No ano passado, em conversa com um amigo, um libanês fazendo intercâmbio cultural nos Estados Unidos, falamos sobre o atual conflito em Gaza. Eu não havia pensado muito no assunto, pois existem muitos debates sobre qual lado apoiar, e eu não me sentia esclarecida o bastante para opinar a respeito desse tópico.
Eu quero ser uma influência para o bem no mundo e desejo contribuir para a paz, mas, no caso desse conflito, eu não sabia o que fazer, especialmente porque estou tão longe. Eu sabia que podia orar pelo povo de lá, mas como iria saber se minhas orações estavam fazendo alguma diferença?
Meses depois, fui convidada para uma festa na casa desse meu amigo. Todos os outros convidados eram estudantes fazendo intercâmbio cultural, e eu estava animada para conhecer todos eles e aprender sobre as particularidades de cada país e cultura. Durante a festa, notei uma garota que estava sentada sozinha. Meu amigo disse que ela era de Gaza. Uma onda de emoções, inclusive medo, me envolveu, ao pensar nos conflitos e naquela garota. Eu não conseguia imaginar o que ela estaria passando.
Eu soube que os familiares dela haviam ficado em Gaza, quando ela viajou para os Estados Unidos, e que nem sempre ela conseguia se comunicar com eles. Eu queria ajudar e, sendo Cientista Cristã, sei que o modo como pensamos sobre algo realmente faz diferença. A oração é uma forma de melhor compreendermos a Deus e Sua criação e isso, por outro lado, pode mudar nossa perspectiva e proporcionar a cura para nós e para outros.
Compreendi que o medo que eu estava sentindo não ajudava naquela situação. Então, voltei-me para Deus em oração. Pensei no modo como Deus, que é o Amor, criou todos nós, o que significa que todos expressamos Seu amor e podemos sentir esse amor. Outro nome para Deus é Princípio, portanto o Amor não apenas está em todo lugar, mas, sendo o Princípio, também está governando tudo e todos. Deus, por ser o Princípio e o Amor, é absolutamente o único poder em todo lugar. Reconhecer essa verdade nos ajuda a realmente ver essa manifestação.
Pensei também no conceito de lar — que inclui qualidades como segurança e conforto, que vêm de Deus. O lar não é apenas uma estrutura física. Mais do que isso, é um presente de Deus, que todos temos; saber isso pode nos ajudar a encontrar refúgio e a nos sentirmos seguros.
Com o passar da semana, empenhei-me em aplicar essas verdades com relação àqueles envolvidos no conflito. Foi difícil ouvir meus amigos e parentes comentando as notícias vindas de Gaza, e senti o medo se insinuando novamente. Mas fiz o melhor que pude para reconhecer que todos podem confiar em Deus, e orei para que todos pudessem ser confortados, sentir-se em segurança e encontrar a paz, onde quer que estivessem.
Às vezes, quando acontece algo ruim, talvez sintamos a necessidade de implorar a Deus que nos ajude. Mas aprendi, na Escola Dominical da Ciência Cristã, que tudo que Deus criou é bom e Ele jamais criou algo que pudesse prejudicar Seus filhos amados. Procurei orar com base nessa verdade e compreender tudo isso com maior clareza. Logo deixei de ter medo, e senti que minhas orações iriam contribuir para que outros também se sentissem livres do medo.
Passada uma semana, meu amigo me disse que os familiares daquela garota tinham conseguido sair de Gaza! Isso pareceu um milagre, pois é muito difícil sair de lá. Mas reconheci que Deus os estava guiando, assim como guia a todos. A família daquela estudante está agora livre e em segurança.
Ao voltar para casa naquele dia, agradeci a Deus por Ele ser nosso Pai-Mãe, que protege, conforta e cuida de todos nós. Sou grata por ter aprendido que posso orar sobre os problemas do mundo, e agora sei que minhas orações estão fazendo a diferença.
