À medida que a vida se torna mais complexa, a responsabilidade pelas decisões em nossa comunidade, no governo regional ou nas nações, parece se tornar cada vez mais abstrata. Esquivar-se de votar ou de participar de outras atividades, tais como: trabalho na igreja, eventos na escola, debates políticos, pode parecer a norma.
Contudo, a apatia nunca foi indicada como uma das vias para o progresso da humanidade. Nos dias de hoje, a demanda por uma espiritualidade vigilante e alerta por parte das pessoas é muito grande. A descoberta de complôs terroristas em alguns países, como também o papel desempenhado pelas tropas internacionais no Haiti, no Iraque e em outras partes do Oriente Médio, exige oração contínua.
“A ignorância a respeito de si mesmo é a crença mais obstinada a ser vencida, porque a apatia, a desonestidade e o pecado seguem-na em sua comitiva”, escreveu Mary Baker Eddy. Essa declaração, de um artigo intitulado: “Watching versus Watching Out” (Vigiar versus Ser precavido), identifica com precisão a fonte da apatia (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primerira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 233). A ignorância a respeito de quem somos, filhos de Deus, impede-nos de compreender o poder para o bem que cada um de nós possui.
O poder do Amor nos liberta da ignorância sobre nós mesmos e do medo do futuro
Uma das maneiras pelas quais a apatia talvez possa nos enganar é nos fazer crer que somos primariamente seres materiais, cujo único propósito é alcançar o conforto e a felicidade pessoais. Tais objetivos materialistas têm levado as pessoas a algumas situações difíceis, como por exemplo, à eclosão em cascata da turbulência financeira global, desencadeada pelo escândalo econômico no mercado imobiliário americano. Essa mesma apatia, apoiada apenas em recursos materiais, pode entorpecer a vigilância das pessoas responsáveis pela segurança das nações.
A incerteza e a estagnação podem fazer par com a apatia, mas ambas caem diante do despertar que o Amor divino nos proporciona e do seu poder corretivo. Esse poder divino, mais do que qualquer outra coisa, provê a segurança real. A sabedoria humana pode produzir dados e fazer recomendações sobre o rumo de ações inteligentes com relação ao nosso emprego, vida familiar ou, até mesmo, questões internacionais, tais como guerra e paz, e na prevenção da propagação de armas nucleares. Contudo, compreender o poder do Amor nos liberta da ignorância sobre nós mesmos e do medo do futuro.
Ninguém compreendeu o Amor e seu poder libertador melhor do que Cristo Jesus. Durante seu ministério, Jesus desafiou diretamente a ignorância. Ele conseguiu guiar pessoas tais como Zaqueu, o desonesto coletor de impostos, à luz da Verdade que revelou sua natureza espiritual verdadeira. Um único momento com o mestre cristão pôs fim à pretensão de Zaqueu de que o “costumeiro suborno” era algo correto. Ao invés disso, ele aceitou a convicção espiritual de que seu relacionamento com Deus era mais importante do que o ganho pessoal e se comprometeu a mudar de vida.
Jesus compreendia que somos definidos pelo Espírito, em termos espirituais
Jesus ensinou que nossa identidade não é definida pela quantidade de coisas que possuímos, pelas nossas relações políticas ou mesmo pelo grau de educação adquirido. Ao contrário, ele compreendia que somos definidos pelo Espírito, em termos espirituais. Porque o Espírito é infinito, vivemos verdadeiramente no Espírito e extraímos nossa identidade daquilo que o Espírito é e faz. O resultado é uma identidade que resplandece, que se eleva e fortalece, que energiza.
À medida que assimilamos esse fato, a realidade da presença do Espírito se torna mais clara e compreendemos que não precisamos esperar por um momento ou um lugar mais apropriado, ou sair em busca deles. Exatamente agora Deus está cuidando de nós e esse cuidado é a evidência do domínio final do Amor sobre o mal.
É a prova de que Seu reino, a harmonia de toda vida, está exatamente aqui. O Evangelho de Lucas explica: “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20, 21).
Viver no reino de Deus significa ter outros interesses que vão além do interesse egocêntrico
Reconhecer a presença contínua de Deus, como uma realidade em nossa vida, é deixar que o poder do Amor remova a ignorância sobre nós mesmos, a qual permite que a apatia, a desonestidade e a ilusão se inflamem. O Amor faz isso não pela condenação, mas pela revelação da natureza espiritual pura que Deus nos deu.
Viver no reino de Deus significa ter interesses que vão além de um comportamento egocêntrico; significa ser qualquer coisa, menos apático. O Amor olha para fora, abrangendo tudo ao seu redor e aqueles que conhecem a si mesmos como os amados de Deus sentem compaixão pelo sofrimento alheio. Mary Baker Eddy viveu esse amor, trabalhou diligentemente para oferecer à humanidade a Ciência do Cristo, que verdadeiramente salva o mundo.
Essa Ciência explica como Jesus ensinava e testava as lesi fundamentais da existência espiritual, atendendo às grandes necessidades físicas e mentais das pessoas. Durante mais de cem anos, estudantes de Ciência Cristã a têm testado e não acharam nela nenhuma falha.
À medida que a luz do Amor divino revelar nossa identidade espiritual, pura e perfeita, qualquer atraçāo pela desonestidade e pecado começa a perder seu apelo. Deixamos de nos concentrar no eu e perguntamos, como o Apóstolo Paulo o fez: “Senhor, o que queres que eu faça?” (Atos 9:6, conforme a Bíblia King James). Esse amor altruísta rompe os grilhões da apatia e liberta o poder espiritual para o bem que já se encontra dentro de cada um de nós. Ele inspira novas ideias, nos provê de coragem, flexibilidade, sabedoria e força. Esse amor pode até mesmo mudar o curso do mundo.