Figurativamente falando, uma mudança de coração significa uma mudança do estado mental conhecido por dureza de coração para o de concordância com o bem. Para os Cientistas Cristãos indica um acordar do materialismo sem coração e interesse próprio para uma noção mais verdadeira da natureza do homem como expressão do Amor, o despertar das afeições latentes para o ativo emprêgo do bem. Revela a presença de Cristo, o ideal de Deus, sempre trabalhando no pensamento humano, conduzindo-o ao reconhecimento da existência do homem em Deus como Seu filho espiritual. Muitas vezes significa o rompimento de convicções cegas e mortais e a humilde submissão à sabedoria e à vontade da Mente divina.
Esta submissão poderá acarretar o abandono de alguma alimentada opinião ou a admissão de que o nosso modo de ver em uma questão não foi muito sábia, como se dá muitas vezes quando se consegue a verdadeira docilidade e o controle de Deus é sinceramente procurado. A vontade de Deus é coisa para ser provada e não levianamente admitida. E é demonstrada graças à Christian Science
Nome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Cristian Çá'iens). Uma tradução literal dessas palavras é: Ciência Cristã. com exatidão e certeza quando os desejos e as opiniões pessoais são completamente abandonadas e a verdade da unidade e totalidade da Mente divina é realizada.
Paulo estava evidentemente animando os seus amigos em Roma a abandonarem as obstinadas convicções humanas por meio da demonstração da vontade de Deus quando escreveu (Rom. 12:2): “Não vos conformeis com este mundo, mas transformaí-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” A sua lição é esclarecida mais adiante por seu conselho a cada um deles, dizendo: “Não saiba mais do que convem saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” E continua explicando o laço de união que todos possuem por intermédio de Cristo.
Uma mudança de coração, a transformação do pensamento que se realiza, de acôrdo com as instruções de Paulo, pela demonstração de Deus como sendo a Mente do homem e o bem como a força controladora da consciência, avança o progresso espiritual na experiência dos indivíduos, lares, igrejas e nações. Quão depressa viria à luz o reino de Deus se todo o indivíduo resolvesse humildemente subordinar suas convicções à vontade de Deus!
Trocar o nosso consciente senso de existência, daquele de convencimento pessoal para o da realização científica de vida em Deus é salutar, pois traz à luz a verdadeira individualidade. Dessa maneira as tensões e emotividades que devastariam a saúde seriam reprimidas, pois não têm lugar na natureza do homem. Em resposta à pergunta: “Acreditais em mudança de coração?” Mary Baker Eddy diz em “Miscellaneous Writings” (Escritos Miscelâneos), pág. 50: “Nós acreditamos e compreendemos — e o que é mais — que deve haver uma mudança de afeições, desejos e aspirações humanas, para a norma divina, ‘sêde vós, pois, perfeitos;’ e que é preciso igualmente mudar a crença de que o coração é matéria e sustenta a vida, para a compreensão de que Deus é a nossa Vida, e que nós existimos na Mente, que por ela vivemos, e temos existência.” E acrescenta Mrs. Eddy esta significativa declaração: “Esta mudança de coração livraria o homem de moléstia de coração, e faria avançar o Cristianismo cem vezes mais.”
A “norma divina”, a norma da perfeição que o Mestre estabeleceu no Sermão da Montanha, muda o nosso parecer sôbre nós mesmos, do carnal para o puramente espiritual, e a verdadeira visão do homem como expressão incorpórea do Espíritu cura os doentes da mente e do corpo. Destroi moléstia de coração, porque faz desaparecer o medo de que um orgão físico esteja controlando a manifestação de vida. Provê serenidade em uma epoca de intensidades materiais e apreensões latentes, porque não se é afetado pelas condições e crenças de ambiente mortal quando se está certo da sua irrealidade.
O coração que a nossa Líder define no Glossário do “Science and Health with Key to the Scriptures” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), pág. 587, como “sentimentos, motivos, afeições, alegrias e tristezas mortais,” muda quando devotamos nossa vida a ideiais mais elevados dos que oferece a existência humana. Nossos interesses e aspirações, então, não se limitam às experiências de uma individualidade material, pois sabemos ser essa individualidade falsa — uma ilusão temporal de vida na matéria. Nós não nos perturbamos com o comportamento dos homens ou com o curso dos acontecimentos mundiais, mas compreendemos a irrealidade do mal. Não mais sentimos físicamente as compressões ou a estimulação do pensamento emotivo, porque enfrentamos a experiência humana desapaixonadamente, e o corpo se mantem tranquilo como o nosso pensamento. Nem o mêdo, nem a cólera, nem o desgosto, nem o choque, atingem a nossa boa disposição, pois que o nosso senso de vida é corregido e reconhecemos Deus como sendo Tudo.
É a nossa reação emotiva à experiência humana que mostra estar-mos ou não realmente demonstrando as verdades que professamos ou estar-mos ainda lutando na crença de que a matéria e a personalidade material são reais. Quando nos compenetramos de que
Deus, Amor, mantem Seu universo inteiro em um perpétuo estado de harmonia e unidade de ação, não pode haver nenhuma emoção debilitante de ódio, e nenhuma admissão de um tal estado nos outros. E quando compreendemos que o homem existe como o imortal testemunho da Vida, não pode haver medo de que um organismo frágil chamado coração possa interromper ou terminar a nossa existência. A Ciência, agindo sôbre a suposta consciência humana, eleva os motivos, ilumina as afeições com o brilho imparcial do amor espiritual, aumenta a alegria, e extingue a tristeza. Este mais elevado estado de pensamento une os homens em harmoniosa ação, e produz saúde.
Esta mudança científica de coração varre a frieza e o orgulho inflexível e revela a parte vital da vida como sendo o amor da Verdade — a demonstração da perfeição de Deus e Sua idéia. Uma tal mudança de coração nos prepara para o ministério da cura em Christian Science. Aprofunda o nosso desejo de provar a justiça da vontade de Deus e nos impele a abandonar objetivos egoístas com alegria na liberdade desse abandono. Conduz ao inteiro reconhecimento do Amor como o Princípio de toda harmonia e a única fonte de sabedoria, saúde e fortaleza.
