O mês de junho é bastante procurado, nos Estados Unidos, para as cerimônias de casamento. Contudo, não só para muitos americanos, mas para muitas pessoas em todo o mundo, a vontade de encontrar companhia continua na lista de desejos não realizados.
Às vezes, esse desejo está focado em formar uma família. Em outros casos, pode ser simplesmente a vontade de encontrar a companhia certa, como na história bíblica em que Adão se une a Eva. Conforme está em Gênesis 2:18: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”.
Embora um bom casamento seja um modo muito bom de se vivenciar o companheirismo, essa é uma entre as muitas maneiras em que essa necessidade pode ser atendida. Não precisamos ficar ansiosos, se não tivermos esse tipo de ligação, nem mesmo sentir-nos incompletos.
Por quê? Porque o fato espiritual é que cada um de nós está sempre unido à fonte de todo o amor, o Amor divino, por sermos a ideia, a imagem espiritual de Deus. O Amor divino, o Princípio, tem uma relação inseparável e indestrutível com a amada expressão espiritual de Deus, o homem, e homem é o termo genérico para todos nós em nossa verdadeira natureza espiritual. Por sermos ideias de Deus, cada um de nós tem, por natureza, tudo aquilo de que precisa, todo o bem que vem, de maneira contínua e abundante, do nosso todo-amoroso Deus.
Como progênitos espirituais do Amor divino, cada um de nós foi criado para vivenciar e expressar o bem que é Deus. Por compreendermos que nossa relação primordial é com o Amor infinito, podemos sentir o amor de Deus em nossa vida e ser felizes, bons e satisfeitos. O verdadeiro senso do Amor divino nos assegura que Deus deseja apenas o melhor para cada um de nós. Logo, independentemente de qual seja nosso estado civil, no momento, podemos sentir a harmonia intacta do amor de Deus e ser abençoados.
O fato de que somos eternamente um com o Amor divino inspira a ideia de “matrimônio espiritual” mencionada em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã. Em um parágrafo relacionado a esse termo, ela explica que o Amor divino está “…desposado com a sua própria ideia espiritual” (p. 575). Isso indica que nós já estamos, no sentido mais elevado, desposados com Deus, unidos inseparavelmente ao Princípio divino.
Por isso, ninguém pode estar privado de carinho, porque o Amor divino é infinitamente amoroso. Com um único Deus, um único Amor, toda a humanidade tem o amor do Amor, e quando reconhecemos que essa é a nossa realidade, podemos ver isso se concretizar em companhia adequada na nossa vida.
Por exemplo, depois que meu casamento fracassou, fiquei solteira por 17 anos. Certo dia, mencionei que eu desejava ter um companheiro, em conversa com meus colegas de trabalho, e um deles respondeu que a chance de me casar outra vez era tão remota quanto a de uma bomba cair na nossa pequena cidade serrana. Meus colegas riram sem maldade, mas aquele comentário me magoou.
Em casa, buscando estar definitivamente em paz com essa situação, intensifiquei minhas orações. Conforme está em Ciência e Saúde: “O desejo é oração; e nenhuma perda pode ocorrer por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam moldados e elevados antes de tomarem forma em palavras e ações” (p. 1).
Com essa oração mais profunda, cheguei à perspectiva de que eu não precisava estar humanamente casada ou mesmo encontrar uma amizade especial, para me sentir satisfeita, porque eu jamais poderia estar divorciada de Deus, e era plenamente amada pelo Amor divino, para sempre. Minha confiança foi renovada e minhas expectativas se elevaram, com isso parei de tentar criar meu próprio caminho e me dispus a receber a terna orientação do Amor. Deixei de lado os sites de namoro, pedi que meus amigos parassem de tentar arranjar possíveis parceiros para mim e decidi aceitar só aqueles encontros que me sentisse divinamente inspirada a aceitar.
No dia seguinte, fui convidada para uma exposição de arte e, quando cheguei lá, um homem que eu conhecera anos antes em uma aula de dança, se aproximou de mim e disse: “Por onde você andou nesses últimos três anos?” Começamos uma conversa que revelou termos muito em comum. Esse homem se tornou meu marido. Hoje, quase duas décadas depois, ainda estamos casados e felizes, profundamente amigos.
Deus diz, na Bíblia: “Desposar-te-ei comigo para sempre…” (Oseias 2:19). Nós podemos sempre confiar nossos desejos mais profundos ao Amor que tudo abrange, em quem temos alegria conjugal eterna.