Um amigo do articulista, estudante da Christian Science
Nome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., que há anos vinha pondo em uso a sua recém-adquirida compreensão de Deus, Princípio divino, e dela vinha dando provas em sua própria experiência, decidiu que era chegada a ocasião de pùblicamente identificar-se com a prática da Christian Science, eis porque solicitou a inclusão do seu nome na lista de praticistas publicada por The Christian Science Journal (Jornal da Christian Science) e tomou outras providências que pareciam apropriadas. Escrevendo a seu amigo e professor de Christian Science, o qual foi um dos pioneiros do nosso movimento, o estudante informou-lhe do passo que havia dado. O professor respondeu, em suma, o seguinte: “Estou contente de que tenhais entrado no terreno da Vida eterna; nada mais há a fazer.”
À proporção que as exigências da nova atividade absorviam o interêsse do estudante, e que o círculo sempre crescente de suas devoções evidenciava cada vez mais o poder do Verbo na regeneração e na cura, aumentou-lhe a convicção de que, de fato, havia entrado no terreno da Vida eterna e que para êle, por certo, “nada mais havia a fazer”. Tinha êle sido tocado pelo impulso divino, descobrindo, como todos os estudantes desta verdade vital mais cêdo ou mais tarde hão de descobrir, que ser Cientista Cristão é o maior privilégio que alguém possa alcançar nesta ou em qualquer época; que não há ministério mais elevado, não há maior utilidade, não há atividade tão recompensadora.
Escrevendo à Associação Londrina de Professores, em 1903, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, disse, segundo o registra The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea), à pagina 253: “Regozija-me ter conhecimento de que sabeis que curar os enfêrmos, mitigar a tristeza, iluminar esta esfera inferior com os meios e modos da harmonia superior e eterna, traz à luz o homem e o universo originais e perfeitos. Que ato mais nobre, que glória maior pode animar o vosso coração? Prossegui! Meu coração e minha esperança estão convosco.
‘Não estais aqui para ter confôrto ou penar,
Mas p'ra gloriosa coroa do homem perfeito ganhar.’ ”
Percorrendo o mundo tribulado de hoje, observando as dificuldades econômicas, o desassocêgo político e social, a depravação e os excessos do egoísmo humano, poderiamos sentir-nos tentados a cerrar os olhos, a conservar-nos afastados, a retirar-nos para distante montanha ou lago, ou, então, a procurar uma vida separada. Tal, porém, não é o ofício do Cientista Cristão. É privilégio seu partilhar a luz da revelação da Verdade, assim como vivê-la. É preciso que êle esteja disposto a subordinar o eu ao progresso da raça pela única maneira porque realmente se pode fazer progredir a raça. É preciso que os afetos sejam enriquecidos pela expressão da consciência de Cristo, que reflete a ternura e a graça do Amor divino, libertando os quebrantados de espírito e expulsando os demônios do pecado e da doença.
O único remédio permanente para as tribulações do mundo, que tanto se deploram, é reconhecer-lhes a irrealidade, quando pesadas na balança com os fatos espirituais da totalidade de Deus e a perfeição de Sua criação, isto é, o homem e o universo. A necessidade que o mundo tem de fortes e fiéis obreiros revestidos do armamento do Espírito torna-se cada vez mais aparente. A mensagem cristã de Deus aos homens será feita carne nesta época quando fôr compreendida mais espiritualmente e demonstrada cientìficamente. Tanto a inspiração como o encorajamento podem ser encontrados no estudo das vidas daqueles que, quer na história religiosa quer na secular, tocados pelo impulso divino, se dedicaram ao bem-estar dos outros. No seu estudo diário da Bíblia e do livro-texto da Christian Science, Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) por Mrs. Eddy, os estudantes da Christian Science encontram tais exemplos.
Cristo Jesus refletiu, em grau sem paralelo, verdadeira originalidade espiritual. Substituiu os laboriosos processos da existência material pela imediação do reflexo espiritual. Substituiu as barreiras do tempo e do espaço pelo ser onipresente. Sua compreensão e demonstração da coexistência provou a inseparabilidade do Princípio e sua ideia, o homem. Jesus falou, por demonstração, uma linguagem que todos podiam compreender. Expressou a ideia-Cristo tanto no que fazia como no que dizia. Os convidados às bodas, o homem cego de nascença, os cinco mil no deserto, não foram testemunhas de uma abstração metafísica. Experimentaram a coincidência do humano com o divino. Foram testemunhas de ideias espirituais em ação e, aceitando e utilizando essas ideias, facilitaram aos que os sucederam a compreendê-las, aceitá-las e utilizá-las.
A julgar pelo relato, é de duvidar que, no seu ministério público, Jesus tenha viajado mais de cem milhas além da sua cidade natal, porém, as ideias por êle expressas continuam, em atividade incessante, a circundar a terra. Essas ideias envolveram o pensamento e a experiência dos mortais por dois milênios, abençoando a todos imparcialmente, tal como a chuva que desce sôbre justos e injustos. Ainda hoje, o ensinamento cristão de fraternidade está apressando o embarque de trigo para o Oeste faminto, dando a mão ao inimigo vencido, levando a inteligência do modo de agir cristão à ignorância da selva e do deserto. O amor a Deus tem de ser provado por nosso serviço à humanidade.
Quando Jesus viu Simão e André que lançavam suas rêdes ao mar, disse-lhes: “Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens” (Bíblia inglêsa, Mateus 4:19) e lemos, mais adiante, que êles “imediatamente deixaram as rêdes, e o seguiram”. Assim sempre tem sido tôdas as vêzes que o chamado do ministério cristão tem tocado os corações dos homens. Êles puzeram de lado seus hábitos, seus costumes e tradições de tôda uma vida, e bravamente penetraram na luz, prontos a enfrentar as suposições, as hipóteses, as aparências enganadoras do sentido material e a abatê-las com a espada do Espírito. Sob o impulso do Cristo, “nada mais há a fazer”.
Paulo era um dos maiores praticantes do ideal cristão. Êle tomou a inapreciável herança e a articulou. Diz-se que êle uniu os segmentos do evangelho e lhe deu distinção e ordem. Paulo pregou e praticou as virtudes e as éticas cristãs, a Mente única, a paz de Deus, a responsabilidade pessoal e a auto-disciplina, a adequação da salvação cristã para atender a tôdas as necessidades humanas. Êle instou por que a mortalidade fôsse tragada pela imortalidade. Concitou seus ouvintes à união e não viu na morte nem um meio nem uma finalidade. Escreveu aos Romanos (13:8): “A ninguém devais coisa alguma, senão o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” Acima de tudo, êle deu fôrça ao seu ensinamento e à sua pregação, curando os doentes e ressuscitando os mortos.
Referindo-se a Cristo Jesus e a Paulo, Mrs. Eddy diz em seu livro Miscellaneous Writings (Escritos Miscelâneos), à página 360: “A filosofia nunca produziu, nem pode produzir, essas estrêlas de primeira grandeza — estrêlas fixas nos céus da Alma.” Ainda haveria, porém, de existir uma terceira estrêla de primeira grandeza, uma estrêla que estava destinada a reinstituir a cura cristã, destinada a revelar os segredos desvendados da Ciência divina, a romper o véu do sentido material e tornar acessível a todos os homens a justiça e a paz de um Deus que é o bem infinito. Mrs. Eddy possuia aquela capacidade de reflexo espiritual que caracterizou o Mestre. Seus escritos contêm a Verdade absoluta, e seu impulso para dizê-la não seria entravado. Êsse Cristo, Verdade, sem idade e sem época, foi e continua a ser evidente nos efeitos curativos da revelação de Mrs. Eddy.
O apreço que têm por essa revelação aqueles que a estudam e que com ela trabalham, aumenta à medida que se lhes amplia a compreensão da mesma. À semelhança de Paulo, Mrs. Eddy foi uma grande pregadora e, ainda como Paulo, foi infatigável escritora. Desde o início de sua revelação ela comunicou suas ideias às pessoas que a rodeavam. À medida que a revelação continuava a manifestar-se, Mrs. Eddy compreendeu a necessidade de fundar a sua Igreja e de estabelecer-lhe suas muitas atividades. Ocupando o segundo lugar após a maravilha de sua revelação, seguem-se apenas a plenitude e o primor com que ela protegeu essa revelação. Mrs. Eddy sucessivamente escreveu o livro-texto da Christian Science, que contém a Ciência completa da cura-pela-Mente, fundou a Igreja de Cristo, Cientista, ordenou a Bíblia e o livro-texto como pastor dessa Igreja, autorizou a criação de Salas de Leitura públicas e estabeleceu o Conselho de Conferencistas da Christian Science. Ela providenciou a publicação frequente e regular de literatura aprovada, a qual, no devido tempo, incluiu The Christian Science Monitor— um dos grandes jornais do mundo. O Monitor é grande no seu idealismo cristão, grande no modo por que serve êsse idealismo, grande no seu conceito de equidade e justiça, grande na coragem à maneira cristã de que é representante.
Vemos, assim, que êsses três luminares espirituais laboraram para prover a necessidade que tem o seu irmão de um idealismo mais puro e de uma prática mais perfeita; que foram movidos pelo impulso do Amor divino a apresentar a mensagem de uma salvação universal a uma humanidade faminta. Não é, pois, o maior dos privilégios associar-nos, embora humildemente, às intermináveis tarefas de Jesus e de Paulo, e aproveitarmos as oportunidades de crescimento individual e de prestação de serviço desinteressado que Mrs. Eddy, por sua vida cheia de consagração, pôs a nosso alcance?
Durante muitos séculos o mundo acreditou que a obra de cura destinava-se a um número seleto de pessoas, num remoto período de tempo; Mrs. Eddy, porém, revelou que todos somos sacerdotes segundo a ordem do homem espiritualizado, e que possuimos, inerentemente e na sequência natural de nossa expressão, discernimento, compreensão e capacidade espirituais para a cura cristã. Mrs. Eddy cita isto de modo inequívoco, à página 55 do livro-texto, onde escreve: “O tempo para o reaparecimento da cura divina é presente em tôdas as épocas; e todo aquele que deposite no altar da Ciência divina tudo que possui na terra, bebe desde já do cálice do Cristo, e está dotado do espírito e do poder da cura cristã.”
Porque nós somos cooperadores de Deus: vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.— I Corintios 3:9.