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REFLEXÕES

A Ciência Cristã e Jesus

Da edição de julho de 2015 dO Arauto da Ciência Cristã

Tradução do original em inglês que aparece na edição de março de 2015 de The Christian Science Journal.


Esta conferência em áudio foi um diálogo entre Heloísa Gelber Rivas, co-gerente do Conselho de Conferências da Ciência Cristã, e Alessandra Colombini, Praticista e Professora de Ciência Cristã, residente em São Paulo, Brasil. Alessandra também foi Conferencista da Ciência Cristã.

Alessandra, conte-nos um pouco sobre sua trajetória no aprendizado da Bíblia, o qual começou na infância e a levou, por fim, a conhecer a Ciência Cristã. Conte-nos sobre sua busca espiritual e como ela desembocou em uma linda compreensão.

Bem, tudo começou quando aprendi a ler. Eu adorava ler e ganhei de presente um livro infantil com histórias da Bíblia. Imediatamente apaixonei-me por aquelas histórias e, apesar de ser apenas uma criança, logo vi o significado delas para a minha vida. Eu estava em um colégio religioso e ali o ensino da religião era bastante rigoroso, mas se falava muito pouco da Bíblia; a ideia, porém, ficou em meu coração. Na adolescência, comecei a frequentar a igreja de uma denominação protestante e passei realmente a estudar a Bíblia. Sou muito grata pelo que aprendi ali. Apesar de tudo, porém, não posso dizer que realmente entendia a Bíblia.

Quando foi que a mensagem desse livro se tornou mais clara para você e você passou a descobrir a lógica da Bíblia?

Foi aos vinte anos, quando estava na faculdade. Meu namorado, que depois se tornou meu marido, apresentou-me a Ciência Cristã e me deu o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Quando cheguei ao capítulo “Reconciliação e Eucaristia”, fiquei encantada com a lógica que havia na explicação da missão de Jesus, do propósito de sua vida e obra. Realmente pensei: “É isso! Existe uma lógica na vida, morte e ressurreição de Jesus! Agora entendo os Evangelhos.”

Em conjunto com essa descoberta, nesse capítulo, veio também a distinção entre Jesus e o Cristo. Aprendi que os dois termos não são exatamente sinônimos: Jesus foi o homem que manifestou o Cristo, que mostrou aos homens o que o Cristo é e o que faz. O Cristo é eterno, é o ideal de Deus, é aquilo que Deus sabe a respeito do homem criado à Sua imagem e semelhança. Jesus foi a manifestação humana, a manifestação prática, desse Cristo. Com esse novo conceito, pude identificar o Cristo na Bíblia toda, o Cristo em todas as épocas. Dessa forma, a Bíblia se abriu para mim, pois vi novo significado nas histórias ali contidas. Vi também que muitas palavras bíblicas têm um significado espiritual. Assim, pude entender muito melhor o que Jesus queria dizer, ao afirmar: “...antes que Abraão existisse, Eu Sou” (João 8:58). E: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Ou ainda: “...o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (João 14:10). Toda a questão de Jesus e o Cristo ficou muito mais clara para mim, e esse tema é básico no Cristianismo.

Antes disso, eu tinha a impressão de que havia algum mistério na Bíblia, algo que não tínhamos o direito de entender. Mas isso não é verdade, nós temos o direito de entender tudo o que Jesus ensinou. Temos o direito de compreender tudo o que está na Bíblia. Esse foi um ponto de partida muito importante para mim.

Você poderia nos falar especialmente de algum trecho da Bíblia que sirva de exemplo de como podemos entender o ensinamento de Jesus?

Poderíamos ficar horas falando da Bíblia e das muitas lições espirituais que obtive em meu estudo. Contudo, gostaria de falar de uma determinada parábola de Jesus. Devo dizer que muitas de suas parábolas começam com a afirmação: “O reino dos céus é semelhante a...” Jesus estava explicando o reino de Deus em palavras que as pessoas de sua época entendessem mais facilmente. Uma dessas parábolas conta que certo rei “resolveu ajustar contas com os seus servos” (ver Mateus 18:23-35). Um dos servos chamado a prestar contas devia-lhe dez mil talentos.

Essa era uma dívida enorme. Em um comentário bíblico, encontrei a explicação do quanto representava essa quantia. Um talento já era uma boa quantia, mas dez mil talentos era um montante que praticamente ninguém poderia pagar. É possível que esse rei não estivesse realmente esperando receber essa quantia. É interessante saber que essa dívida era assim enorme, porque ajuda a entendermos a verdadeira mensagem da parábola. Se alguém tem uma dívida de cem reais, é porque, em algum momento, recebeu cem reais ou algo equivalente a esse valor. Portanto, se esse servo devia dez mil talentos, era porque havia recebido do rei esse grande montante. E o rei perdoou-lhe a dívida.

Então, se Jesus disse: “O reino dos céus é semelhante a um rei...” podemos entender que esse rei é uma metáfora para Deus, e Deus nos proporciona uma enorme quantidade de bem, que não conseguiríamos devolver, nem precisamos devolver. Apenas devemos aceitar todo esse bem e ser gratos. Percebe a maravilha que é ter a consciência de que o bem vindo de Deus é tão enorme e está constantemente fluindo para nós?

Com seus ensinamentos e obras, Jesus revelou nossa união com Deus.

E Deus não espera que o devolvamos.

Exato. Um ponto interessante é notar que Jesus contou essa parábola antes de sua crucificação e deixou a mensagem de que não havia dívida a ser paga. O rei, Deus, já havia anulado a dívida. Portanto, a noção doutrinária e dogmática de que Jesus “pagou” a Deus por nossos pecados, graças à sua crucificação e morte, é uma interpretação errônea do amor de Deus por todos nós e de todo o bem que Ele nos proporciona. Jesus disse que não havia nenhuma dívida a ser paga.

Por isso, não faz sentido pensar que Jesus tinha de se sacrificar a nosso favor, para que Deus nos perdoasse.

Isso mesmo. Eu compreendi assim, de forma totalmente nova, aquilo que chamamos “expiação e reconciliação”, ou seja, a missão de Jesus e o plano de Deus. O plano divino não era que Jesus sofresse, que ele se sacrificasse como “oferta a Deus”, à semelhança dos animais que eram sacrificados no templo. O plano divino foi o de que Jesus manifestasse a Deus,  que nos ensinasse o bem total que Deus é.

Manifestasse o Amor.

Exatamente. Mary Baker Eddy, em Ciência e Saúde, escreve sobre Jesus: “Pela grandiosidade de sua vida humana, ele demonstrou a Vida divina. Graças à amplitude de seu puro afeto, ele definiu o Amor. Com a afluência da Verdade, ele venceu o erro. O mundo não lhe reconheceu a retidão, por não vê-la; mas a terra recebeu a harmonia que seu exemplo glorificado introduziu”.

Mais adiante, na mesma página, ela descreve nosso papel na reconciliação. “Quem está disposto a seguir-lhe o ensinamento e o exemplo? Mais cedo ou mais tarde todos têm de ancorar-se em Cristo, a verdadeira ideia de Deus. Poder derramar liberalmente em celeiros humanos, vazios ou cheios de pecado, seus tesouros caramente adquiridos, foi a inspiração que sustentou Jesus em seu intenso sacrifício humano” (p. 54). Ficou claro para mim qual era a verdadeira missão de Jesus, e foi libertador alcançar um senso lógico da questão da expiação e reconciliação. Daí, pude entender por que a Sra. Eddy fala a esse respeito como “unificação”, isto é, Jesus demonstrou a unificação do homem com Deus. Ele revelou a união do homem com Deus.

Isso mostra o papel de Jesus sob um ângulo completamente diferente.

Jesus nos revelou que não temos dívidas, que todo o bem que recebemos de Deus é enorme e não precisamos pensar que temos de pagar por esse bem.

Continuando com a mesma parábola, Jesus diz que esse mesmo servo, após a remissão de sua grande dívida, não quis perdoar seu colega que lhe devia uma quantia relativamente muito pequena. Comparada com dez mil talentos, essa dívida era realmente ínfima, mas esse homem não quis perdoar. Temos aí um ensinamento importante a respeito de relações humanas. Veja bem, recebemos de Deus um bem enorme e nada nos é cobrado, mas quantas vezes achamos que os outros nos devem isso e aquilo, isto é, têm o dever de fazer o que nós queremos ou aquilo que nós consideramos certo. Todas as vezes em que nos detemos a pensar que alguém deveria fazer algo, deveria agir de forma diferente, porque essa é a nossa opinião, estamos, de certa forma “cobrando” dívidas de nossos irmãos.

Você não está falando de dinheiro.

Não se trata de dinheiro. Trata-se de cobrarmos determinadas atitudes dos outros e de criticá-los, verbal ou mentalmente.

Isso se resume naquilo que pensamos dos outros.

É isso. Às vezes, sentimos que o modo de agir de outra pessoa nos afeta, e por isso achamos que temos o direito de criticar, como se ela nos “devesse” uma atitude diferente.

E criticamos mentalmente, ou mesmo em alta voz.

Essa crítica mental equivale a pensar que a outra pessoa nos deve algo. Corrigir esse modo de pensar é muito importante nas relações humanas. Ninguém nos “deve” nada porque todo o bem vem de Deus, Ele é a origem do bem, não a outra pessoa. Essa foi uma lição que aprendi logo no início de meu casamento. Eu amava meu marido mas parecia-me natural pensar: “Ele deveria dizer isso de outra maneira”. Ou: “Acho que ele deveria fazer isso ou aquilo, mas não faz”. Coisas assim, simples crítica mental. Não que eu dissesse algo ou discutisse, mas ainda assim percebi que, quando pensava dessa forma, nosso relacionamento não ficava muito harmonioso.

O sofrimento não é castigo de Deus. É meramente a resistência da mente mortal a se corrigir.

Pelo estudo da Ciência Cristã, eu havia aprendido quão importante é nossa maneira de pensar. Observando meu pensamento, dei-me conta de que essa crítica mental não era nada benéfica para nosso casamento. Lembrei-me de algo que é lido todo primeiro domingo do mês nas igrejas da Ciência Cristã, a Regra para Motivos e Atos, que está no Manual dA Igreja Mãe, escrito por Mary Baker Eddy. Esse texto diz, em parte: “Na Ciência, só o Amor divino governa o homem; ...” (p. 40). Compreendi que era isso o que eu devia pensar a respeito de meu marido. Apenas o Amor divino o governa, logo se é o Amor divino que o governa, por que deveria eu ficar pensando que algo deveria ser diferente? Eu poderia confiar em que o Amor governa corretamente, e meu marido não era “meu devedor”. Isso foi muito bom para meu casamento.

Fomos casados por 35 anos e obviamente tivemos alguns problemas, mas sempre os superamos com o pensamento correto que aprendemos na Ciência Cristã e na medida em que aprendíamos mais a respeito dos ensinamentos de Jesus. Para mim, é isso o que significa “aceitar Jesus”. Ouvimos dizer: “Temos de aceitar Jesus”. Mas isso significa aceitar e praticar seus ensinamentos em todos os detalhes de nossa vida.

Sim, e não ficar “cobrando dívidas”, achando que os outros deveriam agir de acordo com a nossa opinião, como se tivéssemos o direito de julgar e condenar. Não foi isso que Jesus ensinou.

Não podemos dizer que aceitamos Jesus se, ao mesmo tempo, culpamos nosso próximo, às vezes até em detalhes pequenos que nos incomodam, “pequenas dívidas” que tentamos cobrar.

É interessante notar que, quando fazemos isso, nós mesmos sofremos.

Foi exatamente isso que aconteceu na parábola, o servo que não perdoou a dívida pequena acabou na prisão. Essa prisão pode ser entendida como a prisão da raiva, do ressentimento, ou até de sentir-se incomodado. A parábola diz que o senhor mandou prender esse servo mau “até que lhe pagasse toda a dívida”.

“Pagar a dívida” significa corrigir nossa maneira de pensar, de acordo com os ensinamentos de Jesus. Às vezes não é difícil corrigir nossos pensamentos e superamos facilmente o sentimento de incômodo ou de crítica. Mas muitas vezes nos apegamos ao ressentimento, à condenação, e isso nos faz sofrer. Esse sofrimento não é “castigo de Deus”. É o resultado direto de nossos pensamentos, que acabam sendo uma prisão.

Isso nos leva a um conceito diferente sobre o sofrimento. Não é necessário sofrer. Não é meramente sofrendo que nos santificamos. O sofrimento é apenas a resistência da mente mortal a se corrigir. Em meio ao sofrimento, podemos pensar: “Eu posso parar de sofrer. Eu posso pensar de forma diferente, posso agir de forma diferente”.

Podemos mudar a base de nossos pensamentos.

Quando Jesus fez tudo o que fez, curando a doença, multiplicando os pães e os peixes, acalmando a tempestade, ele estava demonstrando, estava dando provas de que o mal, sob qualquer forma, não precisava ser aceito e suportado.

Como você disse, demonstrar é dar provas, por isso ele deu provas de que Deus não exige que soframos.

É comum ouvir dizer: “Eu acredito em Jesus, eu acredito no que a Bíblia diz dele”. Mas apenas crer, por si só, não transforma o caráter. Precisamos dar o passo seguinte.

A Bíblia fala bastante a respeito de salvação, e os cristãos chamam a Jesus de Salvador.  O que significa isso? Será que a salvação é algo tão estranho à criação de Deus que pode ser vivida só depois da morte? Não, a salvação é inerente à criação divina, porque nesta é natural estar a salvo do mal. Vivemos na criação de Deus e nela somos livres, livres da escravidão da matéria, agora mesmo. Jesus provou, com suas obras, que os filhos de Deus são livres, não são escravos da matéria. Ele exerceu o domínio sobre todas as alegações da matéria. Salvação é isso, o domínio sobre a matéria. Temos essa salvação por direito divino, por sermos filhos de Deus!

A salvação acontece momento a momento, quando compreendemos que podemos seguir o exemplo de Jesus e com isso sermos, cada vez menos, dependentes de situações materiais. Poderíamos dizer que salvação é liberdade.

Não estamos falando de liberdade no sentido de fazer tudo o que é de nossa própria vontade, mas sim, de sermos livres das limitações materiais, porque a matéria sempre se mede em termos de limites: limites nas nossas capacidades, limites nas nossas possibilidades, oportunidades limitadas, saúde limitada. Como filhos de Deus, não estamos destinados a isso, como Jesus ensinou e demonstrou.

Outro aspecto importante dos ensinamentos de Jesus é o que ele ensinou a respeito de Deus. Em Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã, a Sra. Eddy escreve: “É nossa ignorância a respeito de Deus, o Princípio divino, que produz aparente desarmonia, e compreendê-Lo corretamente restaura a harmonia” (p. 390). Tal ignorância pode se apresentar como meramente um conceito errôneo sobre Deus, por exemplo, como se Ele fosse um juiz implacável que precisa ser apaziguado, ou então pode ser a simples indiferença da mente mortal com relação a aprender e descobrir mais sobre o que Ele é realmente. Ambos os casos são formas de ignorância.

A humanidade em geral se dedica bastante a aumentar o conhecimento material e não se dá conta de quão importante é obter uma compreensão correta sobre a natureza de Deus. Todos queremos vencer o mal, qualquer que seja sua forma. Jesus provou que podemos vencê-lo pela compreensão correta acerca de Deus como Pai. Se formos examinar os Evangelhos sob esse aspecto, isto é, para ver o conceito que Jesus tinha de Deus, veremos como ele sempre se referia ao “Pai”, em qualquer situação. Era a autoridade de um Pai onipotente, que Jesus invocava. Em suas parábolas, muitas vezes se referia a Deus como “rei”, justamente como na parábola que acabamos de examinar.

O Cristo nos ajuda sempre, de todas as maneiras.

Um rei, uma autoridade suprema.

Exatamente. Uma autoridade totalmente boa. Podemos ver o que Jesus pensava de Deus, como se sentia próximo dEle, daí vemos como nós podemos também pensar em Deus. E podemos ver também nos escritos da Sra. Eddy esse conceito claramente desenvolvido. Aquele conceito correto de Deus que restaura a harmonia.

É importante compreender o papel de Jesus na nossa melhor compreensão de Deus, do Pai. Ele nunca disse que era o próprio Deus, sempre se referia a Deus como Pai e a si mesmo como o Filho. Sim, ele disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), um no sentido de união, não a mesma entidade. Somos todos um em Deus, na Mente divina. A Sra. Eddy expressa isso de maneira bem clara, quando diz: “Assim como uma gota de água é uma com o oceano, um raio de luz é um com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, Pai e filho, são um no existir” (Ciência e Saúde, p. 361).

Sim, o que é uma gota de água? É água. No que consiste um raio de luz? Em luz. Em ambos os casos, têm a mesma substância.

Certo, a mesma natureza. É assim que “Eu e o Pai somos um”. Uma única natureza. Jesus disse isso claramente no capítulo 17 do Evangelho de João, quando orou ao Pai em prol de seus discípulos e daqueles que viriam a crer nele: “...a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós” (v. 21).

Quanta ternura! Ele incluiu toda a humanidade nesse UM, ninguém separado, nem do Pai nem dele.

Essa nova compreensão foi muito importante em minha vida. Fez toda a diferença! Também há algo mais que eu gostaria de ressaltar. Cada vez que compreendemos um pouco mais a respeito de Deus, a respeito da missão de Jesus, da igreja, da nossa vida, é o Cristo vindo a nós. É a vinda do Cristo à nossa consciência.

E essa vinda é recorrente, não um evento único.

A vinda do Cristo pode acontecer todos os dias, porque todos os dias podemos aprender algo novo, podemos vivenciar uma cura. Até podemos tomar isto como alvo para nossa vida: aprender algo novo, a cada dia, acerca da realidade divina. Um momento de consciência da realidade divina efetua a cura. Lembro-me de uma vez em que estava sofrendo com cólicas menstruais, e a dor era muito forte.

Naquele momento de muita dor física, lembrei-me da liberdade que é nossa de direito, o domínio sobre a matéria. Lembrei-me de que não era obrigada a aceitar a dor como parte de minha vida, como se fosse algo natural, que passa com o tempo. Vi que eu podia governar minha vida com a mesma autoridade que Jesus demonstrou em sua vida. Foi algo instantâneo. Naquele momento de consciência espiritual o mal sumiu e eu fiquei bem! Nunca mais tive aquelas cólicas nos muitos anos que se seguiram. Podemos dizer que foi, naquele momento, uma vinda do Cristo, a vinda à minha consciência da verdade que Jesus ensinou. Foi a salvação colocada em prática naquele momento. Foi realmente um aceitar o Cristo. É o Cristo que vem a nós cada vez que compreendemos um fato sobre nossa verdadeira natureza.

A Sra. Eddy fala disso quando escreve sobre o despertar para a realidade: “Esse despertar é a perpétua vinda do Cristo...” (Ciência e Saúde, p. 230). Essa perpétua vinda do Cristo é muito mais do que o nascimento de um bebê, há mais de 2000 anos. Aquele foi o anúncio da perpétua vinda do Cristo, que Jesus manifestou mas que não parou com a ascensão dele.

Isso me faz lembrar de como Mateus termina seu Evangelho, quando conta que Jesus, antes de sua ascensão, diz aos discípulos: “...eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:20). O Cristo está conosco sempre, até o fim do “século”, que pode ser entendido como o fim das crenças materiais.

Assim sabemos que o Cristo nos ajuda sempre, de todas as maneiras.

Sim, de todas as maneiras, durante toda nossa experiência humana até que esta fique livre de todas as crenças materiais, essa é a redenção pelo Cristo. Aí compreendemos completamente a realidade espiritual, ou seja, o céu, a realidade divina, e assim sentimos a salvação.

Quando estudamos Ciência e Saúde e as outras obras de Mary Baker Eddy sentimos que o raciocínio ali exposto faz sentido. Entendemos o verdadeiro papel de Jesus e o papel da Ciência do Cristianismo, que por inspiração veio à Sra. Eddy. Essa compreensão lógica e ao mesmo tempo inspirativa traz consigo a prova prática que se nota na melhoria de nossa condição humana.

Antes desse estudo da Ciência, eu amava e lia a Bíblia, mas isso não tinha muita influência em minha vida do dia a dia. Era como se o estudo da Bíblia fosse uma atividade de lazer, mais intelectual do que outra coisa, inteiramente separada do resto de minha vida. Os ensinamentos de Jesus tinham uma aplicação bastante limitada, significavam ser uma pessoa boa e honesta, não iam além disso.

Claro que isso já nos levaria a uma sociedade melhor. Acreditar em Jesus e na Bíblia é melhor do que nada. Somos gratos pelo fato de que uma grande parte da humanidade dá valor à bondade e à honestidade. Mas quando damos um passo além e vemos como os ensinamentos e o exemplo de Jesus nos ajudam a colocar mais espiritualidade em nossa vida, harmonizam os relacionamentos, curam os males físicos, então vemos seu poder transformador. Uma transformação que vem de dentro de nós. Em realidade, consiste em trazer à tona nossa natureza verdadeira, que nos foi dada por Deus. Graças a essa natureza estamos para sempre unidos a Deus, somos um com Ele. E isso é muito mais do que meramente crer em Jesus.


Todas as conferências da série “Reflexões” estão disponíveis em áudio (em inglês) na página da Internet: christianscience.com/sharedreflections. Para ouvir esta conferência em português, visite: http://christianscience.com/portugues-conferencias.

As transcrições desta série de conferências são publicadas regularmente em The Christian Science Journal e suas traduções nO Arauto da Ciência Cristã. Elas também estão disponíveis on-line, nas páginas da Internet: journal.christianscience.com e pt.herald.christianscience.com/portugues.

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