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Uma Verdade universal, uma Igreja universal

Da edição de fevereiro de 2014 dO Arauto da Ciência Cristã

Excerto da entrevista publicada na edição de dezembro de 2013 de The Christian Science Journal.


Mary Trammell, ou “Trinka”, como ela é carinhosamente conhecida, fez doutorado em Literatura e em História da Bíblia e lecionou nas cadeiras de Redação e Jornalismo do sistema universitário público na Flórida, antes de se tornar Praticista e Professora de Ciência Cristã.

Durante o tempo em que foi membro dO Conselho de Diretores da Ciência Cristã e ocupou vários cargos editoriais para os periódicos da Ciência Cristã, incluindo o de Diretora de Redação, Trinka viajou muito e escreveu de forma prolífica para as publicações e continua a colaborar nelas. Agora, como membro do Conselho de Educação da Ciência Cristã, Trinka divide seu tempo entre Boston e Flórida.

Ao nos sentarmos para conversar nA Igreja Mãe, em Boston, seu celular toca pela segunda vez como um doce lembrete de que onde quer que ela vá, ela leva junto sua prática da Ciência Cristã. Pelo que ela diz, não poderia ser de outra forma.

Trinka, quando sua prática da Ciência Cristã realmente começou?

Fiz o Curso Primário de Ciência Cristã após meu primeiro ano como caloura na faculdade e, logo depois disso, meus colegas de faculdade que eram Cientistas Cristãos começaram a me pedir ajuda por meio da oração. A partir desse momento, minha prática foi pequena mas constante, muito embora eu tivesse decidido seguir a carreira acadêmica. Senti, contudo, que acabaria dedicando minha vida à prática quando me aposentasse da carreira acadêmica.

O que a inspirou a uma mudança de planos?

Suzanne, durante 50 anos meus pais foram praticistas da Ciência Cristã muito dedicados e meu pai foi Professor de Ciência Cristã, de forma que tive um exemplo extremamente inspirador.

Quando meu pai estava com quase 90 anos, ele faleceu e minha mãe e eu recebemos uma enxurrada de cartas provenientes de seus alunos e de outras pessoas que ele havia ajudado por meio da prática, centenas delas, dizendo: “As orações desse homem mudaram minha vida”. Naturalmente, nós respondemos a cada uma delas e, então, comecei a pensar: “Será que alguma vez eu proporcionei a alguém o que meu pai ou minha mãe proporcionaram a essas pessoas”?

Eu amava meu trabalho como professora; entretanto, às vezes, dava para ver que aquilo que um aluno realmente necessitava era de ajuda espiritual.

Naquela ocasião, estava terminando um período como Segunda Leitora em nossa igreja e pensei: “Não quero que isso termine, essa experiência maravilhosa de servir à igreja”. Em uma manhã de domingo, antes do culto na igreja, veio-me ao pensamento: “O próximo passo para você é a prática”.

Consultei os membros da família, uma vez que dependiam do meu salário como professora, e também do salário de meu marido, e eles todos apoiaram a ideia e disseram: “Certamente”. Foi um sacrifício, pois decidimos vender nossa casa e nos mudarmos para outra muito menor, a fim de utilizar aquele dinheiro para que nossos filhos cursassem a faculdade, mas sentimos que havíamos feito algo pela humanidade.

Conseguimos ver que, se simplesmente deixarmos o amor que sentimos uns pelos outros, e que refletimos do Amor divino, vir à tona e ter prioridade em nosso trabalho da igreja, exatamente como acontece em nossas famílias, é possível obter harmonia em qualquer igreja.

Depois que me demiti do meu emprego na universidade, aluguei um pequeno escritório e comecei minha prática pública. Dentro de um ano, estava registrada em The Christian Science Journal.

Pouco depois, você teve uma experiência significativa que, conforme você mencionou em nossa troca de e-mails, proporcionou-lhe "uma inspiração de longa duração” em sua prática. Você gostaria de nos contar como ocorreu?

Já estava na prática há uns dois anos quando, de repente, contraí algum tipo de doença. Ela causava muita fraqueza e dores. Durante dois anos, eu não conseguia ficar fora de casa por mais do que alguns minutos de cada vez. Em uma situação como essa, você faz um profundo exame de consciência. Mas, a coisa maravilhosa foi que nunca tive de deixar a prática.

Em realidade, acho que foi a prática que salvou minha vida, porque havia ocasiões em que me perguntava se eu alguma vez recobraria a saúde ou voltaria a ser útil ao mundo. Mas, como meu marido costumava dizer: “Às vezes, você parece estar às portas da morte, mas então o telefone toca e, de repente, você está sentada ou apoiada em algo, ajudando alguém a ver a irrealidade daquilo que lhes está causando mal-estar, tristeza ou dor”. Ele também me dizia: “Vi como você esqueceu de si mesma, movida pelo desejo de ajudar outra pessoa”, e acho que ele estava certo.

Esse desejo é natural, e é o amor o que motiva você. O Amor é divino, é Deus, e, como Mary Baker Eddy diz em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Tudo o que mantém o pensamento humano em linha com o amor abnegado, recebe diretamente o poder divino” (p. 192). Isso é o que entra em ação.

Lembro-me de que, certo dia, eu estava deitada no sofá, sozinha em casa, e pensando: “Se eu ficar completamente curada, quero ser uma nova pessoa e vou dedicar toda a minha vida, como nunca antes o fiz, a Deus e à prática da Ciência Cristã, à sua missão sanadora. Então, foi quase como se uma voz me dissesse: “Por que você não começa agora mesmo”? Assim, naquele exato momento me comprometi a entregar-me por inteiro, de uma maneira que nunca fizera antes. Acho que foi daquele ponto em diante que comecei a ver a luz no fim do túnel e me recuperei por completo.

Como você sabe, Suzanne, tenho estado muito saudável desde aquela ocasião.

Daquele momento em diante, a prática se tornou minha vida, o centro de tudo, quer fosse na família, no trabalho da igreja, escrevendo, editando. Sem ela, o resto não teria sentido.

Quais atributos você considera como sendo os mais importantes para um praticista ou sanador?

Eu teria de colocar o amor no topo da lista. Se você tiver amor, isso lhe dá a graça e as palavras de que necessita quando conversa com um paciente. Mas, não são as palavras que curam, é o Amor divino, o tipo de amor que Deus coloca em nosso coração, quando realmente nos importamos com os outros, quando verdadeiramente amamos a Deus e desejamos caminhar com Ele e ajudar outros a também caminhar com Ele.

Naturalmente, é importante estar sempre alerta para salvaguardar seu próprio pensamento. Mas, o que lhe dá a motivação para fazer isso senão o amor? Quando você realmente se importa com o bem-estar do próximo, você não se deixa irritar pelos problemas, ou a cair em tentações e a cometer erros que, de alguma maneira, comprometeriam sua capacidade de curar, porque isso acontecerá. Afastar-se do pensamento alicerçado no Princípio, como bondade e pureza, e todos nós já fizemos isso em um momento ou outro, compromete o que podemos fazer pela humanidade.

Com muita frequência a igreja se parece realmente como um campo de prova, onde aprendemos a “salvaguardar” o pensamento, por assim dizer, da falta de gentileza e da crítica.

Quando o Conselho de Diretores estava realizando reuniões abertas em todo o mundo, sempre que podíamos nos reuníamos com os jovens nas igrejas e, com muita frequência, eles nos perguntavam: “Por que os membros da igreja, os adultos, brigam uns com os outros”? Era difícil responder a essa pergunta.

É nossa demonstração da verdade, nossa disposição de compartilhar a Ciência Cristã com liberdade e universalmente, o que fará toda a diferença.

Mas, à medida que pensávamos todos juntos sobre esse assunto, acho que os jovens conseguiram ver, como também nós o vimos, que é exatamente como as famílias que algumas vezes discutem sobre algumas coisas, mas que se amam mutuamente. Conseguimos ver que, se simplesmente deixarmos o amor que sentimos uns pelos outros, e que refletimos do Amor divino, vir à tona e ter prioridade em nosso trabalho da igreja, exatamente como acontece em nossas famílias, é possível obter harmonia em qualquer igreja.

No entanto, lamentavelmente, algumas vezes acabamos não concordando com pequenas coisas que são incidentais em outras denominações. Às vezes, tudo o que necessitamos é de um pequeno lembrete da unidade da Mente, de tudo aquilo em torno do qual temos de nos unir e de como o que a Bíblia chama de “mente carnal”, a maneira material de ver as coisas, desejaria de tal maneira nos arrastar ao desentendimento e nos fazer pensar que coisas que são essencialmente detalhes sejam questões importantes o suficiente para nos dividir. Não há nada tão importante.

Quando você era Redatora Adjunta dO Arauto da Ciência Cristã, e, mais tarde, membro dO Conselho de Diretores da Ciência Cristã, você visitou cerca de 34 países. O que mais a inspirou nessas visitas e lhe proporcionou esperança para o movimento da Ciência Cristã?

Encontramos muitas igrejas, sociedades e grupos com bons e valorosos trabalhadores. Às vezes, era apenas uma única pessoa, como um senhor nas Filipinas que tinha visitado os Estados Unidos havia alguns anos. Ele foi curado na Ciência Cristã e, em seguida, retornou para seu país a fim de disseminar a palavra sobre a nova religião maravilhosa que ele havia encontrado. Assim, um é tudo o de que se necessita. Com frequência, havia duas ou três pessoas queridas que perceberam a cura pela Ciência Cristã e ficaram tão entusiasmadas com ela que promoveram as realizações e conquistas de suas igrejas filiais. Foi uma grande emoção conhecer essas pessoas.

Durante minhas viagens foi muito inspirador conhecer membros que tomam a mais simples tarefa na igreja e a elevam a um novo nível, por meio da oração conjunta e inspirada, de modo que nunca se torne apenas uma rotina. Eles estão sempre atentos às novas pessoas que chegam à igreja e sempre preparados para lhes dar amavelmente as boas-vindas, da mesma maneira como fizeram comigo. Às vezes, são esses mesmos membros que ajudam a apaziguar desentendimentos que possam ocorrer entre os membros. Também fiquei muito inspirada ao ver pessoas que estavam em sua oitava ou nona década de experiência humana, voluntariando-se a desempenhar na igreja tarefas que exigem muito, como as de Primeiro ou Segundo Leitor, simplesmente pelo amor que têm por essas atividades. Assim como ver as pessoas que valorizam e ajudam novos Cientistas Cristãos e os convidam a se filiar à sua igreja.

Sou muito grata por ver que, nos últimos anos, os jovens estão cada vez mais assumindo o lugar que lhes corresponde dentro do nosso movimento. Precisamos deles e acredito verdadeiramente que precisamos ouvi-los; devemos dar a eles oportunidades de expandir suas asas dentro das nossas organizações de igreja, na prática da cura, nas associações de Ciência Cristã e nas igrejas filiais. Eles já estão fazendo muito para energizar nosso movimento, pelo que sou verdadeiramente grata. Mas creio que devemos deixar a porta bem aberta para mais oportunidades nesse sentido.

Você mencionou que frequentemente lhe perguntam: “Qual é o futuro da nossa Igreja”?

Quando oro sobre essa questão, continuamente me vem ao pensamento o fato de que a resposta se encontra na vida que você e eu vivemos. É nossa demonstração da verdade, nossa disposição de compartilhar a Ciência Cristã com liberdade e universalmente, o que fará toda a diferença.

Não existe nada que nos impeça de viver essa verdade da melhor forma que a compreendemos, em toda parte, oferecendo-a a todos.

A Sra. Eddy nos oferece o conceito de um Deus que é universal, e escreve: “Deus é universal; não está confinado a um lugar, não é definido por nenhum dogma, nem é propriedade de nenhuma seita. Não apenas para alguns, mas para todos, Deus é demonstrável como Vida, Verdade e Amor divino; e Seu povo são aqueles que O refletem, que refletem o Amor” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 150). Também o Cristo é certamente universal, conforme ela diz: “Cristo é a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (Ciência e Saúde, p. 332); não apenas às pessoas que são criadas no cristianismo, ou que acreditam em Deus, mas a toda a consciência humana.

A missão de Jesus foi certamente universal também. Para mim, é significativo que Jesus tenha começado seu ministério na Galileia, que na época era habitada, principalmente, por não-judeus, por pessoas que sequer estavam comprometidas ao monoteísmo, e que talvez acreditassem em muitos deuses. Mas, ele pregava a todos, sem exceção, e dizia aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Portanto, essas são nossas ordens para seguirmos adiante. Não existe nada que nos impeça de viver essa verdade da melhor forma que a compreendemos, em toda parte, oferecendo-a a todos. Assim, gosto de pensar que, se somos universais em nosso senso de Igreja e de nossa prática da Ciência Cristã, e com isso quero dizer, incluir a toda a humanidade em nossas orações, nossa Igreja, com o tempo, refletirá mais universalidade em uma dimensão humana.

Uma das coisas que mais tem me inspirado ao visitar igrejas ao redor do mundo tem sido constatar a promessa universal de Igreja começando a ser cumprida, coração a coração, congregação a congregação. Acredito verdadeiramente que não existe qualquer possibilidade de detê-la!

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