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“Com cordas de amor”

[Artigo original em alemão]

Da edição de outubro de 1955 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando o profeta Oséias viu a infidelidade dos efraimitas e dos demais filhos de Israel, lembrou-lhes o amoroso carinho, proteção e orientação que Deus lhes fizera experimentar em tão grande messe. Êle representou Deus como dizendo (Oséias 11:4): “Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para êles como os que levantam o jugo de sôbre as suas queixadas.” As palavras “Atraí-os ... com cordas de amor” indicam, inequìvocamente, a ternura demonstrada pela Divindade ao ensinar-lhes o caminho e mantê-los nêle.

Hoje estranhamos, às vêzes, que os filhos de Israel tenham revelado tanta cegueira e desobediência à vista de tôda a benevolência que lhes foi manifestada; mas não devemos nós estar alertas para não incorrermos no mesmo êrro? Porquanto, nos foi imposto um jugo cristão; isto é, não se espera de nós mais do que podemos cumprir. Também nós somos atraídos com “cordas de amor” que nos mantêm no caminho reto e estreito. A mente humana, porém, tem tendência a resmungar, a mostrar-se descontente e insubordinada. Mudanças que exigem a redenção dos mortais são capazes de despertar oposição. Os mortais vêem perigo mesmo num benévolo lembrete nascido da experiência, e encaram uma admoestação necessária como limitação da liberdade pessoal. A mente humana tem constante necessidade de instrução e orientação.

Os Dez Mandamentos e o Sermão da Montanha serviram, através dos séculos, como meios educacionais eficazes de progresso e realização. De fato, não deveriam atuar, para cada um de nós, como “cordas de amor”?

No século passado, Mary Baker Eddy, como resultado de seu inspirado conhecimento de Deus, organizou a Igreja de Cristo, Cientista, com a sábia antecipação de que uma organização como essa asseguraria orientação, proteção, e demonstração tanto para o indivíduo como para todo o movimento. No “Historical Sketch” (Resumo Histórico) que se encontra no Manual of The Mother Church (Manual da Igreja-Mãe), por Mrs. Eddy, lemos (pág. 19): “A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Mass., está destinada a ser construída sôbre a Rocha, o Cristo; ou seja a compreensão e a demonstração da Verdade, da Vida e do Amor divinos, que curam e salvam o mundo do pecado e da morte; para assim refletir, em certo grau, a Igreja Universal e Triunfante.” Em obediência a Deus e com amor espiritual para com a humanidade, Mrs. Eddy compilou os Estatutos e o Regulamento do Manual para os membros dessa Igreja. Nêles encontramos o espírito dos Dez Mandamentos e do Sermão da Montanha, ou a fôrça impulsora das “cordas de amor”.

Dêste modo, a organização, ou movimento, da Christian ScienceNome dado por Mary Baker Eddy à sua descoberta (pronunciado: Cristien Çá’iens). A tradução literal destas palavras é: Ciência Cristã., está baseada na lei espiritual, e os ideais desta religião se tornam realidade para cada indivíduo na proporção em que êste obedece aos seus Estatutos e ao seu Regulamento. Obedecemos às leis se as compreendemos e amamos. Organização pressupõe a ordem; ela exige obediência e requer cooperação. Ordem, obediência e cooperação — as três — são essenciais a um trabalho individual harmonioso e fecundo. Também são a base de uma vida produtiva em comunidade. Uma organização que promove estas três qualidades em sua significação espiritual na vida do indivíduo é uma bênção.

Os que estão familiarizados com a organização da Christian Science, que desinteressada e devotamente dedicaram suas vidas ao serviço desta santa Causa, apreciam as “cordas de amor”, porque sabem de experiência que essas cordas são essenciais ao seu progresso. Talvez alguém não esteja disposto a deixar-se guiar por estas “cordas de amor” temeroso de que sua liberdade individual seja cerceada ou de que haja interferência na sua capacidade de fazer demonstrações. Entretanto, o que se verifica é o contrário.

A organização de igreja estabelecida por Mrs. Eddy garante liberdade de desenvolvimento individual e promove a capacidade de demonstração do indivíduo. De fato, não há nada que nos possa impedir de orarmos fervorosamente para que nos tornemos conscientes da união, ou unidade, do homem com Deus, para que sejamos divinamente inspirados, expressemos capacidade, tomemos decisões livremente, amemos tudo e todos, enobreçamos nosso pensar; em suma, exemplifiquemos o bem por todos os modos. Assim, obedecemos à admoestação de Paulo (I Tessalonicenses 5:19–21): “Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tôdas as coisas; retende o bem.” Sòmente pela obediência, pela submissão às “cordas de amor”, podemos experimentar a infinita liberdade do Espírito. A desobediência, conquanto prometa liberdade, sempre conduz à escravidão.

Lealdade para com a organização da Christian Science não pode interferir na capacidade de o indivíduo fazer demonstrações, porque ela elimina inibições a demonstrações tais como a asserção de si mesmo e o orgulho, a falsa sensibilidade e a ambição, o egoísmo e outros inimigos da cristianização da vida. O trabalho prático na organização exige que se vença o eu e se expresse a imolação de si mesmo e o desprendimento. Amar o nosso próximo como a nós mesmos, assegura uma cooperação harmoniosa, essencial para todo êxito. Essa cooperação confere à organização apôio e fôrça. O estudioso que reconhece êstes fatos e prova que são verdadeiros, será sempre uma bênção para a igreja, da mesma forma que a igreja é uma bênção par êle. Sòmente quem não estiver disposto a andar sob as “cordas de amor” achará que a organização é um fardo.

Em sua primeira carta aos Coríntios, Paulo diz (I Cor. 12:26, 27): “Se um membro padece, todos os membros padecem com êle; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com êle. Ora vós sois o corpo de Cristo, e membros em particular.” Ainda estamos longe de podermos dizer que o divino venceu o humano, em todos os sentidos, porém, quando e onde ocorrem êrros devidos ao pensamento e à ação humanos, não deveriam induzir o indivíduo a separar-se da organização. Se o membro se deixar guiar pela sabedoria, elevar-se-á acima do sentido pessoal; tornar-se-á consciente de seu dever como membro e não se furtará ao prazer de conquistar a vitória sôbre o mal. Qualquer manifestação discordante entre os membros de uma igreja deveria ser eliminada pela demonstração da única Mente divina.

O fato é que, com respeito ao corpo como também no caso de organização, a harmonia e o progresso só podem ser alcançados pela espiritualização do pensamento. Jesus, nosso grande Mestre, contràriamente à expectativa de seus contemporâneos, disse (Mateus 5:17): “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim a derogar, mas a cumprir.” Paulo em suas cartas às igrejas cristãs, admoesta-as e anima-as a cumprirem as exigências divinas. Importância extraordinária é atribuida à organização de igreja, por João, na sua Revelação. Sua visão penetrante lhe permite ver as qualidades mentais que as igrejas expressavam. Inexoràvelmente êle as reprova e admoesta. Também êle exige cumprimento. Em sua Mensagem à Igreja-Mãe para 1900, Mrs. Eddy, referindo-se à visão de João, diz entre outras coisas (pág. 11, 12): “Na Revelação, São João refere-se ao que ‘o Espírito diz às igrejas’. Suas alegorias são a mais alta crítica a tôda ação, tipo e sistema humanos. Suas éticas simbólicas reprovam com bravura a anarquia. Seus tipos de pureza penetram a corrupção como nenhuma pena teria fôrça para fazé-lo. São parafrases violentas, projetadas da divindade sôbre a humanidade, cuja significação espiritual ‘tem na Sua destra as sete estrêlas, [e] que anda no meio dos sete castiçais de ouro’— a radiação do Ser glorificado.” Como Jesus, a Christian Science não veio para destruir, mas para cumprir.

Para o verdadeiro Cientista Cristão, o ser membro de uma igreja filial é meio excelente de auto-disciplina. Quanto desprendimento e sacrifício de si mesmo, quanta disciplina e cooperação, quanto serviço bondoso e gratidão, não haveria de menos sem as atividades das igrejas filiais! As relações harmoniosas do membro ativo não só para com alguns, mas para com todos os membros de sua igreja filial são um sinal infalível de perfeita compreensão de organização. Andar sob as “cordas de amor” tem como resultado o abandono da vontade humana, da usurpação dos direitos dos demais, da crítica insensata e da inútil condenação.

Como a organização da Christian Science está promovendo o crescimento espiritual do indivíduo, nenhuma pessoa pode dizer que ultrapassou tal crescimento, até que tenha espiritualizado completamente seu pensamento. Jesus só experimentou sua ascensão depois que provou seu domínio sôbre tudo que é material e humano. Uma organização que serve à manutenção do bem e tem por objetivo a salvação da humanidade, não pode fazer outra coisa senão abençoar.

Os Cientistas Cristãos que, por sua familiaridade com os ensinamentos da Christian Science, receberam muitas bênçãos e estão gozando de certo crescimento espiritual, terão, naturalmente, o desejo de expressar gratidão de modo adequado e fazer maior bem do que antes. Êles encontram aquela oportunidade participando ativamente da organização da Christian Science. Enquanto prosseguem guiados pelas “cordas de amor”, colherão farta messe de bênçãos. Experimentarão a alegria de verem desenvolver-se habilidades latentes e de se lhes apresentarem possibilidades jamais sonhadas. De fato, alcançam sua própria redenção e sentem-se felizes por se encontrarem entre aquêles que se impuseram o santo dever de vencer o mal no mundo e promover o bem. Serão coroados com a segurança da Bíblia (Efésios 2:19–22): “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e domésticos de Deus; edificados sôbre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; ... no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.”

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