Durante minhas viagens pelo Brasil, como parte do programa "Principia Abroad", da Faculdade Principia, e que ocorreram entre janeiro e março de 2011, compreendi que Deus nos leva a crescer espiritualmente de formas que, às vezes, sequer imaginamos! Empenhava-me em estar mais consciente a respeito da maneira como percebia as outras pessoas, tentando de forma consistente vê-las perfeitas e completas, do modo como Deus as vê. Isso incluía a todos, desde meus companheiros de viagem, meus novos amigos brasileiros e até os estranhos nas ruas das cidades que visitei.
Em Salvador, uma cidade no nordeste do Brasil onde tive aulas de português, deparei-me com algumas pessoas de renda muito baixa, que vivem de maneira muito humilde, uma experiência não habitual para mim. Confiava em Deus para me prover de ideias corretas sobre essas pessoas e anular em meu pensamento as dificuldades que enfrentam. Senti que poderia ajudar, se me volvesse imediatamente a Deus, sabendo, com confiança, que Ele sempre supre as necessidades de todos, como afirma esta passagem em Ciência e Saúde: "O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana" (p. 494).
Certa noite, quando alguns amigos e eu tínhamos ido a um show no Pelourinho, no centro histórico de Salvador, três homens se aproximaram de mim. Eu usava duas correntes, uma delas tinha um pingente com a cruz e a coroa, o emblema da Ciência Cristã que representa a vitória sobre a doença, o pecado e a morte. Quando um desses homens agressivamente arrancou minhas duas correntes, senti uma sensação de ardor no pescoço e fiquei um pouco desorientado, mas consegui ficar calmo e manter um pensamento de amor fraternal para com aquele homem. Pensei na resposta de Jesus, durante a crucificação: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Consegui separar aquela ação da pessoa, reconhecendo a identidade espiritual do homem como a imagem e semelhança de Deus, que é o bem infinito.
Uma das correntes caiu diretamente em minhas mãos. Enquanto eu olhava para o chão e procurava pela outra, três transeuntes se aproximaram para me ajudar, o que me mostrou os benefícios do pensamento correto. Um deles encontrou a outra corrente rapidamente, embora estivesse bastante escuro, e me devolveu, mas não conseguimos encontrar o pingente com a cruz e a coroa. A essa altura, achava que o tinha perdido para sempre, portanto, agradeci a eles e comecei a subir a ladeira.
No ônibus de volta para casa, um amigo, que também é Cientista Cristão, disse-me: "Sabe, você nunca poderá estar em uma situação na qual não esteja pronto para enfrentá-la. Deus já preparou você para isso". Ao pensar sobre qual era o verdadeiro desafio que tinha de resolver, cheguei à conclusão de que precisava manter minha inocência de qualquer dano ou perda, e reconhecer que ambos, aquele homem e eu, sempre estivemos protegidos por Deus. Compreendi e fiquei contente com o fato de que eu havia sido protegido de danos físicos.
Fui dormir, satisfeito de como havia terminado a noite. De manhã, ao acordar, saí da cama e logo senti algo pontiagudo na sola do pé. Ainda não estava totalmente desperto e não tinha certeza do que poderia ser. Quando me abaixei para ver o que era, ali estava o pingente com a cruz e a coroa! Senti como se a Mente divina estivesse me mostrando que nada jamais está perdido no reino de Deus. Posso apenas imaginar como aquele pequeno medalhão reapareceu, mas isso não importa, porque, embora os caminhos de Deus possam parecer desconhecidos, eles sempre abençoam a humanidade e nos aproximam dEle.
Fiquei muito satisfeito com o resto da viagem a Salvador e a outros lugares desse maravilhoso país que pude conhecer, e feliz por compartilhar as extraordinárias experiências com todos em casa.
