As epidemias, que sempre estão baseadas no mêdo, só podem fazer parte de nossa existência, na medida em que permitimos que o mêdo nos domine o pensamento. A crença errônea tem de ser aceita em primeiro lugar mentalmente; pois, sem certo grau de reconhecimento humano, nenhum efeito material pode manifestar-se.
É sòmente na chamada mente mortal que as crenças errôneas podem originar-se. Ou estamos rejeitando as sugestões da mente mortal ou as estamos aceitando. O corpo não pode manifestar nada que independa do pensamento.
Cristo Jesus, o maior saneador que o mundo já conheceu, curou tôdas as espécies de mêdo e de doença, sem remédios materiais. Hoje, qualquer benefício temporário aparentemente derivado de meios materiais, só pode ser alcançado por uma fé cega na medicação prescrita. Quando, por uma razão ou outra, milhões de pessoas deixam de temer uma epidemia, esta se dissipa temporàriamente. Mas o receio de que ela retorne permanece vivo enquanto permanecer a crença no poder material.
Aprendemos na Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá'iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., que só a Mente divina governa. Em realidade, não há mente mortal. Essa mente é apenas uma crença fictícia, que tenta imitar a inteligência divina. Deus é Mente, inteligência onipotente, que o homem real, feito à Sua imagem e semelhança, reflete. Quando compreendemos o homem espiritual, isto é, nossa verdadeira entidade na qual não há vestígio de substância material, nunca poderemos ficar escravizados a germens ou aos supostos terrores da crença mortal.
A única proteção segura contra a base de tôdas as epidemias—o mêdo à doença, o mêdo à carência, ou mesmo o mêdo aos satélites feitos pelo homem—encontra-se numa compreensão esclarecida acêrca da entidade verdadeira e espiritual do homem como filho de Deus. Deus criou tudo o que é real e eterno, e declarou que era muito bom. A doença e o mêdo não fazem parte da criação de Deus, e, portanto, não têm realidade.
Em Retrospection and Introspection—Retrospecção e Introspecção—Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Christian Science, diz (p. 61): "A Christian Science declara que a enfermidade é uma crença, um mêdo latente, que se manifesta no corpo sob diferentes formas de temor ou doença. Êste temor forma-se inconscientemente no pensamento silencioso, como quando acordais do sono e vos sentis enfermos, experimentando os efeitos de um temor de cuja existência não vos dais conta; mas se adormeceis realmente conscientes da verdade da Christian Science,—a saber, que a harmonia do homem pode ser tão pouco afetada quanto o ritmo do universo,—não podereis despertar com mêdo ou sofrimento de espécie alguma."
Temos de reivindicar o domínio que Deus deu ao homem, e, tomando por base a totalidade de Deus, revoltar-nos contra qualquer ameaça à saúde ou à felicidade. Mas para dar-nos conta de nosso domínio, temos de exercê-lo contìnuamente em pensamento e em ação. Temos de estar constantemete vigilantes para descobrir e rejeitar a propaganda que patrocina o êrro de qualquer tipo ou natureza.
O homem, a quem o criador deu domínio "sôbre a terra ... e sôbre todo o animal que se move sôbre a terra" (Gênesis 1:26, 28), é o único homem. Aquêle que compreende a verdadeira condição de homem nunca pode ficar sujeito à dominação de qualquer mal terrificante, quer se suponha venha êste do espaço externo, de uma parte remota do mundo ou de seu vizinho.
Em um artigo intitulado "Contágio", no seu livro Miscellaneous Writings—Escritos Miscelâneos—Mrs. Eddy diz (p. 228): "Seja o que fôr que o homem vê, sente ou de que toma conhecimento, de um modo ou de outro, tem de ser admitido pela mente; pois a percepção, a sensação e a consciência pertencem à mente e não à matéria. Flutuando ao sabor da corrente popular do pensamento mortal, sem nos preocuparmos com a fidedignidade de suas conclusões, fazemos o que os outros fazem, acreditamos o que os outros acreditam e dizemos o que os outros dizem. O consenso comum é contagioso e torna a doença transmissível."
Durante a Segunda Guerra Mundial, a articulista estava empregada no deparamento de compras de uma grande companhia de aviação. No escritório, que ocupava quase um quarteirão inteiro, trabalhavam mais de quatrocentas pessoas em mesas tão juntas umas das outras, que mal alguém podia passar entre elas. Naquela ocasião, uma suposta epidemia de gripe andava causando muitas dificuldades. A articulista julgava ter feito seu trabalho de proteção segundo a Christian Science, mas um dia os mui discutidos sintomas apareceram de forma tão alarmante que ela teve de ser dispensada do serviço.
Sentindo-se doente demais para guiar seu carro, foi a pé até uma Sala de Leitura da Christian Science, onde em oração se dirigiu a Deus. Esquadrinhando seu pensamento para descobrir se nêle havia êrros sutís, lembrou-se dos vãos esforços que fizera para conseguir uma ventilação conveniente no apinhado escritório.
Ela havia permitido que a situação a molestasse e deixara completamente de negar o mêdo ao ar encanado expresso pelos outros. Ràpidamente, pôs-se a estudar o pensamento curativo que se encontra nas primeiras linhas do seguinte hino (Hinário da Christian Science, n.o 144):
Na atmosfera do Amor divino,
vivemos e nos movemos e respiramos.
Ela afirmou então a onipotência de Deus e reconheceu que o homem é feito conforme à Sua imagem e semelhança. Ela se deteve nos quinto e sexto versículos do Salmo noventa e “Não temerás espanto noturno, nem seta que vôe de dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia." Quando se compenetrou da nulidade do mal chamado contágio, e compreendeu claramente que, seja qual fôr o número por que se multiplique o nada, êste continua a ser nada, ficou instantâneamente curada.
Todos temos a liberdade de decidir o que queremos aceitar e o que queremos rejeitar. A imunidade completa à qualquer epidemia— física, moral ou política—patrocinada pelo mêdo está no conhecimento de que Deus, o bem, é Tudo-em-tudo. Em realidade, não há poder no mal, seja qual fôr sua espécie.
