto para a provisão de Deus e para nossas próprias habilidades espirituais, é o desejo de sermos realmente governados por Deus. Cada um é abençoado por essa crescente compreensão espiritual e as oportunidades surgirão a cada um de forma correta. Por esse meio, não somente são vencidos os problemas de escassez e os desafios relacionados a negócios e finanças, mas quaisquer outras dificuldades pessoais podem também ser curadas.

Nada está fora do alcance do governo de Deus. Não devemos ter medo, nem simplesmente recorrer ao “jeitinho”. Tudo o que devemos ter, para completar a obra de Deus em nós, já está disponível. Esse é o grande fato que precisamos reconhecer.

O único verdadeiro “jeitinho” que se pode dar em nossa vida é voltarnos para a infinita sabedoria de Deus. O obstáculo que pretende impedir esse voltar-se a Deus nada mais é do que a maneira obstinada com que a mente humana muitas vezes parece pensar. Acredita confiar na vontade humana, em vez de submeter-se ao controle divino. Os liames que enredam nossa existência e limitam nosso conhecimento da provisão e do cuidado amoroso de Deus podem ser desembaraçados pela compreensāo da completa lei de Deus que nos governa sempre.

O “jeitinho” é insistir no domínio perpétuo da lei divina. Atentando para essa ordem, obedecendo-lhe com humildade, cada um terá condições de solucionar seus problemas, por mais difíceis que possam parecer. O governo de Deus é em realidade, bom, eficaz e se estende a todos.

Amado, acima de tudo faço votos
por tua prosperidade e saúde,
assim como é próspera a tua alma.
Pois fiquei sobremodo alegre
pela vinda de irmãos e pelo
seu testemunho da tua verdade,
como tu andas na verdade.
Não tenho maior alegria do que esta,
a de ouvir que meus filhos andam na verdade.

3 João 1:2–4

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