A vida de uma pessoa que é mãe não deveria se limitar a trocar fraldas sucessivamente e a atender às exigências dos filhos em busca da atenção da mãe. As mães de crianças pequenas têm um papel fundamental a cumprir, um papel que supera em muito as responsabilidades rotineiras. É uma das funções mais importantes que existem.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy diz: “A mãe é a educadora mais poderosa, seja a favor ou contra o crime” (p. 236). Essa função não pertence particularmente às escolas, às creches, ao governo, ao assistente social, ao conselho tutelar, mas às mães. Isso dá o que pensar, não é verdade?
Todavia, o mundo de hoje rebaixou de tal maneira o papel da mãe que, para muitos, esse papel tem conotações de limitação, de restrições e de talentos reprimidos e não realizados. Hoje, muitos veem as mulheres que são mães e não trabalham fora de casa como cidadãs de segunda classe, como donas de casa presas ao lar por crianças exigentes, como pessoas que não têm tempo ou oportunidade para desenvolver seus próprios talentos.
Creches estão proliferando em países do mundo inteiro, em parte para ajudar aquelas mães que têm de ganhar o seu sustento, mas também para aliviar as mulheres do “fardo” da maternidade, para que se sintam mais livres para fazer coisas mais “importantes”. Sem dúvida, muitas jovens mães têm sentido, inconscientemente, essa pressão.
As pessoas estão perplexas e preocupadas diante do aumento exorbitante da criminalidade no mundo. Muitas são as razões atribuídas a isso: conflitos em diversos lugares, violência e sensacionalismo na televisão, drogas, declínio da religião e assim por diante. Mas será que não estamos ignorando um fato importante? O fato de que a diminuição do valor e do reconhecimento que se dá a estar ativamente presente no lar e na educação de uma criança desde a mais tenra idade corresponde ao aumento na criminalidade. Então, para ajudar a reduzir esse aumento na taxa da criminalidade, certamente precisamos começar pela raíz do problema, no lar.
Uma pesquisa recente nos processos iniciais de aprendizado dos bebês indica que, com apenas algumas horas de vida, o bebê já está pensando, resolvendo problemas e absorvendo a atmosfera ao seu redor. Ao longo das semanas e meses seguintes, seu crescimento é rápido, a ponto de os pesquisadores dizerem que aos quatro anos a criança já assimilou padrões de comportamento e de pensamento que adotará por toda a vida. Esse é apenas um vislumbre da importância do cuidado das mães pelos pequeninos nesses primeiros anos de vida e do papel que elas desempenham em ajudá-los a reconhecer sua verdadeira identidade espiritual, como progênitos perfeitos de Deus.
O conceito que a Sra. Eddy tinha de que a maternidade é a expressão direta da maternidade de Deus representa um grande e inspirador ideal. A Ciência que ela fundou considera que a condição de mãe é de suma importância e impõe altos desafios para aquelas que realizam esse trabalho. A Ciência do Cristo, ou a Verdade, mostra que as mães (e, naturalmente, os pais), ao orarem e estarem em comunhão com Deus, podem manter a saúde e a moral de seus filhos.
Uma das maiores armadilhas da maternidade é que ela pode trazer um senso errôneo de responsabilidade, o qual faz com que uma mulher sinta que é ela mesma a progenitora dos filhos e, portanto, que tem a responsabilidade pessoal de educá-los, bem como de cuidar e espiritualizar o pensamento deles. Isso é lidar com a situação de um ponto de vista equivocado.
Em realidade, Deus é o único Criador e preservador e Ele mantém Sua expressão para sempre perfeita. Pelo estudo da Ciência Cristã, aprendemos que necessitamos compreender os fatos espirituais do existir harmonioso, e tal compreensão determina que a harmonia se manifeste de forma visível em nossa experiência. Esse é o caso com a verdadeira maternidade. Quando aquelas de nós que são mães desenvolvem o conceito espiritual de que a maternidade é o reflexo da maternidade infinita e todo-sábia do Amor divino, encontramos maneiras inspiradas e intuitivas de cuidar dos nossos filhos.
Deus é o único Criador e preservador e Ele mantém Sua expressão para sempre perfeita.
Nas páginas 115 e 116 de Ciência e Saúde temos a “Translação Científica da Mente Mortal”. Há três graus: o físico, o moral e o espiritual. As qualidades relacionadas no segundo grau, o moral, são: “senso humanitário, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança”. Certamente essas são qualidades que nós, como mães, nos empenhamos em expressar. Muitas de nós rechaçamos as qualidades do primeiro grau, tanto para nós mesmas como para nossos filhos, negando a realidade e o poder das qualidades do primeiro grau: “crenças más, emoções descontroladas e vícios, medo, vontade depravada, justificação do ego, orgulho, inveja, fraude, ódio, vingança, pecado, doença, enfermidade, morte”. Todavia, em nosso pensamento, muitas de nós estamos apenas tentando alcançar as qualidades espirituais do terceiro grau: “sabedoria, pureza, compreensão espiritual, poder espiritual, amor, saúde, santidade”. Ainda assim, não estaríamos, nesse caso, abordando a questão de um ponto de vista errado? Não deveríamos nós estar trabalhando a partir dessas qualidades espirituais, ao invés de estar tentando alcançá-las? Expressemos, agora, as qualidades maternas de Deus, e não mais tarde. Identificar nosso ser real com as qualidades espirituais do terceiro grau nos proporciona uma base segura para trazer plenamente à luz as qualidades morais do segundo grau. Nisso consiste aplicar a Verdade prática, poderosa; nisso consiste incluir o Cristo, a manifestação de Deus, em cada aspecto do nosso trabalho como mães.
Quando trabalhamos com base nesse ponto de vista espiritual, conseguimos manifestar, sem nenhum esforço, todas as coisas maravilhosas que a verdadeira mãe é e faz. Podemos sentir e entender as necessidades dos filhos; podemos perseverar com paciência e trabalhar com amor, a fim de promover o bem-estar e a felicidade deles. Quando identificamos a nós mesmas como a manifestação pura das qualidades maternas de Deus, somos capazes de chamar a atenção com muito amor, pedir com gentileza e repreender com firmeza quando necessário. Somos capazes de constantemente expressar amor aos filhos e de alimentá-los com a Verdade.
Aderindo estritamente ao espírito e à letra da Ciência, possuímos a sabedoria para saber quando e como ensinar às crianças as verdades a respeito da santidade e da saúde que Deus nos outorgou. Damos os passos práticos para manter puro o pensamento dos filhos, quando não permitimos que conversem sobre doenças; permanecemos alerta para que, desde o berço, a educação deles esteja direcionada ao constante crescimento moral e espiritual.
Diz-se, sabiamente, que a mãe não é uma pessoa na qual se apoiar, mas uma pessoa que mostra que não é necessário se apoiar em alguém. Ao guiarmos os pequeninos que estão aos nossos cuidados, com gentileza, paciência e persistência, a se apoiarem em Deus em todas as suas necessidades, podemos imbuir seu pensamento da orientação e do governo sempre presentes de seu Pai-Mãe Deus.
Enxergar nosso trabalho como mães sob essa luz traz renovação, criatividade, realização e põe talentos ocultos a descoberto. Despertemos a cada manhã com a expectativa de obter novas ideias, de encontrar novas maneiras de fazer as coisas, à medida que demonstramos uma compreensão melhor de Deus.
A Sra. Eddy diz: “A verdadeira mãe nunca descuida voluntariamente dos filhos em suas primeiras e sagradas horas, confiando-os aos cuidados de uma ama ou de uma pessoa estranha” (Retrospecção e Introspecção, p. 90). Algumas mães de crianças pequenas talvez tenham de trabalhar fora em período integral por razões financeiras. E, naturalmente, talvez existam situações em que seja legítimo e justificável que uma pessoa, que não seja a mãe, cuide delas. Mas precisamos ser honestas com nós mesmas e vigilantes, para que não estejamos privando as crianças e a nós mesmas de uma oportunidade única de crescimento espiritual.
A verdadeira maternidade, por refletir as qualidades do Amor divino, é um dos trabalhos mais importantes, progressivos e recompensadores para ajudar nosso mundo a ser um lugar melhor. Ao assumir esse trabalho com alegria, estamos ajudando a eliminar a criminalidade e a melhorar a saúde e a moral da próxima geração.
Não nos deixemos enganar, acreditando que a maternidade seja uma atividade estagnante, limitada ou que precisemos esperar por alguma ocasião futura para que possamos prestar um serviço importante à humanidade. Exatamente agora, todos aqueles que vislumbram o potencial infinito da maternidade eficaz e inspirada têm um papel vital a desempenhar abençoando o mundo.
