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Original para a Internet

Jogando boliche sozinho?

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 9 de junho de 2025


Há alguns anos, eu venho orando com respeito às informações de que o afastamento e o isolamento entre as pessoas têm aumentado. Um livro de Robert D. Putnam intitulado Bowling Alone: The Collapse and Revival of American Community [Jogando Boliche Sozinho: O Colapso e Renascimento da Comunidade Americana] (Nova York: Simon & Schuster, 2000) me ajudou a perceber algumas questões específicas que posso tratar por meio da oração.

Putnam observa que muitas pessoas deixaram de participar de atividades sociais e comunitárias tradicionais, e que isso faz com que se sintam isoladas, solitárias e separadas da família, de amigos e de vizinhos. Ele escreve que, por outro lado, o hábito de se relacionar com outras pessoas constrói o “capital social”, que consiste na rede de relacionamentos e recursos de uma comunidade, o qual ajuda a diminuir a solidão, contribuindo para a criação de conexões, laços de confiança e relacionamentos fundamentados no respeito mútuo.

Entendi que a sensação de isolamento e a diminuição do capital social podem ser tratadas eficazmente por meio da oração, ou seja, aproximando-nos mais de Deus e aprofundando nossa compreensão de que Ele é nosso Pai-Mãe e de que nossa identidade é a expressão de Sua natureza, que é o bem infinito. Uma boa maneira de começar consiste em orar para estar mais consciente do bem infinito de Deus em nossa experiência diária e de como esse bem é expresso pelos outros. A oração nos ajuda a perceber que Deus é o próprio bem que se reflete em qualidades espirituais como compaixão, paciência e perdão, qualidades essas que são o fundamento da fraternidade entre o gênero humano e nos permitem alcançar e manter um senso espiritual de comunidade.

Cristo Jesus, o cristão por excelência, ensinou a importância de reconhecermos em cada um todas as qualidades de Deus, que são inerentes a nós por sermos o reflexo do Amor divino. Ele mostrou a seus seguidores como amar e cuidar uns dos outros, assim como Deus cuida de nós, pois somente por meio do puro amor de Deus podemos curar os males do mundo. Os discípulos de Jesus trabalhavam e comiam juntos e estavam sempre aprendendo com o Mestre e uns com os outros. Eles saíram pelo mundo não sozinhos, mas dois a dois, para disseminar a Palavra de Deus entre os que estavam em busca de elevação espiritual. Tenho a certeza de que os seguidores de Jesus se sentiam fortalecidos com a fraternidade que havia entre eles. E acredito que o apóstolo Paulo, ao lançar os fundamentos da igreja cristã primitiva, deve ter tomado como base esse modelo de companheirismo.

Paulo foi um mestre na construção de comunidades. Ele se referia aos cristãos como irmãos e irmãs e os estimulava a se apoiarem mutuamente. Eles compartilhavam refeições, habitações, recursos e o ministério. Paulo os exortava a aceitar o fato de que todos eram iguais, por serem criados pelo único Deus. Ele escreveu aos cristãos da Galácia: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28). Em uma carta à igreja em Corinto, ele exortou seus membros a serem caridosos e bondosos, e a valorizarem as diferentes capacidades e contribuições de todos: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (1 Coríntios 12:12).

Em certos períodos de nossa vida, talvez tenhamos a sensação de que estamos isolados e solitários, ou separados de uma comunidade que possa nos apoiar. Talvez a família e os amigos não estejam por perto. Mas Deus está sempre conosco, e é um socorro presente. Em Salmos, lemos a promessa: “Deus faz que o solitário more em família…” (68:6). Essa é uma das mensagens bíblicas que mais infunde ânimo. Nosso amoroso Pai-Mãe cuida de todos nós 24 horas por dia, sete dias por semana, atendendo a todas as necessidades humanas, inclusive de companhia. A aliança que Ele tem com Seu povo é eterna e transcende as associações humanas, as linhas de parentesco e os tradicionais laços familiares.

Isso foi comprovado por mim há dois anos, quando me mudei para uma casa que ficava em uma rua onde eu não conhecia ninguém. Essa mudança apresentou muitos desafios, porque envolveu a venda de uma casa e a mudança para uma casa menor, bem como a reforma da nova casa. A orientação de Deus me ajudou a passar por todas as etapas dessa experiência. Fiquei muito grata pelo amoroso apoio em oração de uma praticista da Ciência Cristã. Eu moro sozinha e frequentemente orava com a passagem bíblica mencionada acima, reconhecendo que “Deus faz que o solitário more em família”.

Após a mudança para a casa nova, fiquei profundamente comovida ao perceber que Deus realmente havia me colocado na “família” de uma vizinhança amorosa. Seis dos meus novos vizinhos me acolheram sob suas asas. Fazemos refeições juntos e nos reunimos para jogos, alguns dias à noite. Meu vizinho de porta costuma cortar a grama de uma parte do gramado que é de difícil acesso para mim. Dois vizinhos ajudaram a cuidar do meu cachorro. Vários também contribuíram com ideias ou me ajudaram em consertos na casa. Eles têm sido como os irmãos e irmãs de que Paulo falou. Retribuo com prazer a bondade deles e prezo muito sua amizade. Essa fraternidade é uma evidência poderosa da presença de Deus.

Embora a participação em organizações sociais tradicionais possa estar diminuindo, o senso de fraternidade e conexão que todos os filhos de Deus naturalmente têm entre si jamais pode ser perdido. Ele perdura porque todos somos criados pelo mesmo Deus todo-amoroso e Ele cuida de nós. Mary Baker Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã: “Os ricos em espírito ajudam os pobres em uma grande fraternidade, na qual todos têm o mesmo Princípio, o mesmo Pai; e abençoado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 518). Toda vez que oferecemos ajuda de maneira amorosa e fraternal a um colega de trabalho, vizinho ou familiar, e aceitamos gentilmente atitudes amorosas semelhantes por parte de outros, estamos expressando o espírito do Amor que Cristo Jesus exemplificou. Isso enriquece e amplia não apenas nosso próprio capital social, mas também o de nossa comunidade.

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