Quando minha filha mais velha era criança, vivíamos em El Prado, uma região muito agradável de Montevidéu. Ela adorava andar de bicicleta com sua amiga. Eu sempre lhe dizia para não ir a determinado lugar que parecia ser perigoso, uma vez que havia muito tráfego naquele local. Entretanto, certo dia ela foi até lá. Ela estava andando muito rápido e, quando dobrou uma esquina que deu em uma rua na qual havia muitas pedras, a bicicleta travou de repente, ela voou da bicicleta e caiu.
Uma vizinha a trouxe para casa. Minha filha estava com a boca ensanguen-tada e muito dolorida. Eu a limpei, vesti-a com uma camisola limpa e a sentei em meu colo. Em seguida, comecei a ler para ela a definição de Mente, conforme consta de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, e que diz, em parte: “Os filhos de Deus têm uma única e a mesma Mente. Como pode o bem resvalar para o mal, se Deus, a Mente do homem, nunca peca?” (p. 470). Acho que isso ajudou-a a resgatar sua inocência, porque ela também se sentia culpada por ter ido a um lugar ao qual eu havia lhe dito para não ir. Mais adiante, a citação diz: “Deus é o Criador do homem e, visto que o Princípio divino do homem permanece perfeito, a ideia divina ou reflexão, o homem, permanece perfeito”.
Naquela noite ela dormiu em minha cama, e eu continuei a ler Ciência e Saúde praticamente a noite toda, para acalmar meu pensamento, reconhecendo com firmeza que ela estava bem.
Também li a definição de crianças/filhos, conforme consta de Ciência e Saúde: “Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor” (p. 582). Compreendi que nada de ruim pode acontecer a um representante espiritual. Eu sabia que ela estava bem, pois eu a estava vendo como uma ideia perfeita de Deus.
Na manhã seguinte, ao se levantar, ela estava se sentindo melhor e eu lhe preparei algo macio para comer, pois não conseguia mastigar muito bem. Persisti em minhas orações. No dia subsequente, ela estava completamente bem.
Mais tarde, naquele mesmo dia, ela me pediu permissão para ir brincar na casa de sua amiga. Essa amiga havia ficado muito assustada e contado a seu pai, que é médico, o que havia acontecido com minha filha. O médico examinou a boca de minha filha e perguntou aonde eu a havia levado. Ela respondeu: “a nenhum lugar”. Então, ele lhe disse: “Estou perguntando porque há uma cicatriz em sua boca, como se uma cirurgia profissional tivesse sido feita”.
Esse homem era amigo da nossa família e sabia que estudávamos a Ciência Cristã, de modo que minha filha lhe disse que eu estivera orando por ela. Com essa informação, o pai ficou ainda mais surpreso, pois a boca da menina estava perfeitamente curada; ele simplesmente não conseguia acreditar. Assim como minha filha, também fiquei muito surpresa quando ela me contou o que o médico lhe havia dito; eu estava infinitamente grata.
Essa cura foi como uma fonte de grande força espiritual, não apenas para minha filha e para mim, mas para todos, uma vez que tanto a minha família como a do meu marido foram testemunhas desta e de muitas outras curas alcançadas por meio da Ciência Cristã. Essa experiência os fortaleceu e deu a eles uma nova maneira de pensar sobre Deus.
A Sra. Eddy diz que a Ciência Cristã é a lei de Deus em ação e o reconhecimento de que somente Deus é o bem. Ciência e Saúde define o bem como: “Deus; o Espírito; a onipotência; a onisciência; a onipresença; a oni-ação” (ver p. 587). É a única ação que devemos esperar, a cada momento. Essa compreensão nos proporciona a certeza de que podemos caminhar seguros, sabendo que apenas o bem pode se manifestar em nossa vida.
Ana María Castro, Montevidéu
