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Original para a Internet

Revolucionários espirituais

Da edição de novembro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de setembro de 2020.


Vivo em uma região do estado de Nova York que, no século XIX, foi apelidada de “corredor da consciência”. Foi aqui que surgiu o movimento pelos direitos da mulher, nos Estados Unidos, o movimento contra a escravidão, e foi também aqui que viveram e atuaram ativistas como Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, e Harriet Tubman.

Mary Baker Eddy, uma contemporânea de todos esses movimentos, na Nova Inglaterra, anunciou no Prefácio da primeira edição (1875) do seu livro pioneiro, Ciência e Saúde: “É chegada a hora dos pensadores; e tem de chegar a hora para revoluções, eclesiásticas e sociais. A Verdade, independente de doutrinas e sistemas consagrados pelo tempo, encontra-se à porta da história” (p. 3 daquela edição).

Enquanto os outros se concentravam nos direitos sociais e políticos, a Sra. Eddy trabalhava para que a humanidade conhecesse e exercesse os direitos e as liberdades espirituais de todos nós. Meses após o fim da Guerra Civil Americana, ela vislumbrou, nas páginas da Bíblia, uma mensagem espiritual libertadora que havia muito permanecera obscurecida por doutrinas e dogmas religiosos. A sua descoberta — que por fim chamou de Ciência Cristã — não só transformou a sua saúde, como também iluminou a trajetória da obra de sua vida, na qualidade de sanadora, professora, escritora e reformadora religiosa.

Nas páginas de seu livro, que ela revisou inúmeras vezes ao longo dos anos, e ao qual deu o título mais completo de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, os leitores podem sentir o calor de suas ideias revolucionárias. Aqui está uma dessas ideias:

“A voz de Deus em favor do escravo africano ainda ecoava em nosso país, quando a voz do arauto desta nova cruzada fez soar a nota tônica da liberdade universal, clamando por um reconhecimento mais completo dos direitos do homem como Filho de Deus, exigindo que os grilhões do pecado, da doença e da morte fossem arrancados da mente humana e que a liberdade dessa mente fosse conquistada, não pela guerra entre os homens, não pela baioneta e pelo sangue, mas pela Ciência divina do Cristo. …

“Cidadãos do mundo, aceitai a ‘gloriosa liberdade dos filhos de Deus’, e sede livres! Esse é vosso direito divino” (pp. 226, 227).

A compreensão da autora a respeito dos divinos direitos e liberdades que ela anunciou ao mundo, é proveniente da sua interpretação inspirada e espiritual da Bíblia, e inclui a verdade fundamental estabelecida no primeiro capítulo do Gênesis: Deus, como a única causa e o único Criador, e a criação como o reflexo de Deus, o Espírito, que é todo o bem. À luz dessa verdade, todos os filhos de Deus devem ser vistos à imagem e semelhança do seu único e perfeito Criador — exatamente como Cristo Jesus os via.

Essa mensagem universal de liberdade não só repercutia entre os leitores do livro, mas também os curava. Muitos se tornaram eles mesmos sanadores, o que deu origem a um movimento. Falando de improviso a uma multidão, em Chicago, em 1888, a Sra. Eddy falou de uma “luta revolucionária” em curso “em prol da liberdade de viver com saúde, santidade, e de alcançar o céu” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos]1883–1896, p. 101). 

Durante um culto dominical no dia 4 de julho de 1886 [dia da independência dos Estados Unidos], ela louvou a coragem dos antepassados, que ansiavam por “estabelecer uma nação sobre a verdadeira liberdade”. E então perguntou: “Mas o que dizer a respeito de nós, de nossa época e de nossas obrigações? Estamos nós devidamente cientes de nossas grandes oportunidades e responsabilidades? Estamos preparados para cumpri-las e aproveitá-las ao máximo, para agir de acordo com o apogeu da energia divina da qual estamos revestidos?” (Miscellaneous Writings, p. 176).

Mais de um século depois, essas questões não perderam seu caráter de urgência. Revoluções espirituais exigem revolucionários espirituais. Será que já pensamos sobre nós mesmos dessa forma?

Revoluções espirituais exigem revolucionários espirituais. Será que já pensamos sobre nós mesmos dessa forma?

Todas as vezes em que oramos para curar uma doença, partindo do ponto de vista da nossa identidade puramente espiritual, estamos nos rebelando contra a noção injusta de que a saúde seja vulnerável e seja ditada pelo corpo. Quando nos esforçamos para amar alguém que não parece digno desse amor, estamos protestando contra o conceito de que o homem seja egoísta e mau. Quando nos recusamos a praticar coisas como: tomar bebidas alcoólicas, ceder ao sexo casual e à pornografia, estamos exercendo o nosso direito de pensar espiritual e independentemente, em vez de focar a gratificação própria ou de apenas ir atrás dos outros.

Além disso, quando ousamos aprofundar nosso conceito de Deus, examinar nas Escrituras seu significado inspirado, estamos em sintonia com os revolucionários espirituais que nos precederam.

A Bíblia traz um registro desses homens e mulheres revolucionários, que se dedicaram às coisas do Espírito, que vislumbraram a realidade do governo espiritual de Deus. Esses patriarcas, pastores, profetas e discípulos do Antigo e do Novo Testamento — e especialmente o grande sanador galileu, Cristo Jesus — foram combatentes pela liberdade. Por meio das suas ações, defenderam o direito da humanidade de conhecer o único Deus universal e ser abençoada por Ele, e de nos reconhecermos como irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai. Eles revelaram leis morais e espirituais que fomentam o autogoverno e a paz. Também mostraram o valor de nos devotarmos de todo o coração a um só Deus, um só bem todo-poderoso, cuja onipresença não concede nenhum poder ao mal, à doença, ou à morte.

Essa revolução espiritual está muito viva nos dias de hoje. Não está “lá longe” em algum lugar, mas agita-se profundamente dentro de nós. “…o reino de Deus está dentro de vós”, ensinou Jesus (Lucas 17:21). Esse reino é a própria consciência e autoridade suprema de Deus como o Amor e o Espírito, derrubando tudo o que é dessemelhante de Si mesmo, inclusive o ódio, a raiva, a luxúria, e todo o desassossego da mentalidade baseada no medo. Esse é o âmago da verdadeira revolução. 

Como calouro na universidade, eu estava tão apreensivo pelos problemas do mundo, que tirei um semestre inteiro para ler Ciência e Saúde de capa a capa. Aquelas setecentas páginas acenderam em mim uma chama que não mais se apagou. Comecei a ver o meu propósito de vida, e o mundo à minha volta, de maneira diferente. O medo e as limitações desapareceram, e quando dei por mim, estava me movendo em direção inesperada que me levou a estudar, viajar e trabalhar em diferentes partes do mundo e, por fim, a dedicar a minha vida à cura espiritual.

Essa revolução espiritual continua até hoje. Sinto-me encorajado pelos sinais de que corações e mentes em toda parte ainda sentem o estímulo da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy. Acho estas palavras em Ciência e Saúde tão fascinantes hoje como no dia em que as li pela primeira vez: “A espiritualidade abertamente faz um cerco ao materialismo. De que lado estamos combatendo?” (p. 216).

De que maneira permitiremos que esse cerco espiritual comece a derrubar o materialismo em nosso próprio pensamento e em nossa vida? Abra a Bíblia e deixe que a inspiração dos profetas venha tirar você da zona de conforto. Deixe de lado suas redes (ver Mateus 4:19, 20) — e até mesmo a internet — por um dia, e leia completamente os Evangelhos e veja todas as boas notícias ali contidas. Voltemos a atenção para a visão do apóstolo João, sobre o novo céu e a nova terra, à luz do capítulo de Ciência e Saúde, intitulado “O Apocalipse”. (Não, este não é sobre o fim do mundo! A palavra Apocalipse vem de uma palavra grega que significa revelação. E revelação é o combustível das revoluções espirituais, que levam ao progresso humano e à salvação).

Quer você já tenha sido tocado pela revelação da Ciência Cristã, quer esteja apenas travando conhecimento com essas ideias, está em curso uma revolução do pensamento. O revolucionário espiritual dentro de você, está despertando. E o mundo nunca mais parecerá o mesmo — nem será o mesmo — de antes!

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