Para haver fogo são necessários dois elementos fundamentais: o combustível e o comburente. O combustível é aquilo que é consumido na queima, o material que se utiliza para a combustão, como madeira, gasolina, papel e outros elementos. O comburente é aquilo que alimenta a combustão: o oxigênio do ar. Para apagar o fogo é necessário cortar aquilo que o alimenta, o que pode ser feito abafando-o com pano ou espuma grossos ou pesados, ou com outro material que impeça a penetração do ar e o fornecimento do oxigênio necessário para a combustão.
Na Ciência Cristã, aprendemos que Deus é o bem supremo e infinito, que preenche todo o espaço e que na totalidade do bem não há espaço para o mal. Assim, toda discórdia, doença ou limitação de qualquer tipo é apenas uma crença errônea que deriva do medo. Para mim, esta declaração de Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, ilustra bem esse pensamento: “A doença, a moléstia e a morte provêm do medo” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 260). Nessa passagem, a Sra. Eddy menciona a doença, a moléstia e a morte, mas, fazendo uma analogia, entendo que para haver qualquer situação que nos cause sofrimento, dois fatores estão geralmente presentes: a crença errônea, que atua como o combustível, e o medo, que funciona como o comburente, pois alimenta a sugestão enganosa de que exista realidade em qualquer condição desarmoniosa que se oponha à totalidade do bem divino. Enquanto há medo, a crença errônea não é destruída.
Eu sabia que precisava vencer o medo para encontrar a cura.
Em 2009, passei por uma experiência que comprovou para mim como é essencial eliminar o medo para vencer situações difíceis.
Certo dia, ao acordar de um cochilo durante a tarde, percebi que minha perna direita havia perdido repentinamente a sensibilidade. O problema piorou rapidamente, de modo que a certa altura daquele dia, eu mancava muito e arrastava a perna direita para conseguir me locomover. Minha esposa estaria em outra cidade pelos próximos dois dias, de forma que eu ficaria em casa sozinho durante esse período.
Durante o dia eu vinha orando para alcançar a cura para esse problema, como costumo fazer quando enfrento desafios, mas, ao anoitecer, tive repentinamente receio de estar sozinho em casa. Sentia-me atormentado pelo pensamento: “Se eu precisar de ajuda, quem vai me socorrer durante a noite”? Percebi também que, no fundo, eu estava com muito medo das possíveis consequências daqueles sintomas, que pensei serem de derrame.
Desejei sinceramente livrar-me do medo; eu sabia que precisava vencê-lo para encontrar a cura. Assim, liguei para uma Praticista da Ciência Cristã e lhe pedi que me ajudasse pela oração. Não me lembro exatamente do que ela me disse, apenas de que me senti mais tranquilo após nosso telefonema, o que me deu força para continuar a orar.
Nos momentos em que me vinha o medo, eu me apoiava em ideias da Bíblia e de Ciência e Saúde. Na Bíblia, esta passagem em especial me confortou: “Deus é o [meu] refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmos 46:1). Em Ciência e Saúde, esta passagem me ajudou: “O medo, que é um elemento de toda moléstia, tem de ser expulso para reajustar a balança a favor de Deus. Expulsar o mal e o medo permite que a verdade prepondere sobre o erro. O único caminho a seguir é tomar uma atitude antagônica contra tudo quanto é oposto à saúde, à santidade e à harmonia do homem, ou seja, a imagem de Deus” (p. 392).
Em oração, procurei manter no pensamento essa atitude antagônica contra o medo e a doença e compreender que eu nunca estivera, e não estava sozinho, mas sempre na presença de Deus, o Amor divino, e que nessa presença estou sempre seguro e amparado. Descansei nessa verdade espiritual.
Procurei compreender que eu nunca estivera sozinho, mas sempre na presença de Deus, o Amor divino.
Também sou grato por este trecho: “Se Deus, que é Vida, ficasse por um só momento separado do Seu reflexo, o homem, durante esse momento não haveria divindade refletida. ... Mas se o homem reflete Deus, não pode, nem por um instante, ser separado de Deus. Desse modo, a Ciência prova que a existência do homem está intacta.” (Ciência e Saúde, p. 306). Essas ideias fortaleceram a minha confiança, pois entendi que Deus é Vida, a única Vida de todos nós, e que meu ser inteiro nunca estivera separado da Vida divina. Então, como poderia algum de meus membros estar sem manifestar vida de forma completa e perfeita?
Ao orar dessa forma, o medo que eu sentia desapareceu. Conforme meu pensamento se desligava com naturalidade do problema, os movimentos da perna começaram a se normalizar rapidamente, de forma que conseguia realizar minhas tarefas diárias. Além de estudar a Lição Bíblica Semanal da Ciência Cristã, ler a literatura da Ciência Cristã e tratar o problema por meio da oração, eu cuidava de meus afazeres domésticos . Também era capaz de nadar e caminhar com a minha cadela no final da tarde, mesmo que essas atividades exigissem um pouco mais de esforço de minha parte.
Quando minha esposa retornou a casa, eu já quase não mancava. No dia seguinte eu já andava perfeitamente, somente não conseguia ainda correr com a minha cadela. Mas, persisti na oração e quinze dias depois eu já conseguia correr normalmente. Desde essa época, há cinco anos, os movimentos da minha perna estão totalmente perfeitos e não vivenciei mais sintomas semelhantes.
Para mim, essa é uma prova de que quando o medo desaparece, destruímos o fundamento da doença ou de qualquer problema, de forma que eles se desvanecem. Nosso alicerce está sempre em Deus, o Amor divino, e, conforme esta promessa bíblica: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” (ver 1 João 4:18). Nada podemos temer quando sabemos que nunca estamos fora da totalidade do Amor divino.
