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Como identificar-nos corretamente

Da edição de maio de 2017 dO Arauto da Ciência Cristã

Tradução do original em inglês publicado na edição de janeiro de 2017 do The Christian Science Journal.


Como é que você se identifica? Embora muitas pessoas considerem que a essência de sua identidade é espiritual, no dia a dia frequentemente nos identificamos em termos de nossa fisicalidade. Os passaportes, por exemplo, precisam ter uma foto para que sejam um documento aceitável de identificação para o portador. Quando conversamos, a maneira de descrevermos alguém para os outros, para que eles possam reconhecer a pessoa em questão, muitas vezes menciona a aparência física. Ou então podemos identificar alguém por sua personalidade, por suas características boas e não tão boas. 

Entretanto, o senso espiritual nos capacita a identificar as pessoas por sua natureza espiritual, isto é, pela natureza boa e pura que cada um possui, de maneira totalmente individual, como filho de Deus. Os sentidos materiais parecem contradizer essa natureza espiritual, mas quando aprendemos a exercer o senso espiritual, a verdadeira natureza do homem vem à luz e o senso material limitado do existir cede a uma compreensão da totalidade de Deus. 

Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy faz a seguinte pergunta: “O que são o corpo e a Alma?” (p. 477). A resposta começa assim: “A identidade é a reflexão do Espírito, o reflexo em variadíssimas formas do Princípio vivente, o Amor”, e em seguida prossegue, explicando melhor o fato de que a verdadeira identidade é puramente espiritual.

Algumas vezes, existe a crença equivocada de que, embora sejamos basicamente espirituais por natureza, ainda assim necessitamos de um corpo material, a fim de expressar nossa identidade individual. Dizer que a matéria é necessária para expressar o Espírito seria como dizer que as trevas são necessárias para expressar a luz. A luz é uma entidade em si mesma e de si mesma, e não tem nenhuma necessidade das trevas nem conhecimento das trevas. Da mesma maneira, o Espírito, Deus, é individual e completo, e o homem, feito à semelhança de Deus, manifesta essa individualidade e completude. A matéria, em vez de ser necessária para expressar o Espírito, é a suposta ausência do Espírito. Essa crença na matéria, ou a crença de que o Espírito esteja ausente, desaparece à medida que a substância do Espírito se torna aparente. Nossa identificação correta, segundo a qual somos puramente espirituais, é básica para a prática da cura da Ciência Cristã. Identificar-nos, a nós mesmos e aos outros, como sendo um com o Espírito, leva o pensamento a não mais olhar para a materialidade, e assim reconhecemos e vivenciamos as bênçãos que resultam do conhecimento de  que nossa verdadeira natureza é espiritual.

Esse fato ficou evidente na cura de um homem que tinha um caroço que lhe crescia em um dedo. Era um caroço bastante grande e estava ficando cada vez maior e muito dolorido. Tanto ele como a família estavam temerosos. Ele conhecia alguma coisa sobre a Ciência Cristã e me pediu para orar por ele, o que eu fiz.

Alguns dias depois, ele voltou a entrar em contato e relatou que tivera uma melhora significativa, tanto física como mental. O medo que sentia havia desaparecido e seu interesse pela Ciência Cristã, que o havia ajudado anteriormente, tinha reacendido. Ele não me pediu mais para orar por ele, mas continuou a orar para si mesmo.

Umas duas semanas depois, ele passou rapidamente pelo meu escritório. O caroço havia desaparecido quase que inteiramente. Ele me contou que sentira medo de que tivesse herdado aquela doença, uma vez que alguém em sua família havia sofrido do mesmo tipo de problema. Mas a oração o levara a ficar livre do medo, quando ele vislumbrou algo a respeito do fato de que as condições materiais não tinham nenhum poder real sobre ele. Depois disso, quando conversei com ele novamente, ele me disse que todas as evidências do caroço haviam desaparecido e que não restava nada para mostrar que alguma vez tivesse existido.

Do ponto de vista do senso material, acredita-se que a matéria seja uma entidade separada da consciência e que tenha poder próprio. Mas, à medida que crescemos espiritualmente e começamos a compreender que a matéria é meramente o estado objetivado do pensamento mortal, constatamos que temos domínio sobre a crença na matéria, na medida em que alinhamos nosso pensamento de acordo com a verdade do existir. Na cura do caroço no dedo, que aquele homem vivenciou, seu pensamento foi transformado de maneira muito perceptível, porque ele parou de se identificar materialmente e passou a se identificar espiritualmente. Ele deixou de ter medo da história humana e da crença em hereditariedade e passou a sentir mais que é um com o Amor. À medida que ele alcançou um senso mais claro a respeito de sua identidade espiritual, evidenciou-se uma melhora em seu estado. 

Jesus falou sobre a importância de não deixarmos desviar o pensamento. Ele disse: “Ninguém pode servir a dois senhores...” (Mateus 6:24). Ajuda-me muito pensar nessa declaração de Jesus, que afirma o contrário da crença de que somos tanto espirituais como materiais e afirma o fato de que a verdadeira identidade de cada um de nós é puramente espiritual. Cada um expressa, de maneira inteiramente individual, o espectro completo das qualidades que vêm de Deus, tais como saúde, pureza, amor e compreensão espiritual. 

Em nossa experiência humana, geralmente vemos apenas um senso limitado da nossa identidade espiritual. Todo o bem genuíno em nossa experiência humana, expressado em incontáveis qualidades, capacidades e atributos, indica nossa verdadeira identidade como a ideia de Deus. Talvez seja relativamente fácil compreender que qualidades mentais como bondade, inteligência, honestidade, intuição e confiabilidade indicam a natureza de Deus e são fundamentadas no bem espiritual. Entretanto, talvez não entendamos tão prontamente que características como forma, contorno e cor também são atributos de Deus e expressam a natureza de Deus. Mas, por meio do crescimento espiritual, chegamos à compreensão de que cada aspecto da nossa identidade é puramente espiritual. Ciência e Saúde nos assegura: “O pensamento há de ser finalmente compreendido e visto com toda forma, substância e cor, mas sem acompanhamentos materiais” (p. 310).

Ciência e Saúde também declara: “Corretamente compreendido, o homem, em vez de possuir uma forma material dotada de sensação, tem um corpo isento de sensação...” (p. 280). Esse “corpo isento de sensação” com certeza tem de ser completamente espiritual, a expressão pura do Espírito, incluindo a substância espiritual de forma, contorno e cor.

A demonstração e a vitória completa sobre o senso material a respeito do corpo talvez nos pareça remota neste estágio de nosso crescimento espiritual, mas o senso espiritual nos proporciona a confiança de que, passo a passo, podemos provar nosso domínio sobre a matéria. Talvez possamos dizer com o Apóstolo Paulo: “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Coríntios 13:12).

Compreendemos a Verdade à medida que abandonamos as crenças materiais. Ciência e Saúde nos dá uma analogia útil, quando compara “a manifestação de Deus através dos mortais” com a “luz que passa através da vidraça”. A passagem continua, dizendo: “A luz e o vidro nunca se misturam, mas, como matéria, o vidro é menos opaco do que as paredes. A mente mortal através da qual a Verdade aparece mais vívida é aquela que perdeu muita materialidade — muito erro — a fim de se tornar mais transparente para a Verdade. Então, como nuvem que se dissipa em tênue vapor, ela não mais esconde o sol” (p. 295).

Ao considerar essa analogia, talvez fiquemos tentados a imaginar que somos como a vidraça. Todavia, cada um de nós é filho de Deus, não é um mortal. Como tal, somos um com Deus, da mesma maneira que cada raio de luz é um com o sol. Nós nos identificamos com a luz, não com a vidraça, a fim de nos identificarmos corretamente na analogia. Certamente nesta experiência humana necessitamos orar de forma constante para alcançar aquela transparência de pensamento que reconhece a verdade do existir, mas nossa oração é eficaz na medida em que oramos a partir do ponto de vista da nossa relação com Deus como Sua própria manifestação, ideia ou expressão. Essa é nossa verdadeira identidade como filhos e filhas de Deus.

Tradução do original em inglês publicado na edição de janeiro de 2017 do The Christian Science Journal.

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