Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

‘Quem será o maior?’

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 11 de abril de 2022


Você já reparou como a maioria das crianças brinca junto harmoniosamente, na caixa de areia ou no pátio da escola, até que, às vezes, uma criança tenta pegar todos os brinquedos dos outros? Pode haver muitas opiniões sobre a origem dessa tendência, mas a maioria de nós concorda em que ela tem alguma conexão com o desejo de ser o maior, de ser o melhor. A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, observou: “Duas indagações pessoais servem de movente para as ações humanas: quem será o maior? e, quem será o melhor?” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 268).

Esse traço do caráter pode começar a se manifestar nas brincadeiras da infância mas, de uma forma ou de outra, aparece no pensamento da maioria de nós, ao longo da vida. Recentemente, um excelente jogador de beisebol da liga profissional disse que usava drogas para melhorar o desempenho, porque queria ser o melhor jogador de beisebol do mundo.

Sem dúvida, o desejo de ser o melhor não é novo. Pelo menos uma vez, os discípulos de Jesus discutiram sobre quem era o maior entre eles (ver Marcos 9:33, 34). E a mãe de dois deles, em outra ocasião, pediu a Jesus que lhes desse um lugar privilegiado junto dele (ver Mateus 20:20, 21).

Conflitos competitivos podem ser acadêmicos e até mesmo cordiais, no início. Mas nem sempre permanecem nesse nível. Há uma escala ascendente de intensidade, e a competição pode se tornar desagradável, à medida que suposições mais profundas vão sendo desafiadas. Muitos pensadores sérios, tais como alguns que atuam no campo médico, teológico ou científico, acham que o futuro de sua reputação pessoal está em jogo, quando são desafiadas as posições que ocupam ou as descobertas pelas quais talvez tenham passado a vida estudando. Cada um deseja ardentemente ser o melhor ou o maior com relação a ideias, teorias, descobertas, ensinamentos, autoria, instituições, financiamentos etc. A Sra. Eddy observou: “A competição no comércio, a fraude nos colegiados, a desonra nas nações, a desonestidade nos pactos, começam com 'Quem será o maior?’ ” (Message to The Mother Church for 1902 [Mensagem À Igreja Mãe para 1902], p. 4).

Em algum ponto dessa escalada ascendente de competição e de desejos egotistas, as pessoas podem ser levadas a usar meios mentais nocivos para alcançar os próprios objetivos. As desavenças do jardim da infância podem se intensificar até aquilo que a Sra. Eddy chamou de magnetismo animal e prática mental errônea, termos esses que se referem ao uso de práticas mentais hostis e muitas vezes agressivas por parte de alguém, a fim de estabelecer a própria superioridade. A Sra. Eddy diz: “As formas brandas do magnetismo animal estão desaparecendo e seus aspectos agressivos estão vindo à tona. Os teares do crime, ocultos nos recantos escuros do pensamento mortal, estão tecendo a toda hora tramas mais complicadas e sutis” (Ciência e Saúde, p. 102).

A Sra. Eddy sabia do que estava falando. Mas ela não sentiu prazer em investigar sutis intrigas malignas. Provavelmente nenhum de nós sentiria satisfação nisso. Seria como explorar uma caverna escura habitada por serpentes venenosas. Ela escreveu: “Jamais esquecerei o que me custou investigar, para esta época, os métodos e o poder do erro. Se bem que os meios, os métodos e a potência da Verdade houvessem afluído à minha consciência, tão espontaneamente como ao amanhecer fogem as sombras, o mistério metafísico do erro — com seus ocultos métodos, propósitos e frutos — foi, no começo, um desafio para mim. Eu dizia constantemente a mim mesma: ‘Nesse segredo não penetres’ — mas finalmente empreendi a pesquisa de acordo com o mandado de Deus” (Escritos Diversos, pp. 222–223).

Há muitos exemplos, em sua vida, dessa influência mental maligna para a qual os outros eram, e ainda hoje são tão cegos que ridicularizaram a Sra. Eddy naquela época, e ridicularizam hoje os Cientistas Cristãos por abordarem esse tema.

Um desses casos foi o de problemas dentro da experiência da Igreja. Na página 44 de Retrospecção e Introspecção, a Sra. Eddy descreveu em detalhes o que aconteceu com sua Igreja em Boston, em determinado período, e como ela resolveu o problema. Resumidamente, enquanto ela estava no comando, a Igreja prosperou. Quando foi chamada por Deus para outros deveres e parou de pregar todos os domingos, os membros não conseguiram manter o progresso e a harmonia. Ao analisar a situação, ela percebeu que a crise havia surgido porque os membros não haviam dedicado tempo e esforço à proteção de seus pensamentos contra os elementos mentais adversos, que ela antes havia reconhecido e neutralizado por meio da oração. Os membros brigaram uns com os outros sob essa influência oculta. Não se deram conta daquilo que ela viu claramente como sendo “…a inveja e a hostilidade de outras igrejas … e o perigo que sempre existe na luta cristã”.

 Ela recomendou que a igreja se dissolvesse. Aparentemente, isso foi suficiente tanto para despertar os membros como para distrair os inimigos, ou ambas as coisas, porque foi restaurado certo grau de harmonia e prosperidade. A igreja foi reorganizada alguns anos depois sobre uma base mais espiritual e se perpetuou.

Essa situação de 1890 tem um paralelo ainda hoje. Embora a Ciência Cristã tenha alcançado reconhecimento importante e apropriado em alguns setores do pensamento público, uma rápida olhada nas postagens na Internet mostra que essa Ciência ainda sofre uma aberta oposição amarga e implacável, em outros setores.

 Uma razão básica para essa oposição poderia ser a luta que existe a respeito da questão: quem será maior, a matéria ou o Espírito, que é Deus? O mundo da crença mortal organizada insiste em que toda realidade se origina nas chamadas leis da matéria, e é totalmente controlada por essas chamadas leis. Aliás, esse mundo insiste em que a ascensão, a existência e a queda de todas as coisas são controladas por essas leis, que não podem ser modificadas ou alteradas, assim como não pode ser alterado o nascer do sol, ou as estações climáticas.

 Por outro lado, a teologia da Ciência Cristã revela que toda a realidade é criada e sustentada por Deus, a Mente divina. Revela que o único Deus é Tudo-em-tudo, e que o homem é Sua perfeita expressão, para sempre em união com Ele. Na prática, por meio de curas inegáveis, ela prova que o que é chamado mal, sob qualquer forma, é uma crença ou erro que pode ser, e certamente será, dissipado pelo Cristo de Deus, pelo amoroso cuidado de Deus com toda Sua criação.

Essa verdade é o gentil e poderoso Consolador, o Confortador que Cristo Jesus prometeu. É a revelação final da cura espiritual, científica, na mais ampla aplicação dessa palavra. É a esperança de todas as épocas porque está salvando o gênero humano dos esforços agressivos e organizados para forçar a humanidade a aceitar a mentira de que a matéria seja suprema, e não Deus. Essa agressão talvez seja o clímax do problema “do jardim de infância”. Deus, não a matéria, é o maior. A superioridade de Deus prova a nulidade da matéria. As leis de Deus provam a falsidade das chamadas leis da matéria.

Dada a natureza da oposição nos dias de Cristo Jesus e na vida da Sra. Eddy, não surpreende que a Igreja por ela fundada enfrente desafios nos dias de hoje.

Alguns dizem que esses desafios são ciclos naturais de organizações e eventos humanos, como os ciclos no mercado de ações. Outros acham que a teologia da Ciência Cristã tem sido amplamente superada pelo progresso da medicina material, embora o público em geral esteja abandonando a medicina baseada na matéria, em favor de métodos com melhores provas de cura, entre eles o sistema da Ciência Cristã. Alguns observadores consideram que a Ciência Cristã está simplesmente sendo desafiada pelo passar dos anos, desde quando sua Fundadora estava ativa. E há sugestões de que algumas decisões internas, tomadas no decorrer do século passado, a prejudicaram.

Por mais que essas explicações pareçam razoáveis do ponto de vista humano, seria justo perguntar se elas chegam à altura da percepção moral e espiritual que a Sra. Eddy teve de alcançar, a fim de resolver problemas semelhantes em sua Igreja incipiente. Ela viu que os desafios na Igreja podem surgir a partir de influências mentais não tratadas, ocultas, sutis e, algumas vezes, malignas. Por exemplo, será que existem entre os membros inclinações não naturais nos pensamentos e no caráter, as quais precisam ser eliminadas, porque enfraquecem e prejudicam a santidade da qual a suave cura espiritual se desenvolve? Será que há um senso amável de comprometimento e de amor fraternal no pensamento dos membros, ou eles exigem que suas próprias opiniões sejam obedecidas, no intuito de serem os maiorais na igreja? Será que é a bondade, a boa vontade e o apreço cristão que dão o tom nas conversas particulares de alguns membros, a respeito dos outros, ou surgem nessas conversas comentários e críticas pessoais?

Para derrotar o mal, é de muita utilidade não confundir efeitos externos, secundários, com as causas primárias e ocultas. Estar alerta para o propósito secreto e maligno da oposição mental nos ajuda a compreender que a desarmonia, o conflito etc. são o nível secundário da aparente atuação do mal. O nível primário é a malignidade e a inveja inerentes àquilo que Paulo chamava de mente carnal e a Sra. Eddy chamava de mente mortal. Esse mal básico se manifesta naqueles sistemas que procuram ser os maiores e que fariam qualquer coisa para alcançar esse objetivo. A Sra. Eddy explicou com toda franqueza: “As forças do mal se associam em secreta conspiração contra o Senhor e contra o Seu Cristo, como é expresso e atuante na Ciência Cristã”. Ela também disse que “…um grande número de pessoas se ocupa dia e noite em organizar ações contra nós” (Escritos Diversos, p. 177). Ela explicou: “Os frutos naturais da cura pela Mente na Ciência Cristã são harmonia, amor fraternal, crescimento espiritual e atividade espiritual. O objetivo maldoso do poder mental pervertido, ou seja, do magnetismo animal, é o de paralisar o bem e ativar o mal. Dá início a facções e engendra a inveja e o ódio…” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 213). Essa ação, muitas vezes sutil e maldosa, é mostrada em detalhes na Bíblia, no livro do Apocalipse, e em Ciência e Saúde, no capítulo intitulado “Desmascarado o magnetismo animal”.

Para grande alívio da humanidade, a Sra. Eddy também descobriu que cada fase do mal, não importa quão intrincada ou sutil, é impotente diante de Deus, o Amor divino. Ela escreveu: “O mal não é supremo; o bem não está desamparado; nem são primárias as chamadas leis da matéria, e não é secundária a lei do Espírito” (Ciência e Saúde, p. 207). Sua experiência inicial indica que os membros estavam simplesmente pouco atentos ao estudo sincero daquilo de que necessitavam para pôr a descoberto e anular os elementos mentais ousados ​​e maldosos que minariam seus melhores esforços, e privariam toda a família humana do único sistema de cura que salva de todo o mal. À medida que eles deixaram que o Cristo os despertasse para orarem regularmente e reconhecerem a nulidade da oposição mental invisível e secreta, a Igreja e os membros se elevaram para cumprir sua missão de cura para o mundo. Os dons de cura não diminuíram, mas se expandiram naturalmente e prosperaram de maneira correta. À medida que estivermos alertas e obedientes hoje, o mesmo resultado estará garantido. Deus é Uno, é o grande Eu Sou. 

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.