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Original para a Internet

O que um profeta vê

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 6 de março de 2023


O livro dos Juízes, na Bíblia, fala sobre Débora, uma mulher notável que vivia em Israel, quando os israelitas estavam em cativeiro havia já vinte anos. Débora era profetisa, uma vidente: alguém que percebe que a realidade é espiritual. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, define profeta como: “Aquele que vê espiritualmente; desaparecimento do senso material ante os fatos conscientes da Verdade espiritual” (p. 593). Débora deve ter visto além daquela sociedade dominada por homens, além da repressão às mulheres naquela época, e tinha consciência, em certa medida, da realidade da criação espiritual de Deus, na qual ninguém é oprimido e nenhum grupo domina sobre o outro.

Escolhida como juíza entre os israelitas cativos, única mulher a exercer esse cargo, depois de três homens, Débora era considerada justa em seus veredictos e respeitada por sua maneira de proceder com os outros. Além disso, foi uma guerreira, que se posicionou ao lado do capitão do exército de Israel, tendo papel fundamental na libertação israelita do cativeiro. Em consequência disso, Israel viveu em paz por quarenta anos. Débora também era poetisa. Em seu cântico de vitória, apesar de todas as suas conquistas, foi do seu papel de “mãe” que ela falou. Em Juízes 5:7 lemos que ela chamou a si mesma de “mãe em Israel”. Curiosamente, a história dessa mulher extraordinária não é tão conhecida quanto a de muitos outros que, na Bíblia, desempenharam o mesmo papel, mas que eram homens.

Na tentativa de corrigir esses desequilíbrios em nível global, o dia 8 de março é reconhecido como o Dia Internacional da Mulher, data dedicada a comemorar as conquistas das mulheres. Nos Estados Unidos, março é conhecido como o Mês da História da Mulher. Além disso, vários países escolhem o último domingo de março para celebrar o Dia das Mães. Apesar disso, em muitas culturas ao redor do mundo, as mulheres ainda desempenham um papel de subordinação em relação aos homens. Embora já tenha havido grande progresso no sentido de instituir mais igualdade, ainda se faz necessário um debate franco em defesa dos direitos das mulheres, da equidade e de oportunidades iguais. Isso pode incluir a equiparação salarial entre homens e mulheres, tanto no local de trabalho quanto em outras atividades, como nos esportes, por exemplo.

A Bíblia revela que Deus é o Espírito, e a criação espiritual de Deus inclui somente o correto equilíbrio e a justiça, sem hierarquia, desigualdade ou favoritismo, como é declarado em Gálatas 3:28. E Jesus deu provas disso com seu exemplo. Ele salvou uma mulher adúltera do apedrejamento exigido por seus acusadores homens, perdoou os pecados da mulher criticada por Simão, o fariseu, revelou a uma mulher samaritana, a quem encontrou perto de um poço, que ele era o próprio Messias, e curou a mulher que estava sofrendo de hemorragia havia doze anos e que ousou tocá-lo contrariamente às regras da época. Em cada um desses casos, uma mulher foi transformada e curada. Essas ações mostram que Jesus não discriminava nem considerava as mulheres inferiores aos homens. Por ver as coisas espiritualmente, ele via a todos como Deus os vê: perfeitos, completos, a semelhança de Deus expressa de maneira individual.

No século XIX e no início do século XX, em uma época em que os papéis de destaque na sociedade e na igreja eram reservados exclusivamente aos homens, a Sra. Eddy deu início a um movimento religioso que denominou Ciência Cristã, fundou uma igreja e uma faculdade, criou um jornal internacional e periódicos religiosos, e escreveu vários livros, sendo Ciência e Saúde sua principal obra. Esse livro foi reconhecido por ter exercido uma profunda influência no pensamento mundial. Digno de nota é que nele a autora mostra que Deus é tanto Mãe como Pai, os dois aspectos no mesmo nível de importância.  

A Sra. Eddy consolidou esse justo equilíbrio nas várias atividades de sua igreja, e esperava vê-lo demonstrado em todos os aspectos da vida humana. Ela era uma profetisa, no sentido de que via a realidade espiritual, ela via a plenitude perfeita da criação de Deus expressa em cada pessoa. Citando o primeiro capítulo da Bíblia, ela escreve: “Que apareçam o ‘homem e mulher’ da criação de Deus” (Ciência e Saúde, p. 249).

Embora pensar em Deus como Mãe fosse inicialmente considerado quase uma blasfêmia pela sociedade patriarcal, cada vez mais as igrejas e as culturas estão começando a perceber a importância, e até mesmo a necessidade, de ampliar nosso conceito da Deidade. O pensamento humano que, por séculos, citou a Bíblia como autoridade para a subordinação das mulheres, está mudando. Em vez daquela interpretação limitada, o significado espiritual da Bíblia, revelado na Ciência Cristã, leveda o pensamento, possibilitando assim que a humanidade veja a criação do Pai-Mãe Deus em termos mais igualitários e equilibrados.

Todos, homens e mulheres, têm a capacidade de ser profetas, videntes espirituais, isto é, de estar conscientes dos fatos espirituais da Verdade. Lemos em Ciência e Saúde: “Quando suficientemente adiantados na Ciência para estarem em harmonia com a verdade a respeito do existir, os homens se tornam involuntariamente videntes e profetas. . .” (p. 84).

Essa consciência mais espiritual, que alinha o pensamento com a realidade — com aquilo que Deus vê — revela que nossa verdadeira e mais elevada identidade é o progênito espiritual de Deus, começa a remover as limitações e desigualdades e corrige as injustiças cometidas pela sociedade. Mas, como podemos comprovar isso na prática, em nossa experiência de vida, individual e coletivamente? Em primeiro lugar, é reconfortante saber que a igualdade tem base divina, e que não há nada na lei de Deus que justifique qualquer tipo de discriminação ou desequilíbrio. Então, graças ao nosso desejo de alinhar ainda mais os pensamentos com os “fatos conscientes da Verdade espiritual”, por meio do estudo da Palavra de Deus, da oração e da disposição de abandonar crenças culturais, passamos a ver mais daquilo que Deus vê, então “o ‘homem e mulher’ da criação de Deus” ficarão mais evidentes em nossa experiência de vida.

Quer sejamos homens ou mulheres, podemos dar os passos práticos para sermos justos e equitativos em nossos pensamentos e em nossa maneira de proceder com os outros. Podemos buscar, e esperar ver, essas características expressas cada vez mais na sociedade. E podemos orar em relação a toda forma de preconceito, desigualdade, opressão e repressão, confiantes de que nossas orações têm o selo da autoridade do Todo-Poderoso.

Este ano, a Aliança Nacional da História da Mulher, organização com sede na Califórnia, EUA, escolheu o tema: “Uma homenagem às mulheres protagonistas de nossas histórias”. Débora, na Bíblia, foi uma dessas mulheres, uma mãe em Israel e vidente espiritual, cuja história aponta para aquilo que pode ser alcançado, quando nos esforçamos para ver como Deus vê. E o que é verdadeiro para a mulher, também é verdadeiro para o homem. Todos nós refletimos a Deus de maneira gloriosamente individual. Essa é nossa verdadeira identidade. A Sra. Eddy escreve: “O homem e a mulher, coexistentes e eternos com Deus, refletem para sempre, em qualidade glorificada, o infinito Pai-Mãe Deus” (Ciência e Saúde, p. 516). Todos têm a capacidade de ver espiritualmente. Podemos procurar, ver e nutrir as qualidades de Deus refletidas e expressas em cada menina, menino, mulher e homem.

Moji George
Redatora-Adjunta

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