Eu não tinha energia para chorar, mas mesmo assim as lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu olhava para o céu. No passado, eu gostara muito de pensar no céu como um símbolo da infinitude de Deus. Mas agora, ele representava um imenso vazio.
Como a maioria dos veteranos na faculdade, eu estava animada para me formar. Mas quando voltei para a casa de meus pais para começar o próximo capítulo de minha vida, fiquei assustada com o vazio que sentia. A incerteza me enchia de medo. Questões relacionadas à carreira se transformaram em questões relacionadas à minha identidade e até mesmo à nossa existência. Por que viver, se vamos morrer? Por que a vida importa? Comecei a sentir que todas as atividades e as pessoas que eu havia amado em minha vida eram fugazes e insignificantes.
A escuridão parecia me engolir, a ponto de eu achar que nunca iria encontrar novamente o senso de propósito e de estabilidade. Pela primeira vez, questionei até mesmo se eu acreditava ou não em Deus. Naquele dia, contudo, enquanto eu olhava para o céu com lágrimas nos olhos, algo dentro de mim me disse para eu ligar para um Praticista da Ciência Cristã e lhe pedir que orasse por mim.
“Mas isso não vai mudar nada”, pensei. “E mesmo se pudesse mudar alguma coisa, como é que eu poderia explicar a confusão constante, a tristeza e a dúvida que sinto todos os dias?”
De alguma maneira, apesar desses pensamentos, disquei o número de um praticista. Quando ele atendeu, eu disse algo a respeito de como eu havia me formado recentemente na faculdade e não sabia o que fazer em seguida. Isso foi tudo o que consegui dizer sem desmoronar. Mas a cordialidade e a ternura que senti do outro lado da linha me asseguraram de que ele compreendera minha necessidade. O praticista me indicou uma passagem de Salmos, a qual diz: “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz...” (37:23). Em outras palavras, Deus dirige e estabelece com firmeza cada um de nossos passos. Pela primeira vez em muitos meses, senti um raio de esperança.
Todavia, quando desliguei o telefone, aquele senso de conforto me deixou. Ao ponderar mais sobre aquela passagem bíblica, achei que na verdade ela não se aplicava à minha situação, visto que eu estava lidando com muito mais do que apenas descobrir os próximos passos a dar na vida. Embora eu soubesse que o praticista estava orando por mim, eu não acreditava que pudesse ser curada. A depressão era simplesmente poderosa demais.
Então, para minha grande surpresa, um senso de luz encheu, com calor, o vazio dentro de mim. Dentro de cinco minutos depois de desligar o telefone, a tristeza, a dúvida e o medo haviam desaparecido. Embora me parecesse miraculoso naquele momento, compreendi mais tarde que a luz que me preenchera fora o Cristo: “A divina manifestação de Deus, que vem à carne para destruir o erro encarnado” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 583). Senti essa presença do Cristo como uma comunicação tangível de Deus, lembrando-me de que eu sou a perfeita, amada e serena criação. Além disso, descobri que não havia nenhum lugar mental ou físico que pudesse me separar do amor de Deus.
Depois desse dia, o buraco negro da depressão às vezes me vinha ao pensamento, mas como eu sabia que o Cristo estava em ação, que Deus estava transformando meu pensamento com Seu amor, eu não acreditava mais que a depressão fosse uma realidade. Eu estava confiante no poder de Deus. Pouco tempo depois, à medida que continuava a orar, as últimas sugestões de depressão desapareceram completamente, e elas nunca mais retornaram. Nos seis anos que se passaram, fiz o Curso Primário da Ciência Cristã, dois programas de mestrado e estou atualmente lecionando inglês no ensino médio. O relacionamento com a família e amigos se aprofundou ainda mais, quando reconheci a Deus, o Amor, como a fonte desses relacionamentos.
Essa cura me permitiu encontrar respostas significativas para as perguntas que antes me atormentavam, e assim adquiri a convicção de que, mesmo nos momentos em que nos sentimos perdidos, nossos passos são verdadeiramente dirigidos e firmemente estabelecidos por Deus, e o Cristo nos lembra desse fato de maneiras que nos transformam.
Publicado anteriormente como um original para a Internet em 13 de junho de 2017.
Artigo publicado originalmente na edição de abril de 2017 do The Christian Science Journal.
