Um garotinho estava saindo de casa com o pai. Enquanto descia os degraus, com a mão firmemente segura na mão do pai, um amiguinho, da casa ao lado, olhou por cima da cerca e perguntou: “Aonde você vai?”
O garotinho respondeu: “Estou indo com meu pai”.
Ouvi essa história em uma conferência da Ciência Cristã, e ela ficou gravada em minha memória. Pouco tempo depois, meu pai e eu embarcamos em uma aventura de verão. Decidimos passar alguns dias descendo de canoa o Rio Housatonic, que fica no estado de Connecticut, nos Estados Unidos. As chuvas de primavera fizeram dessa experiência uma verdadeira aventura.
Nós dois estávamos estudando a Ciência Cristã havia pouco tempo, e decidimos adotar a mesma atitude do garotinho: estávamos indo com nosso Pai — nosso Pai espiritual, Deus. Já havíamos viajado juntos muitas vezes, mas essa nova ideia fez com que a viagem fosse muito especial.
Meu pai sugeriu que pensássemos em nós mesmos como cidadãos do reino de Deus, explorando uma parte específica desse reino, guiados por nosso Pai espiritual. Esse reino não está localizado em nenhum ponto geográfico — que possa ser identificado no mapa. É como um espaço mental para onde podemos ir em oração; um espaço para onde podemos ir em pensamento, e sentir a inspiração que vem do amor que Deus tem por nós.
Nosso primeiro desafio foi encontrar o ponto de acesso ao rio, para iniciarmos o percurso de canoa. Depois de rodar de carro por um bom tempo sem encontrar um caminho acessível ao rio, oramos para obter uma resposta.
Entendemos que essa viagem era uma atividade inspirada por Deus. Também nos apoiamos na explicação do termo Amor — um nome que a Bíblia usa para Deus — na qual Mary Baker Eddy diz que o Amor nos inspira, ilumina, designa o caminho e nele nos guia (ver Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 454). De acordo com a Sra. Eddy, a Descobridora dessa Ciência espiritual, o Amor divino está sempre nos guiando no caminho correto, em todas as circunstâncias.
Enquanto orávamos, um homem se aproximou. Tendo visto a canoa em cima do nosso carro, presumiu que estávamos procurando um ponto de acesso ao rio. Ele então nos descreveu exatamente o caminho para chegar àquele ponto.
Nessa viagem, eu seria o remador, na parte de trás da canoa. Qualquer pessoa que tenha atuado nessa função, especialmente em corredeiras de classe III (que têm ondas moderadas e irregulares, correntezas rápidas e obstáculos), reconhecerá a importância de saber que existe um guia poderoso e sempre presente — Deus.
No dia seguinte, começamos bem cedo, gratos por perceber que parte da viagem incluía a travessia de um lago calmo. Mas então, devido a um movimento desajeitado, minha sandália escorregou do pé e caiu no lago, afundando rapidamente. Teríamos ainda de percorrer um último trecho por terra, depois, carregando a canoa. Como eu poderia ter sido tão tolo? Eu não achava que conseguiria fazer esse percurso descalço.
Oramos novamente. A orientação e proteção de Deus jamais poderiam deixar de ser completas e constantes. A mão do Pai que, simbolicamente, segurava nossas mãos, e nos estava guiando, jamais nos soltaria. Deus, o Amor divino, iria inspirar e conduzir nossos pensamentos à solução perfeita.
Meu pai, inspirado por nossas orações e sabendo que eu gostava de nadar embaixo d’água, sugeriu que eu mergulhasse. Sem dúvida, a água era cristalina, mas também profunda. Foram necessários seis ou sete mergulhos. Mas, ao final, consegui recuperar a sandália.
Embora essas experiências possam parecer pequenas, cada uma delas nos provou, especialmente por sermos novos nesse caminho espiritual, que nunca poderíamos estar fora da presença, proteção e orientação de Deus.
Houve muitas outras excursões ao longo dos anos, e procuro sempre me lembrar do mais simples de todos os fatos: de que estou sempre indo com meu Pai espiritual.