Quando meu filho mais velho era adolescente e cursava o Ensino Médio, resolveu trabalhar fora, à tarde, convidado por um amigo. Sua rotina era: sair do colégio, comer um lanche, pegar um ônibus e ir para o trabalho.
Nessa época, meu marido trabalhava fora de São Paulo e eu não tinha com quem compartilhar o que para mim parecia um grande desafio. Meu filho voltava todas as noites por volta de meia-noite, pois o ponto de ônibus ficava há muitas quadras de nossa casa. Eu me preocupava muito e inúmeras vezes ia e vinha do portão de entrada para dentro de casa, até ele chegar.
Certa noite, estava muito apreensiva e peguei um Arauto para ler. Não me recordo o que li, mas as mensagens da revista me deixaram calma e confiante de que tudo estava bem.
O acúmulo de atividades fez com que as notas dele caíssem e fui chamada ao colégio para conversar com uma das professoras. Ela me disse que meu filho sempre discutia com os colegas e tumultuava as aulas. Também me alertou que, se ele continuasse assim, certamente teria de fazer recuperação naquela matéria. Fiquei muito zangada com ele e foi nesse ponto que o nosso relacionamento começou a se tornar desarmonioso. Eu não tinha paciência para dialogar com ele e discutíamos por qualquer coisa.
Então, busquei a ajuda de uma praticista que me disse para ver e reconhecer nele apenas qualidades, e não defeitos. Comecei a observar mais suas atitudes em casa e vi o quanto ele era organizado, criativo, inteligente, alegre, espontâneo, enfim fiz o que Jesus disse aos seus discípulos que não haviam pescado nada durante a noite: "Lançai a rede à direita do barco e achareis..." (João 21:6), ou seja, mudei meu enfoque, voltei-me a Deus.
Para mim, ao lançar a rede à direita, comecei a orar como a Ciência Cristã ensina. Fiquei mais alerta para não me deixar envolver com tantos pensamentos errados que me vinham, principalmente antes de meu filho chegar em casa. A praticista havia me alertado que só ver defeitos e criticar era fazer "má prática mental" (ver Manual da Igreja, p. 42). Essa postura mental é prejudicial e não deve fazer parte de quem quer abençoar e expressar amor sincero. Por isso, eu passei a disciplinar meu pensamento para continuar a ver em meu filho somente qualidades divinas.
Certo dia, eu estava muito angustiada e, de repente, lembrei de um versículo bíblico: "...Este é o meu filho amado em quem me comprazo" (Mateus 3:17). Naquela hora, compreendi profundamente que Deus me estava dizendo que meu filho era o Seu filho amado, em quem Ele se agradava por ser a Sua criação. Essa inspiração me fez sentir uma paz e felicidade muito grandes.
Depois de orar por alguns meses, meu filho decidiu sair daquele emprego. Voltou a ter boas notas, concluiu o Ensino Médio e se formou em Administração de Empresas. Desde essa época, há mais de sete anos, temos um relacionamento harmonioso. Posso dizer, com toda sinceridade, que somos bons amigos.
Que alegria poder contar com a Ciência Cristã para enfrentar e superar toda espécie de desafio pela oração.