“Eu preferiria andar no escuro com Deus / do que andar sozinha na luz”, escreveu Mary Gardiner Brainard, uma poetisa religiosa americana (He Knows [Ele sabe]). Esse sentimento que ela expressou me fez lembrar de como me senti quando, pela primeira vez, viajei para fora do meu país.
Eu tinha todos os meus pertences na traseira da minha caminhonete, e estava indo para um lugar onde nunca estivera antes, com a expectativa de um novo começo na vida. Mas, quando o sol começou a se pôr, ao final do primeiro dia da minha jornada, dei-me conta de que estava perdido. O roteiro que eu havia anotado, antes de sair de casa, ia para um local com o mesmo nome do lugar para onde queria ir, mas, na verdade, era uma cidade completamente diferente. Eu passara o dia inteiro dirigindo na direção errada.
Fiquei preocupado, estava sozinho e sem saber onde iria passar a noite. Mas eu sentia a presença de Deus ao meu lado de modo tangível, e atribuo isso ao fato de que, fazia pouco tempo, havia começado a frequentar uma igreja da Ciência Cristã. Eu não tinha ainda vinte anos e assistia à Escola Dominical da Ciência Cristã, onde vinha aprendendo a respeito da vida de Cristo Jesus e seu ministério de cura.
Meus pensamentos foram elevados por esta afirmação de Jesus: “Não temais…” (Lucas 12:32), e por outro conselho bíblico: “Confia no Senhor de todo o teu coração…” (Provérbios 3:5). A recusa a aceitar pensamentos de medo, permitiu-me sentir a quietude e a tranquilidade nas quais, como eu havia aprendido, era mais fácil ouvir a Deus. Antes mesmo que houvesse alguma mudança nas circunstâncias, comecei a me sentir completamente dominado pela alegria de compreender que eu nunca poderia estar separado de Deus.
Pouco tempo depois, consegui fazer uma ligação telefônica e soube que um amigo do meu amigo morava em uma cidade perto dali. Dirigi até a casa dele, e fui recebido com a mais calorosa hospitalidade que eu sequer poderia imaginar. Na manhã seguinte, quando me despedi, recebi dele instruções sobre o caminho a seguir. Cheguei ao lugar que eu desejava, sentindo-me repleto de gratidão pela orientação de Deus. Não apenas o local, mas a própria jornada até lá, foram um novo começo na vida.
Todos os dias somos lembrados de questões relacionadas a moradia, comuns a muitas pessoas que estão em busca de uma vida melhor em outro lugar, ou estão fugindo de circunstâncias difíceis. Para todos os que estão em uma jornada de incertezas, Deus é um recurso e um socorro muito real.
A Bíblia, do início ao fim, relata histórias de pessoas em terras desconhecidas, e essas pessoas constataram que Deus é a fonte mais confiável de suprimento. A Ciência Cristã nos ajuda a compreender “…a Palavra inspirada da Bíblia...” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 497). E isso tem me ajudado a compreender um tema recorrente nessas histórias da Bíblia: o de que o lar representa mais do que uma localização geográfica. É um lugar na consciência — a compreensão de que somos verdadeiramente espirituais, nunca separados de Deus. Chegar a essa compreensão é, por si só, uma meta a ser alcançada, é a “terra prometida”, e é um lar.
Cristo Jesus disse: “…Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20). Essas palavras são uma oração, que pode abrir nossos olhos, para soluções inspiradas que impulsionam nossa jornada para onde quer que estejamos indo.
