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A particularidade nas curas de Jesus

Da edição de outubro de 1951 dO Arauto da Ciência Cristã


Aprendemos pelos Evangelhos que as curas feitas por Jésus eram individuais em sua análise e espirituais em seu método, embora ilustrassem o Princípio e leis invariáveis e divinos da Bíblia. A maneira pela qual Jesus examinava os casos, assim como as advertências que fazia após as curas, eram, sem dúvida alguma, inspiradas e não rotineiras. Tomando como base imutável a verdade sôbre a eterna perfeição de Deus e do homem como Sua perfeita semelhança, ele fazia aparente a irrealidade e a não existência das discórdias mentais e físicas revelando assim aos mortais a supremacia e a totalidade de Deus. A nenhuma sugestão da mente humana era permitido turvar o alvorecer do Cristo e impedir que fôsse demonstrado o controle da Mente sôbre o corpo.

O método científico cristão empregado por Jesus em suas curas se distingue de todos os processos humanos de cura, tanto mental como material. Pelo fato de acreditarem os mortais ser a enfermidade material e, sobretudo, sem nenhuma relação com seus pensamentos, não se preocupam os sistemas humanos de cura em desenvolver no paciente o cristianismo pelo qual se manifesta a suprema natureza de Deus, natureza totalmente boa. Com o seu uso de remédios estereotipados e fórmulas hipnóticomentais não promovem o progresso moral e espiritual da humanidade. A individualidade do paciente é obscurecida em vez de ser libertada. Estes métodos não condizem com a cura feita por meio de Cristo, graças à qual a perfeição de Deus e do homem é revelada e demonstrada. As curas pela Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Cristian Çá'iens). Uma tradução literal dessas palavras é: Ciência Cristã. são conseguidas pelo mesmo método distinto e espiritual empregado por Jesus. Mary Baker Eddy provou ser o seu sistema o sistema original das curas por meio de Cristo inextricàvelmente compreendido no cristianismo primitivo. Isso foi conseguido em anos de estudos, revelações e a cura, ùnicamente por meio do poder espiritual, de todas as espécies de pecados e enfermidades. Este método cristão científico ela o ensinou aos seus seguidores.

Na Christian Science todo caso é tratado por meio da oração com compreensão espiritual e não pela repetição de fórmulas filosóficas ou pelo mero recitativo de palavras habituais. Deve haver em todos os casos um maior conhecimento da totalidade de Deus e da perfeição do homem. Um despertar espiritual deve acompanhar a cura física pela Christian Science, como acontecia na prática de Jesus. Que as primitivas curas cristãs e as curas pela Christian Science de hoje são idênticas em seu método torna-se aparente quando casos específicos de curas feitas por Jesus são estudados e compreendidos à luz do “Science and Health with Key to the Scriptures” (Ciência e Saude com a Chave das Escrituras) por Mrs. Eddy.

No quinto capítulo do Evangelho de Marcos, são narrados três casos de curas feitas por Jesus, cada qual tratado de maneira diferente, de acôrdo com a sua natureza individual, embora tudo na perfeita conformidade com Deus, o fundamental Princípio divino. O autor do Evangelho forneceu uma instrução muito valiosa na sua descrição das várias curas. A Christian Science interpreta espiritual e pràticamente essas instruções. É também explicada a Ciência empregada por Jesus em suas obras, a qual permite aos cristãos de hoje estudarem e praticarem a cura por meio de Cristo.

O primeiro caso é o do homem possuido por uma legião de demónios que horrorizava todos que encontrava (Marcos 5:1–20). Da pecaminosa crença de que há mente na matéria e de que ela é sujeita a matéria, originou-se uma multiplicidade de desilusões que acabaram por enloquecer o pensamento com a autodecepção e confusão. Em resposta à pergunta de Jesus, “Qual é o teu nome?” ele disse, “Legião é o meu nome, porque somos muitos.” A convicção de Jesus de que a Mente divina, Deus, é a Mente do homem operou a cura. O caso é citado por Mrs. Eddy no Science and Health. Ela conclui que (pág. 411), “as Escrituras parecem indicar que Jesus fez com que o mal se visse a si mesmo e assim se destruisse.”

Jesus não costumava perguntar o nome de moléstias. Ele não tinha disso necessidade. O seu discernimento espiritual tornava-lhe possível enxergar através do procedimento mental da pessoa em estado de erro e assim expulsar o mal. Contudo, em casos em que a cura exige que o indivíduo reconheça e veja a irrealidade de sua crença pecaminosa o enferma, um questionário audível é às vezes necessário, como demonstrou Jesus neste caso. Quando a não existência do erro começou a assomar no pensamento do endemoninhado, naquele momento o erro principiou a perder o seu jugo como sua suposta identidade. Sem identidade foi logo reduzido ao seu elemento original suino e assim destruido.

Que a cura foi completa, não resta a menor dúvida. O completo restabelecimento foi reconhecido por todos os que o testemunharam. A supremacia da Mente divina e a perfeição do homem como idéia da Mente haviam sido demonstradas por Jesus. Contràriamente, porém, às suas instruções em alguns casos, disse ele ao homem: “Vai para casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes cousas o Senhor te fez.” Ele obedeceu humildemente, e “todos se maravilharam.”

O segundo exemplo de cura narrado no quinto capítulo de Marcos (versículos 25–34) é um de desordem física que vinha desde muitos anos desafiando os processos médicos. A fé em meios materiais tinha sido aparentemente esgotada, e a vítima estava pronta, de todo o coração, a procurar o divino auxílio para a sua cura. Está escrito que a mulher em busca de cura, “ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou no seu vestido. Porque dizia: Se tão sómente tocar os seus vestidos, sararei.” E foi de fato instantâneamente curada.

Este, porém, não foi um caso de cura pela fé, que resulta às vezes da fé cega em uma pessoa ou na matéria. Por que? Porque o próprio Jesus teve parte consciente nela. Ele sentiu, espiritualmente, ter sido invocado e atendeu à necessidade. Graças à sua intuição espiritual, ele discerniu a necessidade e efetuou a cura. Não foi necessária nenhuma comunicação audível com a paciente. O erro não era dos que precisavam ser reconhecidos, como no caso anterior. Foi ele instantâneamente destruido, uma prova concreta da primitiva natureza mental do corpo físico. “Contato mental” é o tópico marginal do parágrafo no Science and Health onde Mrs. Eddy fez o seguinte comentário (pág. 86): “Jesus sabia, o que os outros ignoravam, isto é, que não era a matéria mas sim a mente mortal que pedia ajuda tocando-o.”

O estudo e a vida de acôrdo com a Christian Science desenvolve este sentido espiritual que revela e instantâneamente atende ao pedido de ajuda espiritual, como fazia o Mestre. Nem todo pedido de tratamento é um tal pedido. Até que a fé em meios materiais seja superada ao percebermos a futilidade desses métodos ou então até que seja conseguida uma compreensão da Ciência da cura pela Mente, o desejo de chegar a Deus pode não ser da qualidade manifestada por essa mulher que Jesus curou. Sòmente a genuina espiritualidade por parte de quem cura poderá descobrir o estado de receptividade que denota estar o paciente preparado para obter uma cura pelo Amor divino. Adquirir esta capacidade espiritual assegura sucesso uniforme na cura cristã.

No terceiro exemplo de cura mencionado no mesmo capítulo de Marcos (5:22–24, 35–43), vemos que as providências tomadas por Jesus neste caso indicam um fator de importância vital muitas vezes necessário para o sucesso da cura. Este fator é resumido no Science and Health sob o título marginal “Mentalidade antagónica.” Depois de declarar que “na prática médica seriam feitas objeções, se um médico administrasse uma droga para neutralizar os efeitos de um remédio receitado por outro médico,” Mrs. Eddy explica (pág. 424).: “É igualmente importante na prática metafísica que as mentes que cercam o vosso paciente não atuem contra a vossa influência, contìnuamente expressando opiniões que possam alarmar e desanimar,— seja dando conselhos antagónicos, seja por meio de pensamentos inarticulados em relação ao paciente.”

Jesus observou esta regra cuidadosamente nos preparativos que fez para ressuscitar a filha do principal da sinagoga. Depois de encorajar o perturbado pai a fim de que não temesse, e tivesse fé, Jesus “não permitiu que alguem o seguisse, a não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago.” Evidentemente os outros que estavam com ele não foram considerados capazes de toda a cooperação espiritual. Talvez tivessem se mostrado duvidosos ou temerosos, ou tivessem interpelado Jesus sôbre o acerto de tomar o compromisso de ressuscitar a morta. É interessante notar ter ele incluido entre estes também o pai e a mãe da criança. Ele manteve completo domínio da situação. Em nenhum momento hesitou ou duvidou da sua autoridade divina. Ele estava estritamente obedecendo à orientação de Deus, mesmo em face do escárneo e da ridicularização, e foi bem sucedido. As medidas progressivas que tomou no intuito de completar a cura continham aquele mesmo poder de persuação que levou Paulo a fazer a estimulante asserção perante o Rei Agripa (Atos 26:8): “Pois que? julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?” Era natural ao Mestre cristão demonstrar a onisciência de Deus como Vida e a inseparabilidade do filho de Deus desta Vida.

E “Jesus ameaçou-os, dizendo: Olhai que ninguem saiba.” Aqui temos uma ordem prudente de Jesus a que frequentemente dava ao completar suas curas. Cristo Jesus estava com isso pedindo carinhosamente a proteção para a recém-despertada luz espiritual. Até que o pensamento se ache bem estabelecido em um grau mais elevado de espiritualidade resultante da cura, os grosseiros elementos de cepticismo, de dúvida e antagonismo poderão empanar o progressivo alvorecer do Cristo. Obediência a este carinhoso conselho evitará a inversão e a perda do esclarecimento espiritual, possibilitando a recente vitória espiritual sôbre a materialidade de firmar-se.

Nestes três casos nos quais Jesus demonstrou com sucesso a indestrutibilidade e união do homem com o seu Pai, encontramos uma diversidade de detalhes, mas fixidez de Princípio e regra. O cristianismo, sem o profissionalismo, permitiu que a espontaneidade espiritual atendesse às necessidades humanas peculiares. O mêtodo não foi ensaiado, mas sim cientìficamente eficiente e infalível nos seus resultados.

Tal como nas curas feitas por Jesus, não há fórmulas na cura pela Christian Science. Não há dois casos iguais. Determinada lógica espiritual aplicável a um caso poderá não ser adequada a um outro ou apropriada para dominar sintomas parecidos, quer em se tratando do mesmo indivíduo, quer de outro. Esta análise individual para cada caso promove progresso espiritual. Requer nova inspiração e oração espontânea. Nisto está a prova de que a cura pela Christian Science é a cura por meio de Cristo. Faz progredir o alvorecer do Cristo, tanto no praticante como no paciente. O que é dito e feito em cada caso é ditado pela idéia de Cristo, não pelas condições do ambiente, ou sintomas mentais ou físicos.

A Christian Science desenvolve nos seus adeptos esta habilidade espiritual de compreender e obedecer as direções especificadas de Deus para a cura de casos individuais. Esta habilidade foi perfeitamente exibida pelo Mestre cristão nos três casos distintos aqui citados e foram estes cientìficamente explicados por Mrs. Eddy, a maior praticante da cura espiritual que existiu desde os dias apostólicos.

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