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Posse

Da edição de fevereiro de 2006 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Journal


As pessoas acreditam que podem se tornar possuidoras ou proprietárias privilegiadas de alguma coisa. Quando, por trâmites normais da lei, alguém adquire um imóvel, sente logo um forte desejo de cercar a propriedade e de afastar dali qualquer outra pessoa. Segue-se o que é universalmente aceito, ou seja, essa pessoa fica proprietária de uma determinada porção da superfície da terra, e a lei protege e defende seu direito de posse. Essa pessoa constrói uma casa e a ocupa, considerando-a sua propriedade particular, e ninguém tem permissão de se aproximar dela ou de nela entrar contra a vontade do proprietário, sob pena de ser considerado invasor. Em nosso atual estágio de desenvolvimento, geralmente se entende que uma propriedade é algo que deve ter um dono; que a terra, e tudo o que nela existe, possa ser dividida em partes e lotes, e que a posse de muitos ou poucos lotes possa ser reivindicada por algumas pessoas, à exclusão de outras. Tudo isso, no entanto, está fundamentado na suposição de que a matéria seja substância e de que o homem seja seu proprietário.

O processo ilusório da crença mortal parece inverter a verdade; pensamentos são exteriorizados em coisas, que são reivindicadas, possuídas e dominadas por pessoas. Alguns possuem muitas propriedades, outros, menos, enquanto a grande maioria não é dona de coisa alguma. Essa distribuição de bens materiais evidentemente desigual, suscita inveja, ciúmes e contendas, que freqüentemente induzem aquele que se considera impedido de realizar seu anseio, a usar de meios duvidosos, ou às vezes violentos, para obter aquilo que deseja. Pode-se dizer que noventa por cento das guerras e contendas no mundo se originaram e foram levadas avante devido à invasão dos assim chamados direitos de propriedade, ou devido ao desejo de aumentar o domínio sobre bens materiais.

Em realidade, tudo neste mundo pertence a Deus e, por reflexo, pertence também ao homem, a imagem e semelhança de Deus.

Tão logo alguém se encontra de posse de certa quantidade de matéria, seja sob a forma de casas ou terras, ações ou títulos, essa pessoa é invadida por um senso de responsabilidade pessoal por sua riqueza, como também pelo temor de que, em algum momento, venha a ser dela despojado. Todo o sistema de direito de posse e de partilha de bens está fundamentado na suposta substancialidade da matéria, ilusão essa que, algum dia, terá de ser dissipada pela lei de Deus, que declara que a Mente é a única substància. Essa mudança talvez não aconteça de um momento para outro, mas, através do correto pensamento e conduta, o verdadeiro conceito será, no devido tempo, estabelecido, a saber, o fato de que “ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém” (Salmo 24:1). Em realidade, tudo neste mundo pertence a Deus e, por reflexo, pertence também ao homem que é a imagem e semelhança de Deus. Quando, em nossa demonstração, tivermos chegado ao ponto de conseguir reduzir as coisas a pensamentos, será possível a multiplicação desses pensamentos, de tal modo que cada pessoa poderá refletir e possuir tudo o que pertence a seu Criador.

Em certas áreas do conhecimento, esse estado ideal já prevalece; por exemplo, na matemática. Suponhamos que os algarismos usados para se fazer cálculos, em vez de serem aceitos como pensamentos, fossem considerados objetos materiais. Nesse caso, todo matemático ou contador teria de se abastecer de uma determinada quantidade de algarismos, que talvez fossem feitos de algum material durável, como madeira ou ferro, os quais ele guardaria numa prateleira ou trancados numa gaveta. Todo vez que o matemático necessitasse usar os algarimos, ele os pegaria, colocaria na ordem devida, e assim estaria preparado para fazer os seus cálculos.

Se, em uma época de muito serviço, o estoque de algarismos do contador se esgotasse, ele teria de comprar mais, ou talvez tomálos por empréstimo. Entraria em contato com um colega de trabalho e diria: “Será que você poderia emprestar-me dois ou três cincos e alguns setes, para esta manhã? Os meus acabaram”. O colega talvez respondesse: “Sinto muito, mas ultimamente venho usando tantos cincos e setes em meu trabalho que preciso de todos eles, e não poderei atender ao seu pedido”. Até mesmo poderia haver uma escassez geral que afetasse toda a população, provocando uma corrida pelo produto no mercado. Os preços dos algarismos subiriam e, se as pessoas realmente os considerassem artigos de primeira necessidade, haveria uma forte concorrência, a ponto de fazer com que o preço dos algarismos necessários para os negócios ficasse desproporcional ao custo de produção e muitas pessoas teriam de passar sem eles.

Entretanto, tal situação é uma impossibilidade, pois os algarismos, em vez de serem coisas, são pensamentos e, como tais estão presentes em toda parte, livres de limitação ou restrição. Nenhum artifício da mente mortal, nem esquema algum urdido por especuladores, pode nos tirar um só algarismo, ou privar-nos do acesso instantâneo a tantos algarismos quantos precisamos. Jamais houve guerra alguma por uma nação tentar se apropriar indevidamente de uma porção maior da tabuada, nem pessoa alguma jamais foi considerada culpada por usar algarismos furtados.

Algarismos não são coisas, mas sim pensamentos; são conceitos mentais e, por isso, estão ao dispor de todos. Chegará o dia em que se perceberá que isso não somente é verdadeiro com relação aos algarismos, mas que todo assim chamado objeto material no universo é apenas a contrafação de alguma idéia divina, e não aquilo que a mente mortal nos mostra. Virá o momento em que a mente mortal abandonará sua crença de que as idéias sejam representadas por objetos materiais e, quando chegar esse momento, não haverá nenhum temor de que aquilo que entendemos ser uma idéia e não uma coisa, possa ser perdido ou sofrer dano. Compreenderemos, então, o que Jesus queria dizer ao declarar: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros [idéias corretas] no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam” (Mateus 6:19,20).

Talvez o leitor se pergunte o que é que tudo isso tem a ver com nossa experiência presente. Tem a ver muitíssimo! Os Cientistas Cristãos podem aumentar sua paz de espírito e se sentir libertos da responsabilidade pessoal, por pensar de acordo com diretrizes corretas, buscando pôr em prática imediata os ensinamentos da Christian Science. Se um homem se ocupa de um negócio que acredita ser de sua propriedade, do qual imagina ser o criador e dono, e por cujo sucesso se considera pessoalmente responsável, talvez ele tenha a sensação de carregar um grande fardo, devido à sua posição. Ele talvez sofra devido a maus negócios, perda de clientes, ou devido a quaisquer dos aspectos ligados à sua atividade ou profissão; enquanto acreditar que o negócio seja de sua propriedade exclusiva, jamais estará livre de algumas das inúmeras crenças que presumivelmente afetam o mundo dos negócios em geral ou sua atividade em particular. Para remediar tal situação, é preciso que o homem comece a declarar e a reconhecer que tudo é Mente e idéia da Mente; que não há coisa alguma a respeito de seus negócios que seja limitada ou material. Se Deus é o criador de tudo, e se tudo no universo pertence a Ele, então esse negócio que o homem diz ser de sua propriedade, é realmente de propriedade de Deus, e o homem adquire o domínio sobre ele somente na proporção em que seus pensamentos e suas transações diárias estiverem de acordo com o Sermão do Monte. Se o homem reconhecer esse fato, e aplicar ao trabalho sua compreensão do Princípio da Christian Science, seus temores e incertezas se desvanecerão. O homem passará a conduzir e levar avante os negócios da maneira que Deus exige e exercerá domínio e controle apenas na proporção em que se colocar sob a direção infalível da Mente divina.

Algarismos não são coisas, mas pensamentos; são conceitos mentais. Chegará o dia em que se perceberá que isso não somente é verdadeiro com relação aos algarismos

Se uma mulher se considera a dona de uma casa e acha que tudo é seu; se ela crê que os móveis, objetos e todos os outros acessórios da casa sejam sua propriedade pessoal, ela talvez se torne tão sobrecarregada de responsabilidades, a ponto de pensar que é inteiramente incapaz de controlar a situação. Mas, se ela estiver disposta a aceitar a Deus como Aquele que governa seu lar, disposta a converter as coisas em pensamentos e a compreender que “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3); se ela compreender que a inteligência divina governa e controla os empregados, a casa e tudo o que ela contém, imediatamente se desvanecerá toda sensação de ansiedade, temor e desordem, e ela descobrirá que a lei divina de paz e harmonia tomou posse de sua casa e a administra. Se ela compreender que tudo ligado à casa se destina a manifestar e a expressar a lei da perfeição, as coisas irão se desenrolar mais suavemente para todos os que ali residem e haverá paz e alegria para todos os que nela entrarem.

Existe outro aspecto no conceito de posse que talvez se constitua em uma das mais fortes crenças mortais. Os pais acreditam ser criadores privilegiados de alguma coisa; acreditam que possam usurpar o poder criador da Mente divina e gerar filhos de si mesmos, por cuja formação, educação e futuro bem-estar sejam inteiramente responsáveis. Esse sentimento, por parte dos pais, escancara a porta às sugestões de fracasso, e as provações e tribulações que se presumem inerentes à posse e controle dos filhos, assaltam os pais por todos os lados. Eles precisam aprender que Deus é o único Pai e a única Mãe; que o homem é o descendente de Deus; não é físico nem material, mas espiritual, refletindo e manifestando a sabedoria, o amor e a inteligência do ser infinito. Tão logo se alcança essa linha de pensamento, o falso senso de responsabilidade que a mente mortal tem imposto aos pais é removido e eles passam a confiar corretamente em Deus para cuidar de seus filhos, sabendo que nada pode interferir nos resultados harmoniosos que acompanham a proteção divina.

Tudo pertence a Deus; nada pertence a nós. O homem não é criador nem proprietário. Como Cientistas Cristãos, podemos começar imediatamente a nos dar conta desse fato, e os resultados serão rápidos e satisfatórios. Abrir mão de todo pensamento de posse, não significa, porém, que tenhamos de sacrificar tudo o que nos é caro ou que tenhamos realmente de nos privar de alguma coisa. Pelo contrário, significa que graças a uma maior compreensão de que tudo é Mente e idéia da Mente, pouco a pouco adquirimos a posse de tudo o que vale a pena possuir. O mero ato de renunciar a algo não é em si mesmo uma virtude, nem se ganha nada assumindo um falso senso de humilidade. É bem verdade que temos de desistir de muitas coisas, mas essas são sempre as velhas crenças insatisfatórias e, à medida que elas desaparacem, são suplantadas por idéias corretas que nos dão um senso de liberdade, poder e posse, bem maior do que o que tínhamos anteriormente.

O que Jesus queria dizer quando afirmou “ao que tem se Ihe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”? (Marcos 4:25). Ora, é isto: aquele que possui a idéia correta é realmente aquele que “tem”, e suas posses tendem a aumentar; enquanto que aquele que tem o conceito equivocado é o que “não tem”, e necessariamente perde até mesmo aquilo que parece possuir. O que precisamos fazer, então, é mudar nosso modo de pensar. Somente a Christian Science torna possível cumprir estas palavras de Jesus: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, diz: “Mantendo em minha mente a idéia correta de homem, posso melhorar minha própria individualidade, saúde e moral, e as de outras pessoas” (Miscellaneous Writings, p. 62). Todas as coisas são conseguidas por meio da idéia correta, que se firma na consciência humana e despoja-nos de nossos falsos conceitos. A única coisa que pode acontecer ao senso humano das coisas, é ele desaparecer exatamente na proporção em que assimilamos a verdade.

É uma lei da metafísica que o pensamento se exterioriza. A Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos” (p. 261). Disso se depreende que a idéia correta na Christian Science naturalmente se expande e se manifesta, e assim leva o pensamento à demonstração. Quando alcançamos o ponto de vista que nos permite ver todas as coisas materiais como apenas crenças, e entender que essas crenças podem ser transformadas e melhoradas por se abrigar a idéia correta, começamos, então, a concretizar na nossa experiência aquilo a que se referia o Apóstolo Paulo quando disse: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (2 Coríntios 2:9).

Nada pode interferir nos resultados harmoniosos que acompanham a proteção divina.

Outro aspecto que se apresenta nessa linha de raciocínio, é o de que as pessoas crêem possuir uma mente separada de Deus, a qual dizem ser sua própria mente, e acreditam que elas possam pensar e querer com essa mente como lhes agrade, independentemente dos fatos inerentes ao ser. Esse falso conceito leva a outra conclusão errônea, a saber, a de que a mente mortal tenha criado e nos dado um corpo físico dotado de olhos, ouvidos, pulmões, estômago, etc., que acreditamos ser materiais e por cujo bem-estar somos responsáveis. Quando esse erro toma posse de nós, a mente mortal em seguinda pretende ter a capacidade de nos privar da visão, audição, etc., e afirma que nosso estômago pode se desarranjar e adoecer. Isso tudo resulta de crermos que haja outro criador além de Deus, outra inteligência e poder a que obedecemos. “Não sabeis”, diz Paulo, “que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos?” (Romanos 6:16). O único remédio para os males da carne é corrigir as falsas crenças que os produzem, e essas são corrigidas introduzindo a idéia correta. Por não perceber esse fato, é que os Cientistas Cristãos deixam, às vezes, de realizar as curas rápidas de que são capazes. No livro Ciência e Saúde, a autora diz: “Por não percebermos os pontos metafísicos vitais, por não vermos como a mente mortal afeta o corpo, agindo de modo benéfico ou nocivo sobre a saúde, assim como sobre a moral e a felicidade dos mortais — enganamo-nos em nossas conclusões e em nossos métodos. Lançamos a influência mental para o lado errado, aliás, prejudicando, assim, aqueles a quem tencionamos abençoar” (p. 397).

No modo de pensar da mente mortal, os pensamentos se exteriorizam como matéria e recebem o nome de corpo. Quando compreendemos o que a Christian Science ensina com relação à exteriorização do pensamento, entendemos que o conceito humano de corpo é um produto mental e não é nada mais nada menos do que a manifestação exteriorizada do pensamento. Portanto, a fim de curar o que parece ser um estado doentio do corpo, temos de abandonar todo pensamento de que o corpo seja material e reconhecê-lo como um produto puramente mental, um estado objetivado do senso material que deve ser corrigido mediante a substituição do conceito falso pela idéia espiritual. Isso, de acordo com a lei de Deus, resulta em saúde e harmonia.

O conceito humano sobre o corpo é um produto mental e não é nada mais nada menos do que a manifestação exteriorizada do pensamento.

Deus é o único criador, e tudo o que Ele cria deve ser semelhante a Ele. O homem não é composto de carne, sangue, ossos e nervos; ao contrário, ele é o conjunto individualizado de idéias corretas, a idéia composta de Deus que inclui todas essas idéias corretas. “Para Deus, conhecer é ser”, diz a Sra. Eddy em Não e Sim, p. 16. Conhecer é ser; portanto, o que o homem sabe, constitui seu ser, e a verdadeira consciência consiste no reflexo das idéias corretas que já existem na Mente divina. É cientificamente impossível introduzir na consciência um pensamento errado, e não pode haver nenhuma imperfeição na Mente, pois o que está incluído na Mente, é perfeito e inviolável, nunca pode ser mudado nem de modo algum alterado. Nada existe senão Deus e o que Deus cria. Por conseguinte, existe uma única idéia correta de cada coisa, desde a menor até a mais elevada, pois, como diz Ciência e Saúde: “A Mente divina mantém distintas entre si, e eternas, todas as identidades, desde a duma folha de relva até a duma estrela” (p. 70).

A crença mortal, em seu esforço para ver materialmente, cria o olho humano e declara ser ele o órgão da visão, enquanto que, em realidade, a visão é uma qualidade da Mente e é inteiramente independente de íris, pupila, cristalino, ou outras partes incluídas no órgão da visão. Quando Jesus disse: “São os olhos a lâmpada do corpo” (Mateus 6:22), ele não se referia ao senso material de olhos, mas àquele discernimento mental, espiritual, que a Mente divina outorga ao homem. Devemos lembrar, contudo, que o homem não é um objeto material, ele é mental; isso significa que ele é a imagem e semelhança da Mente, a corporificação, a manifestação, o reflexo, somente de idéias. Não pode haver dúvida alguma de que existam olhos perfeitos, isto é, discernimento espiritual. É igualmente verdadeiro que toda faculdade espiritual incluída na Mente divina, é outorgada à imagem e reflexo da Mente, o homem. O reconhecimento desse fato restauraria a saúde perfeita de olhos doentes, assim como restauraria aquilo que se chama substância perdida dos pulmões. Notem o que a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “As faculdades indestrutíveis do Espírito existem sem as condições da matéria e também sem as crenças errôneas de uma suposta existência material” (p. 162). Essa qualidade da inteligência divina que constitui a base daquilo que se chama olho humano, e da qual o olho humano não passa de contrafação, é o único olho que realmente existe.

É cientificamente impossível introduzir na consciência um pensamento errado, e não pode haver nenhuma imperfeição na Mente, pois o que estiver incluído na Mente, é perfeito e inviolável

Isso também é verdade com referência ao que a mente humana chama coração, fígado, pulmões e tudo o mais que forma o assim chamado corpo material. A mente mortal alega que o homem seja matéria organizada, mas as crenças da mente mortal não têm substância, e permanece o fato de que o único homem que existe ou pode existir, é aquela idéia espiritual composta, da qual esse organismo material é a falsificação. Considerando que só pode haver uma única idéia correta de cada coisa, há apenas um único conceito correto daquilo que a mente mortal chama estômago. Este não é feito de matéria; não é uma coisa material. É um conceito mental, um pensamento, cuja substância está na Mente. Um conceito material acerca de qualquer um dos órgãos físicos é falso e enganoso, e precisa ser destruído algum dia. A Sra. Eddy diz: “Todo objeto no pensamento material será destruído, mas a idéia espiritual, cuja substância está na Mente, é eterna” (ibidem, p. 267). E em “Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] ela pergunta: “Acaso uma pedra é espiritual? Para o errôneo sentido material, Não! mas para o senso espiritual, que não erra, a pedra é uma pequena manifestação da Mente, um símbolo da substância espiritual, 'a substância das cousas que se esperam'” (p. 27).

Está na hora de deixarmos as tentativas de tratar de órgãos doentes e dedicarmo-nos a substituir seus modelos imperfeitos por ideais melhores e mais elevados, esse é o único método verdadeiro de cura. Deus é a lei da saúde e da harmonia para todas as Suas próprias idéias, e não só isso, a lei de Deus que governa a idéia espiritual perfeita é também a lei da perfeição para o conceito humano das coisas, e isso se estende a todos os órgãos que compõem o organismo humano. Aquilo que Deus sabe acerca da mão, do olho, do pé, é a única coisa que precisamos saber a respeito deles. Deus os conhece não como idéias materiais, mas sim como idéias perfeitas, harmoniosas e úteis, e sabe que sua identidade é distinta e eterna. Se alguém tem um conceito equivocado sobre a mão, o olho, o pé, sua única salvação é substituir os objetos dos sentidos pelas idéias da Alma. Essas idéias são perfeitamente reais e tangíveis, e estão ao alcance de todos os que se volvem à Mente divina em busca de orientação. Se o corpo de alguém viesse a ser ferido, o que seria atingida é a crença ou conceito que essa pessoa tem acerca do corpo, e não a idéia de Deus. Portanto, para se curar, essa pessoa teria de abandonar rapidamente seu conceito errôneo de corpo e familiarizar-se com a idéia incorpórea que Deus tem. A Bíblia diz: “Reconcilia-te, pois, com ele [Deus], e tem paz” (Jó 22:21).

Por ser o homem a idéia composta de Deus, segue-se naturalmente que tudo o que faz parte da consciência do homem, deve ser espiritual e perfeito.

Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea] a Sra. Eddy escreve: “Nem o Antigo nem o Novo Testamento fornecem razões ou exemplos para a destruição do corpo humano, mas sim para a sua restauração à vida e à saúde, como prova científica de 'Deus conosco'. A Verdade tem o poder e a prerrogativa de destruir toda doença e de ressuscitar os mortos — até mesmo o próprio Lázaro. O corpo espiritual, a idéia incorpórea, veio com a ascensão” (p. 218).

Não podemos ter outro corpo a não ser aquele que é a idéia perfeita e incorpórea. Por ser o homem a idéia composta de Deus, segue-se naturalmente que tudo o que faz parte da consciência do homem, deve ser espiritual e perfeito, caso contrário, não é o estado de consciência que Deus conhece e que o homem deve ter.

A matéria nunca pode ser espiritualizada, mas nosso conceito equivocado, que se apresenta como matéria, deve ser corrigido e, assim, espiritualizado. Para curar um coração imperfeito, que é apenas uma crença errônea, precisamos rejeitar o testemunho do senso material e afirmar a presença da idéia de Deus, a fim de melhorar nosso conceito falso. Não é necessário sabermos qual é exatamente a idéia espiritual que está por trás do conceito humano de coração. Tudo o que precisamos saber é que o conceito equivocado de coração, que parece ser material, não é o correto. Existe uma idéia divina da qual a crença humana de coração é a falsificação, e essa idéia divina está presente aqui e agora, e não existe nenhuma outra. Como está em Ciência e Saúde: “Examinados à luz da Ciência divina, os mortais apresentam mais do que se descobre na superfície, pois que os pensamentos invertidos e as crenças errôneas são forçosamente contrafações da Verdade” (p. 267). Se alguém tem uma doença no estômago, seu único remédio é reconhecer a falsidade de tudo o que a mente mortal diz acerca do estômago, e reivindicar a posse da idéia divina, que é a única realidade perfeita.

Toda doença tem sua origem em um conceito errado acerca das coisas, e o único remédio é obter a idéia correta. Tendo em vista que toda idéia espiritual é falsificada por uma crença material, podemos entender o significado das palavras da Sra. Eddy, quando diz: “A Ciência divina, que se eleva acima das teorias físicas, exclui a matéria, reduz as coisas a pensamentos, e substitui os objetos do sentido material por idéias espirituais” (ibidem, p. 123). Se não houvesse idéias espirituais com as quais substituir os objetos do sentido material, nossas crenças doentias nunca poderiam ser corrigidas e nosso corpo não poderia ser curado cientificamente. Deus não está separado de Suas idéias; a idéia espiritual de qualquer coisa está sempre presente e traz consigo o poder e a atividade da Mente infinita, e quando essa idéia espiritual é trazida à luz em contraste com o conceito falso, ela produz resultados harmoniosos.

Nunca podemos curar por tentar exercer o poder da Verdade sobre um corpo doente. É o exercício do poder da Verdade sobre uma crença em doença, o que produz a cura como resultado.

Se é verdade que uma crença errônea a respeito do corpo se manifesta como doença, então a idéia correta que corrige o falso conceito deve resultar em uma manifestação física melhorada. Nunca podemos curar por tentar exercer o poder da Verdade sobre um corpo doente. É o exercício do poder da Verdade sobre uma crença em doença, o que traz a cura.

A Christian Science é uma ciência exata, e como tal não permite desvio algum de seu Princípio e regra. Ela exige que o estudante, a fim de demonstrar a verdade dessa Ciência, seja capaz de obedecer aos seus requisitos. Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). Portanto, um conhecimento da verdade daquilo que a Christian Science ensina, é absolutamente necessário para que essa Ciência seja demonstrada.

Todos nós estamos labutando mais ou menos sob a crença de que o homem seja um ser humano separado de seu criador, com uma mente e uma inteligência próprias. Essa crença precisa ser destruída, e o único meio de se conseguir sua destruição é manter constantemente no pensamento a idéia correta e declarar a presença e a atividade de todas as idéias de Deus. À medida que essas idéias se tornarem mais reais para nós, a assim chamada mente humana desaparecerá e nos acharemos cada vez mais semelhantes a Ele, ou seja, cada vez mais semelhantes à sabedoria infinita, mais semelhantes à Verdade e ao Amor. Então, acontecerá aquilo que o profeta escreveu: “A terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9).

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