Joãozinho ia segurando com força a mão da Pati, sua irmã mais velha, a caminho do parque. Pati dizia que era “hora de andar”. Mas Joãozinho gostava mesmo era da “hora de brincar”. Ele tinha um caminhão azul que estava em casa, estacionado ao lado do carro de bombeiro. Era divertido quando ele fazia os carrinhos entrar e sair da garagem de brinquedo, fazendo “vrum, vrum ...” Andar no parque era muito chato.
Pati não parava de falar sobre as árvores e as flores enquanto eles iam para o lago. Ela gostava das árvores, dos troncos bem grandes e escuros, das raízes cheias de nós e das folhas verdes lá no alto. Patrícia queria que Joãozinho gostasse das árvores tanto quanto gostava do caminhão e do carro de bombeiro. Mas ele só queria pegar o caminho mais curto para voltar logo para casa e entrar e sair da garagem com seus carrinhos, fazendo “vrum, vrum...”
No dia seguinte, Pati teve uma idéia. Joãozinho não sabia o que era uma “idéia” mas achou que deveria ser uma coisa boa, porque a irmã parecia contente. Ela disse que eles iriam comprar sementes “especiais”. Joãozinho gostava da loja de artigos para jardim. Tinha balanços, um escorregador e também um grande elefante de madeira. Ele gostava de se sentar no elefante, enquanto comia pão de mel. Então foram à loja. Pati comprou as sementes e eles voltaram para casa.
Pati não queria contar o que ia fazer com as sementes. Joãozinho pensava que elas seriam o jantar de Mimi, a gatinha. Mas a menina pegou uma pá e um regador e começou a cavar pequenos buracos no canteiro.
Pati pediu que Joãozinho colocasse algumas sementes nos buracos, cobrisse com terra e depois regasse, tudo com muito cuidado. Joãozinho gostou disso. Era diferente da brincadeira de entrar e sair com os carrinhos da garagem fazendo “vrum, vrum...”
Os dias seguintes foram bem bonitos.
O sol vai fazer bem para essas sementinhas — disse Pati.
— Precisamos regá-las todos os dias. Depois vamos ver como elas brotam e se transformam em flores amarelas e grandes!
Joãozinho não queria esperar. Queria ver as flores logo!
— Essas sementes — explicou Pati — são como eu e você. O sol e a água ajudam as sementes a crescer e a se transformar em flores bonitas. Da mesma forma, Deus nos ajuda a crescer e nos faz felizes, porque Ele nos ama. O sol aquece as sementes e elas brotam. Assim também o Amor nos dá pensamentos que nos ajudam a aprender coisas novas, como amarrar o cadarço do tênis e escrever nosso nome.
Mais de uma vez Joãozinho tinha tentado amarrar o cadarço do tênis e escrever seu nome, mas não tinha conseguido. Então começou a pensar que ele e as sementes estavam abrigados e protegidos pelo amor de Deus. Ficou muito feliz com essa idéia. Decidiu que iria pedir ajuda a Deus para fazer coisas difíceis.
Joãozinho regava as sementes e não deixava que Mimi andasse em cima do canteiro com suas patinhas peludas. Depois, o menino brincava um pouco com o caminhão e com o carro de bombeiro, mas logo voltava correndo para ver se as sementes já estavam brotando! Mas elas precisavam de bastante tempo para brotar. Pati disse que ele devia ter “paciência”. Ele não sabia o que queria dizer isso. Pati disse que significa “ser feliz fazendo outras coisas”. Assim, não ia parecer que estava demorando muito para o tempo passar.
Um dia, de manhã, depois de muitos dias de sol, Joãozinho se deitou de barriga no chão e ficou olhando o canteiro. Aí ele viu alguns brotos verdes bem pequenininhos! Gritou para Patrícia vir correndo ver o que ele tinha descoberto. Ela estava muito contente com Joãozinho. Ele foi paciente e aprendeu a fazer muitas coisas no jardim, que o deixaram feliz. Ele dava comida para os passarinhos e colocava água numa tigela embaixo da macieira para que tomassem banho. Regava as sementes todos os dias e tomava cuidado para a Mimi não andar sobre o canteiro.
Os brotinhos cresceram, ficaram fortes e cheios de folhas e nasceram pequeninos botões de flores. Joãozinho ia lá olhar todos os dias. As plantinhas cresceram e os botões se abriram em lindos girassóis amarelos. E como eram altos!
Um dia, Joãozinho foi calçar os tênis e começou a amarrar o cadarço. Não era nada fácil, mas ele se lembrou de como foi “paciente” com as sementes. Ele devia sentir alegria em fazer outras coisas. Uma das maneiras era agradecer a Deus que sempre mostrava o que ele precisava fazer antes de começar alguma coisa. Então Joãozinho agradeceu porque Deus daria a ele a idéia certa de onde colocar os dedos para fazer o laço.
Ele ficou praticando um bocado de tempo. De repente, conseguiu!
Ele ainda gostava de brincar com o caminhão azul e com o carro de bombeiro e de fazer “vrum, vrum...” quando eles entravam e saíam da garagem. Mas agora ele sabia uma coisa nova, que Deus cuida de nós com muito amor e nos ajuda a crescer. Joãozinho também já sabia o que essa palavra engraçada, “paciência”, queria dizer. Quando temos de esperar, não sentimos o tempo passar, se estamos contentes fazendo outras coisas legais.
    