Subentende-se que um artigo que tenha Deus por tema, não pode dar mais que simples vislumbres de tão vasto assunto. Uma das finalidades de tais escritos é animar o leitor a um estudo e meditação mais profundos de alguns dos pontos nêles apresentados.
Perguntemo-nos, agora: “Quem, senão o próprio Deus, poderia ter revelado Sua natureza fundamental, universal e eterna, pelo nome de Princípio? Quem, a não ser um vidente espiritual, poderia interpretar cientìficamente as passagens da Bíblia e elevá-las à sua significação espiritualmente correta?” Tal vidente espiritual e intérprete das Escrituras, inspirada por Deus, foi nossa Líder, Mary Baker Eddy.
Antigamente, a natureza de Deus era comparada a uma rocha. Foi Moisés o primeiro a proclamar a natureza de Deus por êste nome, declarando sôbre o Altíssimo (Deuteronómio 32:4): “Êle é a Rocha, cuja obra é perfeita.” Mais tarde, o Salmista se regozijava de que Deus era sua rocha, sua “firme rocha”, a rocha de sua salvação, a rocha de sua fôrça. Ao concluir seu imortal Sermão da Montanha, o Mestre cristão exortou seus seguidores (Mateus 7:24): “Tode aquêle, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sôbre a rocha.”
Mrs. Eddy percebeu que o uso bíblico da palavra rocha indicava a natureza permanente de Deus como Princípio. Em sua descoberta, a Christian Science, ela faz ver claramente que, graças à espiritualização do pensamento, provamos que nossa consciência, ou morada, está estabelecida sôbre êste Princípio divino, Deus, envôlto por Seu amor. Ela trabalhou infatigàvelmente para revelar essa Ciência prática, sempre operante, à qual podemos aderir, e cujo Princípio, ou Deus, como podemos perceber, é a rocha sôbre a qual se funda a nossa verdadeira natureza. Desde a época em que o Mestre encetara sua carreira de abnegação entre os homens, não houve ninguém cujos dias sôbre a terra tivessem transcorrido em mais íntima comunhão com Deus que os de Mrs. Eddy. É de admirar ouvisse ela o Pai celestial declarar que era o Princípio divino? Aprovada por Deus para sua grande tarefa, ela revelou a tôdas as épocas a natureza e o caráter de Deus como Princípio. Curando os doentes e redimindo os pecadores, apenas por meios espirituais, a exemplo do que fizera o Mestre, ela provou a totalidade do Princípio e a consequente nulidade do mal. Em seguida, ensinou os estudiosos da Christian Science a fazer o mesmo.
Em resposta à pergunta: “Há mais de um Deus ou Princípio?” livro-texto da Christian Science, Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) por Mary Baker Eddy, dá esta resposta científica (págs. 465, 466): “Não há. O Princípio e sua idéia é um, e êste um é Deus, o Ser onipotente, onisciente e onipresente, e Seu reflexo é homem e o universo.” Por isso, a Christian Science lògicamente insiste não só na unidade, ou união, do homem com seu Princípio divino, mas também na unidade do homem com tudo que êsse Princípio inclui. Então a unidade do homem com o Princípio significa sua unidade com a saúde, com a harmonia, ou seja com tudo que é bom.
Obter mais claros vislumbres do Princípio, que é Deus, significa melhor compreender a perfeição e a glória do nosso verdadeiro ser, como reflexo do Princípio. Perceber espiritualmente que o princípio é demonstrável, significa para um Cientista Cristão que tudo que êle discerne suficientemente de Deus para o afirmar em oração sincera, há de manifestar-se, inevitàvelmente, na sua vida. Perceber que o Princípio é opulento e permanente, significa também provas externas de opulência e de permanência do bem na sua vida diária. Perceber espiritualmente a onipresença do Princípio, sua onipotência e oniação, significa provar que a lei de Deus é de extinção absoluta da crença de que o pecado, a doença, o medo, o ódio, a dor, ou qualquer dessas comitivas do mal, possa ter qualquer presença, poder ou atividade. Sendo inteiramente irreal e não tendo nenhum Princípio que o apóie, o mal, como é chamado, não pode impedir a harmoniosa atividade do Princípio. Apegando-nos a tais revelações científicas, estamos, de fato, em segurança, e oportunidades de progresso com as quais jamais havíamos sonhado, hão de se apresentar-nos.
Isto ficou provado no seguinte caso: Durante a última guerra mundial, o marido de uma Cientista Cristã teve que fazer frequentes viagens, muitas das quais, de automóvel, por estradas montanhosas. Como tivesse a seu cargo a extração de um minério de que o govêrno precisava para a fabricação de material essencial à guerra, sua ida à mina era muitas vêzes indispensável. Um dia, a despeito do tempo ameaçador, êle partiu para a mina, situada na montanha. Era costume seu, quando ausente, telefonar para casa por volta da hora de jantar. Justamente nêsse dia, a espôsa sentiu-se como guiada a passá-lo entregue a um estudo devoto e a trabalho de proteção dedicado ao marido. Compreendendo algo da união que existe entre o homem e seu Pai-Mãe Deus, o Princípio divino e fonte de todo ser, ela sabia ser impossível que qualquer coisa sem princípio, como o medo ou o perigo, pudesse atingir o verdadeiro ser do homem.
Ela estudou a declaração de Mrs. Eddy, que se encontra no livro Miscellaneous Writings (Escritos Miscelâneos), às páginas 82, 83: “A Mente imortal é Deus, o bem imortal, em quem, segundo as Escrituras, ‘vivemos, e nos movemos, e existimos’. Esta Mente, pois, não está sujeita a crescimento, mudança ou diminuição, mas é a inteligência divina, ou Princípio, de todo ser verdadeiro, que mantém sempre o homem no círculo rítmico de abençoado desdobramento, como testemunha viva e idéia perpétua do bem inexaurível.” Ela reconheceu que o divino Princípio, que é Deus, mantém Sua criação, o homem, em perfeita segurança “no círculo rítmico de abençoado desdobramento”. Compreendeu que o homem, estabelecido na Mente, nada faz de si mesmo, mas presencia aquilo que o Princípio já fez. Sabia que o homem como idéia não é uma testemunha do medo ou de qualquer dos pretensos fenómenos de uma mente negativa que se expressam por condições de tempo destrutivas, mas sim “uma testemunha viva e a idéia perpétua do bem inexaurível”.
Durante todo o dia reinou absoluta paz no coração dessa Cientista, embora a chamada telefônica não se verificasse senão à meia-noite. Foi então que o marido lhe comunicou que ainda estava um pouco abalado, mas se regozijava na prova de proteção divina de que fôra testemunha. O trajeto tedioso através da neve e do gêlo, a derrapagem sofrida pelo carro, o perigo representado pelos íngremes precipícios — nada disto havia penetrado na consciência da espôsa como capaz de atingir a imagem de Deus. O resultado do trabalho mental científico daquêle dia não foi sòmente a proteção do marido, mas a inspiração que continua a trazer consigo a alegria e o progresso.
À medida que o Cientista Cristão estuda o tema Deus, entrevê cada vez melhor Deus como Princípio e como rocha de sua salvação. A Christian Science apresenta o Princípio que é Deus, Mente divina, inteligência divina, a causa e o criador do homem e do universo. Revela que esta Mente, em virtude de sua unidade, exclui a crença numa mente mortal, negativa, a qual, por divisão própria do pensamento, tem a pretensão de criar outras mentes com seu cortêjo de conflitos e desarmonia. A Christian Science revela a Mente, que é Princípio, como Espírito ou Alma. A Alma, ou Deus, é Uma só, incluindo tôda beleza, tôda liberdade e paz. A lei de Deus é a lei da harmonia de tudo quanto realmente existe. Além disso, o princípio-Deus como Espírito, é a única substância, e nega tôda entidade ou lugar à crença na substância material e priva o mal de qualquer verdadeira morada ou teatro de operações. A lei do Espírito, que é Deus, é uma lei de suficiência.
A Ciência da cura-pela-Mente também revela o princípio-Deus em sua natureza trina como Vida, Verdade e Amor. Revela a Vida que é Deus, como Ser eterno, imutável, que nada sabe da crença universal de nascimento, crescimento, maturidade, declínio e morte humanos. A Christian Science expõe a Verdade, que é Deus, como Tudo. Sendo a única legisladora, a Verdade é a lei de extermínio das múltiplas crenças que se apresentam sob o disfarce de lei. Na Verdade não há mal-entendidos nem confusões. A Verdade é o remédio do Cientista Cristão para tudo quanto seja dissemelhante do bem. O princípio-Deus que a Christian Science torna conhecido, é o Amor. O Princípio divino, o Amor, abrange todo o ser. Na totalidade do Amor divino não há ódio nem medo, pois o Amor infinito não admite mente alguma senão a Mente que é Deus; não admite presença alguma senão a onipresença.
Os Cientistas Cristãos sentem-se felizes em saber que o Amor divino é seu libertador, que os livra de tôda escravidão. Com devoção procuram obter vislumbres mais claros do Princípio divino, o Amor, a fim de que tôda a humanidade possa sentir a influência libertadora do Amor. O Princípio causativo divino é Deus, o Amor divino que tudo abrange, nosso Pai-Mãe! Quão seguro, pois, está aquêle que tem a coragem de se firmar nesta revelação. Vivendo de acôrdo com suas leis e suas regras, cada um de nós pode, com certeza, achar sua morada, sua consciência de Cristo, fundada sôbre a rocha, o Princípio divino.