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Original para a Internet

Do racismo ao reconhecimento da verdadeira identidade

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 16 de julho de 2020


O progresso nas questões humanas se manifesta gradativamente, à medida que as crenças e os conceitos se aprimoram. Antes de começar a andar, a criança aprende a engatinhar. Antes de aprender cálculo avançado, estudamos aritmética. Das carruagens chegamos aos aviões a jato.   

Em cada um desses exemplos, o estágio avançado indica um nível mais adiantado de compreensão e desempenho. Nele, conceitos limitados cederam lugar ao esclarecimento progressivo.  

Também na questão das relações entre as raças humanas, podemos ver a irresistível propulsão da lei divina de progresso. A legislação, nos Estados Unidos, tem feito muito para corrigir as desigualdades no sistema educacional. Leis de igualdade no campo do emprego e moradia eliminaram algumas das sombrias e injustas restrições. Tais passos apontam para uma maior conscientização a respeito de um fato espiritual que é fundamental na criação: Deus, o uno e único, é o Pai de todos.

Mas ainda há muito a ser feito. As crenças racistas se mostram profundamente arraigadas. Parecem despojar as pessoas do domínio dado por Deus, tornando-as vítimas indefesas ante as forças tirânicas da desigualdade, injustiça e ódio.  

Por todos os lados, enfrentamos a necessidade de continuamente desmaterializar e espiritualizar nosso conceito a respeito de Deus, do homem e do universo. Tal espiritualização dissipa a névoa do racismo, e não resta nenhuma consciência em que esse chamado racismo possa operar, nem vítima alguma para dele sofrer. A perspectiva espiritual revela a vida tal qual ela é, não da forma distorcida apresentada pelos sentidos materiais. A humildade é necessária para que aceitemos a ideia da semelhança do Cristo no homem criado para expressar a Deus. O orgulho, o ressentimento e a vontade humana fechariam nossos olhos à realidade e sua inerente harmonia.     

A Ciência do Cristianismo, a Ciência Cristã, revela a natureza incorpórea e espiritual de Deus e do homem. É essa Ciência que nos capacita a comprovar que o homem não é um dado estatístico, nem é um entre muitos, todos sujeitos aos caprichos da vontade humana, mas sim, é uno a Deus, a Mente divina. À medida que compreendemos a verdadeira identidade espiritual do homem, constatamos que tal compreensão transforma nossa vida diária e nosso modo de pensar e de reagir ante nosso próximo.    

A Ciência Cristã não ignora cegamente as alegações do mal, nem deixa a verdade a respeito de Deus e do homem na esfera da abstração, à parte dos problemas da vida. Com base na onipotência, onipresença e onisciência de Deus, essa Ciência demonstra que o mal, expresso no racismo, é a suposição impessoal de que exista algo oposto a Deus, e não tem identidade nem poder para influenciar, governar ou determinar nossos pensamentos ou experiências. 

A Escritura Sagrada declara que “Deus é amor” (1 João 4:8). A compreensão clara a respeito da onipresença de Deus, o Amor, anula as crenças de divisão. Os atributos do Amor têm de fazer parte de todos os aspectos de nossa vida, expressando-se sob a forma de compaixão e bondade, paciência e justiça, humildade e boa-vontade, apreço e respeito mútuo. Amar deixa de ser uma banalidade, torna-se uma atitude, um modo de ser.       

A vida de Cristo Jesus exemplifica a necessidade de expressarmos constantemente as características do Cristo, a Verdade. Mary Baker Eddy escreve: “A ideia espiritual, o Cristo, permeou cada detalhe da vida da pessoa de Jesus. Essa ideia fez de Jesus um homem honesto, um bom carpinteiro e um homem bom, antes de poder fazer dele o glorificado” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 166).    

Foi sua clara percepção da verdadeira identidade do homem, o que tornou Jesus capaz de discernir o caráter ilusório, não apenas do mal, mas também do senso pessoal de bem. “E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um [que é Deus]” (Mateus 19:16, 17). Em vez de afirmar que o bem é uma qualidade pessoal, Jesus sabia que o bem é um atributo de Deus, que possuía apenas como reflexo de Deus. Da mesma forma, reconhecia a perfeita individualidade do homem, em contraposição a toda e qualquer alegação do mal. Assim, ele condenou o pecado, mas não a mulher flagrada em adultério (ver João 8:3–11). Sua repreensão era sempre voltada para as características falsas que pareciam fazer parte da individualidade. Ele sabia que a imoralidade não faz parte da verdadeira identidade do homem.         

A alegação de dualismo, de que a realidade inclua outra presença além da de Deus, e oposta a Ele, parece ser intrinsecamente entrelaçada com a teia do racismo. Mentes mortais, propensões malévolas e estereótipos são componentes comuns dos preconceitos raciais. Parte da definição de “estereótipo”, no dicionário, é “imagem mental padronizada aceita por membros de um grupo, representando uma opinião excessivamente simplificada, atitude baseada nas emoções, ou julgamento impensado (para com uma pessoa, uma raça, uma questão controversa ou um evento)”.

Aceitar uma imagem mental padronizada de qualquer pessoa, ou de qualquer raça, equivale a negar a natureza individual e infinita do existir. Cada uma das ideias de Deus expressa infinitamente a natureza individual de Deus. Cada ideia ou reflexo de Deus é único, expressando de modo único os atributos e qualidades de Deus. Não há sequer duas ideias que sejam idênticas, assim como cada rosa é única. A Vida, Deus, se expressa em frescor e originalidade, como algo sempre novo.    

Clichês como “eles têm todos a mesma cara” ou “é tudo farinha do mesmo saco” são mentiras da mente mortal, que nos levam a aceitar estereótipos, se não estivermos alerta. Cada um de nós é uma individualidade espiritual, não uma personalidade material, boa ou má. Se aceitarmos estereótipos limitadores, estaremos personalizando o mal; esse é o efeito do erro, persuadindo-nos a negar o fato de que Deus é Tudo, e a acreditar que possa existir algo oposto a Ele. 

Os atributos de Deus, tais como a inteligência, a pureza e a integridade, são universalmente manifestados por Seus filhos e filhas, ou seja, não podemos aceitar que se restrinjam a algum segmento particular da sociedade. Por conseguinte, falhas tais como desonestidade, ignorância e preguiça não podem ser consideradas propensões características de uma determinada raça ou classe social. Tais falhas são apenas a suposição de haver algo oposto a Deus, e não têm identidade verdadeira.    

À medida que o falso dá lugar ao verdadeiro, as antigas crenças, costumes e conceitos têm de dar lugar a uma concepção mais esclarecida de identidade, que se aproxime mais da verdadeira perspectiva acerca do homem espiritual. Visto que o fermento da Verdade é uma força irresistível, os passos rumo ao progresso, rumo a crenças mais elevadas, não podem ser revertidos. Mary Baker Eddy diz: “Uma crença melhorada é apenas um passo para fora do erro, e ajuda a dar o passo seguinte e a compreender a situação na Ciência Cristã” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 296). Na proporção em que o fermento da Verdade destrói, na consciência individual, o preconceito racial, este é corrigido universalmente.  

O bem espiritual, quando aceito no pensamento, não pode ser revertido. O reconhecimento da natureza todo-abrangente e imparcial de Deus, o Amor divino, silencia a sugestão de que o bem seja limitado. Podemos ter a certeza de que os direitos e oportunidades de uma pessoa não podem prejudicar outra, pois uma ideia correta não pode tirar o bem de outra ideia correta. O homem, consciente apenas do bem, é uno com o Princípio divino de sua existência. Esse fato tem de se tornar cada vez mais evidente nas questões humanas.  

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