Cada vez que refletimos mais profundamente, ou simplesmente nos inteiramos do que está acontecendo no mundo, talvez nos sintamos oprimidos por sentimentos de desesperança, tristeza e vulnerabilidade.
Ao estudar na faculdade os conflitos econômicos e sociais na América Latina, comecei a me sentir, digamos, desesperada. Nessa região, temos muitos exemplos do quão cruel o mundo em que vivemos pode parecer, tais como: a corrupção no Brasil, a crise econômica na Argentina, os conflitos armados na Venezuela, os conflitos sociais no México, a pobreza chocante na Bolívia e muitos outros.
Sempre me sentia frustrada, quando me dava conta de que humanamente sou tão pequena frente a tantos problemas. Ficava muito triste todas as vezes em que pensava no fato de que o senso humano de economia pressupõe que os recursos sejam limitados e que, por isso, grande parte da sociedade seja privada de recursos básicos enquanto uma pequena parcela, mais favorecida, tenha posses em excesso.
Na maioria das vezes não podemos ver a solução para essas questões, pois o ponto de vista humano é geralmente muito limitado e não nos permite ter um conceito mais elevado. Mas, por meio da oração, podemos obter uma perspectiva mais espiritual e enxergar com mais clareza a economia divina e verdadeira.
Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Na relação científica entre Deus e o homem, constatamos que tudo o que abençoa um, abençoa todos, como Jesus mostrou com os pães e os peixes — sendo o Espírito, não a matéria, a fonte do suprimento” (p. 206). Refletir sobre a “economia divina” é muito libertador, porque nessa economia o suprimento inesgotável do Amor divino está sempre ao nosso alcance e se manifesta ativamente, por meio das qualidades e ideias divinas e infinitas. Na economia do Amor, todos nós refletimos alegria, amor, sabedoria, pureza, honestidade, suprimento, saúde e todos os atributos divinos. Todos nós, os filhos de Deus, refletimos essas qualidades na mesma medida, isto é, infinitamente, porque todos, sem exceção, somos um com o Pai, criados à Sua imagem e semelhança. Assim, na realidade divina “tudo o que abençoa um, abençoa todos,” e é impossível que existam alguns filhos de Deus que não tenham o suprimento necessário, enquanto outros esbanjam recursos e dinheiro. Essas verdades nos proporcionam as oportunidades para demonstrar o quanto podemos ser úteis em abençoar a humanidade.
Cada vez que, em oração, olho para o mundo de uma perspectiva mais elevada e me desvinculo das imagens de pessoas sujeitas a cenários econômicos e políticos desesperadores, percebo que todos temos direito à felicidade ilimitada e à harmonia. Creio que essa oração é a maneira mais eficaz de ajudar a humanidade, pois traz à luz a realidade da completude do existir.
Por isso, não importa se estamos no Brasil, na Venezuela, na Argentina, no Uruguai, nos Estados Unidos, ou em qualquer outro lugar do mundo. A verdade é que todos vivemos na infinidade do Amor divino. Não existe nada além da totalidade de Deus, o bem. Deus está a todo momento nos provendo de Sua infinita sabedoria e nos revela constantemente a irrealidade do desespero e a realidade da abundância do bem.
Fico muito feliz em saber que, além de ajudar humanamente, eu também tenho acesso à ferramenta mais eficaz para ajudar a humanidade: a oração, que nos faz estar conscientes do suprimento divino que jorra infinitamente do Pai para toda a Sua criação.
 
    
