Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

“O modêlo dado na montanha”

Da edição de janeiro de 1954 dO Arauto da Ciência Cristã


Graças à revelação recebida por Mary Baker Eddy, os Cientistas Cristãos podem compreender espiritualmente as lições do Mestre e daí obedecer os seus mandamentos, curando a moléstia, o pecado, e rompendo as garras da morte. Mostrando-se fiéis ao cumprimento dessa obrigação, são êles ao mesmo tempo os servidores do gênero humano e os dirigentes das nações. São como que cidades construidas nas montanhas do pensamento, onde as provas da cura cristã podem ser vistas por todos. Nenhum profeta do passado recebeu maior autoridade e poder de Deus que os sinceros Cientistas Cristãos de nossos dias. E nenhum Cientista Cristão tem menos obrigação de se consagrar à sua missão na terra do que antigamente os enviados de Deus.

A cura na Christian Science
Nome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Crístien Çá’iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã. segue o modêlo dado pela Bíblia, que nos mostra os homens libertados do mal graças ao poder divino; sua fonte é a mesma que inspirava os profetas e os apóstolos. Sua função hoje é a de alertar a humanidade contra os êrros hostis, guardar as portas do pensamento, reforçar as muralhas da coragem, e permitir, da maneira mais constante, o reino da justiça. Nas altas torres da observação mental em tôda a parte, ela anuncia a presença da paz de Deus.

Em muitas nações, sem dúvida, as pessoas pertencentes aos meios mais diversos, gostariam de constatar maiores provas do poder de Deus que cura. Humildemente, e com sinceridade, os Cientistas Cristãos estão se esforçando para êsse fim no seu procedimento consigo mesmo e com o próximo. Êles aprenderam até certo grau que a cura se efetua quando a energia da santidade é reconhecida pela consciência humana que a ela se submete. Constatam que os efeitos dessa energia se fazem mais aparentes quando o pensamento se desvia do materialismo e contempla a realidade espiritual. À medida que os homens se dirigem sem reserva e perseverante a Deus a fim de serem socorridos em tôdas as circunstâncias, a cura divina deixa de ser uma ocorrência casual; ela se torna a prova ininterrupta da harmonia suprema, onipresente. É isso um mandamento do Cristo mais que uma exigência da mortalidade. Uma inspirada análise do exemplo de Cristo Jesus revela a essência mesmo da sua eficácia curativa e indica como podem hoje os homens seguir com êxito o método do seu Modelo, ou seja, o seu irmão mais velho.

O que Jesus conhecia de sua origem espiritual era de uma importância vital para as curas que êle efetuava. Cada um de nós tem a sua origem espiritual. O Mestre sabia que o homem é sempre o filho de Deus, o descendente do Espírito, que habita a Mente eterna. Diante do testemunho em contrário dos sentidos físicos, êle se mantinha na realização espiritual, o seu único ponto de vista. A sua atividade humana no momento da cura não tinha senão uma importância secundária. Êle se mantinha fiel às verdades do ser que sempre conheceu e que pôs em prática; era êsse o fator essencial. Como a sua consciência era divinamente preparada, êle podia livrar os homens de falsas crenças. Não o que êle sabia da situação humana, mas o que era sempre real na existência eterna é que constituia o seu instrumento eficaz.

Dessa altura de uma santa consciência, o Mestre enfrentava e vencia todo o testemunho mortal. Sua consciência não se submetia jamais aos quadros apresentados pelo mal. A lepra, as deformidades congênitas, a hipocrisia, a injustiça, a fome, o crime, as pretensas leis mortais, a própria morte, cediam à compreensão espiritual do homem como filho de Deus. Jesus não se punha a vencer o êrro quando êste se lhe apresentava. No que lhe dizia respeito, o êrro jamais havia existido, pois êle conhecia a preexistência e o ser eterno do homem como descendente perfeito de Deus.

À página 427 do seu livro-texto, Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), Mrs. Eddy declara: “A Mente imortal, que tudo governa, deve ser reconhecida como suprema, tanto no pretenso reino físico como no reino espiritual.” Eis justamente o que fazia Jesus. Êle sabia sempre que o fato espiritual reina, e não em luta com a mortalidade. O pretenso reino físico não é senão o falso senso de vida, e portanto não existe. Para Jesus jamais o poder da Mente imortal trabalhava contra a carne no tocar o reino imaginário das crenças físicas. Êle jamais achava que queria o poder divino estabelecer o seu reino em face de oposição. Êle sabia que alí onde Deus está, Êle é Tudo-em-tudo, e que Deus está em tôda a parte.

Quando, com tôda a sinceridade, reconhecemos que a Mente imortal, Espírito, Princípio, é supremo no pretenso reino físico, a consciência humana não mais se prende à corporeidade, às moléstias, ao sentido pessoal, ao mal. Êle se livra do mesmerismo que representa a crença de vida na matéria, a luta contra o mal, e encontra a paz e o domínio da compreensão espiritual. Não mais reconhece a sensação enfermiça como sendo uma informação sôbre o estado do homem, e a consciência divina é aceita como a informante verídica. É desta maneira que a aparente servidão à carne tem o seu fim, foi desta forma que o nosso Mestre chegou até à ressureição e finalmente à ascenção.

A cura divina nos faz subir a montanha da revelação; ela nos purifica como que pelo fogo; a consciência se eleva irresistìvelmente para a presença de um corpo “como o parecer do céu na sua claridade” (Êxodo 24:10), a identidade espiritual do homem. Sôbre a montanha da revelação e da transfiguração, a eternidade e a divindade do homem foram reveladas a Pedro, Tiago e João de maneira concreta. Tiveram de repente a consciência de coisas que sempre foram evidentes a Cristo Jesus, depois as perderam temporàriamente de vista. Jesus jamais deixava as alturas da percepção espiritual onde as ideias de Deus são a realidade tangível. A montanha da revelação vem a ser aquela da transfiguração quando se produz a cura divina.

Lemos em Êxodo que, quando Aarão e os filhos de Israel viram Moisés depois da sua experiência no monte Sinaí, “a pele do seu rosto resplandecia” (34:30); e lemos em Mateus (17:2) que, no monte da transfiguração, o rosto de Jesus “resplandeceu como o sol”. Os três discípulos viram e ouviram Jesus e Moisés e Elias conversarem. O sentido mortal sôbre êsses homens foi silenciado, e os fatos eternos em relação a êles tornaram-se claramente visíveis. Nenhum parecia estar preso à matéria, estar sujeito à velhice ou à morte ou estar ausente. A identidade individual de cada um foi reconhecida como sendo divina e eterna.

No monte da revelação e da transfiguraçao, em outras palavras, no momento da cura divina, o pensamento se divorcia de doutrinas humanas, de credos, de terapia, de experimentação e de medo. Êle está conscientemente unido à realidade e à lei divinas. Êle pode ver a obra do Espírito. Êle pode ouvir a voz de Deus declarando que o homem é o Seu filho amado. O pensamento deixa de ser escravo e a vítima do sentido material e conhece a liberdade da realidade divina. Os contornos da matéria desaparecem, e as formas do Espírito se tornam visíveis. O pensamento purificado pode compreender o que S. Paulo entendia pela afirmação de que o corpo e o espírito pertencem a Deus.

A criança curiosa e sensível, receptível, ignorante do medo, se mantem com naturalidade sôbre a montanha da cura divina. Para subí-la, tem o adulto muitas vezes que passar pelos obstáculos de suas opiniões, de educação errada, ou de resistência mental. Mas um e outro serão transfigurados pelo poder de Deus. Em sua Mensagem para a Igreja-Mãe para 1901, Mrs. Eddy assegura que (pág. 10): “Sôbre a oscura passagem do pecado, das moléstias e da morte, o Amor divino lança uma ponte, a da justiça do Cristo,— a reconciliação do Cristo, pela qual o bem destroi o mal,— e a vitória sôbre o eu, o pecado, a moléstia e a morte, é conseguida segundo o modêlo dado na montanha.”

“O modêlo dado na montanha”, ou o da cura divina, como vemos nessa experiência de Jesus, é uma contemplação muda, não uma argumentação humana. O modêlo é mais o controle divino do que um debate pessoal; é o silêncio humano diante da onipotência. É mais um ideal da audácia espiritual do que conservatismo eclesiástico. Êste método de cura implica a abnegação, a pureza, a inocência, o sacrifício. É uma vereda inteiramente espiritual que não procura as aclamações humanas, o poder humano e os proveitos pessoais. Êle nada tem de comum com a fraqueza, o ascetismo, a timidez. O “modêlo dado na montanha” é caracterizado pela nobreza espiritual que põe em fuga as falsas crenças da mortalidade. Tôda a verdadeira cura cristã deve se conformar com êsse ideal.

Quando os dez leprosos de que fala a Bíblia foram curados, Jesus estava espiritualmente sôbre a montanha, pois êle pôde fazê-los entrever a sua verdadeira identidade. Quando ressuscitou a filha de Jairo e quando esteve no sepulcro, êle estava na realidade sôbre a montanha da transfiguração, revelando à consciência humana o homem eterno criado por Deus. É sòmente sôbre a montanha da revelação que a transfiguração pode se produzir — a mortalidade cede à imortalidade e vê-se aparecer as provas da Vida eterna, da identidade perfeita. Sòmente sôbre os cimos da cognição espiritual, podemos perder de vista o eu mortal e perceber o homem tal qual Deus o conhece. A cura divina é de certa forma uma transfiguração; é o apogeu de uma revelação pela qual a consciência humana toma conhecimento da preexistência do homem e sua identidade eterna como filho de Deus.

E onde é essa montanha da revelação, da transfiguração? Para o senso metafísico é muito mais que uma elevação de terra na Palestina, muito mais que um lugar geográfico onde se realizou um milagre como jamais houve outro igual. Tôdas as vezes que a consciência humana tira as sandálias dos pés e percebe que ela se acha sôbre uma terra santa, essa montanha está presente. Jesus tinha disso consciência quando percorria os campos galileus, quando estava em uma sinagoga ou comparecia diante das autoridades. Pedro, Paulo e João viam essa montanha quando estavam na prisão ou talvez no exílio. Mrs. Eddy a encontrou entre as colinas de New England. Essa montanha sempre existiu, ela se projeta no horizonte do futuro. A visão celeste não é percebida senão quando subimos a montanha em companhia de Cristo — a verdadeira ideia de Deus que salva os homens com perfeição. Sôbre a montanha da revelação e da transfiguração, certamente tôdas as coisas são possíveis a Deus.

A cura espiritual é exigida por Cristo; êle quer que todos os cristãos pratiquem o que êles pregam, sejam o que êles pretendem ser, façam o que êles admiram, tornem-se humanamente humildes e espiritualmente fortes. Ela sonda as profundezas da sinceridade cristã, e permite medir os progressos conseguidos no domínio religioso. Eis um assunto tão grande, tão vasto e tão alto que o senso humano não pode ainda abrangê-lo. A ação de Cristo se exerce por tôda a parte; ela faz penetrar em tôdas as esferas do conhecimento o poder de ressureição sôbre tôdas as crenças materialistas. É mais do que universal; é infinito como o pensamento.

Sôbre êste assunto, Mrs. Eddy escreve terminantemente no Miscellaneous Writings (Escritos Miscelâneos), página 174: “Vamos acabar com abstrações. Coloquemo-nos diante d'Êle que remove tôdas as iniquidades, e cura tôdas as nossas enfermidades. Liguemos a nossa compreensão da Ciência àquilo que concerne ao sentimento religioso do homem. Mostremos as nossas afeições ao Princípio que tudo faz mover em harmonia — desde a queda de um pardal até o girar do mundo. A Ciência da cura mental está acima de Ursa con seus filhos, é mais amplo do que o sistema solar e mais elevada do que a atmosfera do nosso planeta.”

O Mestre incluiu sòmente três de seus discípulos na sua experiência na montanha da transfiguração. Hoje Cristo, a Verdade, está levando multidões às alturas da percepção e transformação divinas. A cura divina ocorre na altitude e atitude espirituais onde a comunhão com Deus se manifesta em ser concreto. Esta ocorrência não requer encenação religiosa; indica pelo contrário fugir de ritual. Nenhuma pseuda perícia da mente humana em medicina, cirurgia, ou manipulação mental jamais poderia iniciá-la. Sòmente elevando-se acima do nível da crença mortal é que a consciência humana vê as maravilhas produzidas pelas mãos de Deus. A cura divina, exercida em qualquer época, é o cumprimento da lei e da profecia divinas para os homens.

No mundo atual, onde quer que se sinta a liberação divina, ela une os corações dos homens, revela a presença da ordem celeste, estabelece a justiça e oferece possibilidades de pesquisas e descobertas além do pseudo reino da matéria. O seu domínio sôbre moléstias, embora exerça grande influência, é ainda a parte menos importante da sua capacidade, pois que ela veio trocar no pensamento humano todo o conceito material de existência pela realidade espiritual do universo e do homem. A apreciação da cura divina nêsses termos leva-a longe, onde atenderá aos problemas das nações, tanto como aos dos indivíduos nos domínios da física, economia, govêrno, educação, religião e medicina. É o fator mais poderoso para a promoção do bem que pode haver no mundo, porque é o poder de Deus com os homens, novamente revelado na Christian Science, de acôrdo com o “modêlo dado na montanha”.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / janeiro de 1954

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.