Há mais de três anos, um de meus ouvidos ficou infeccionado e percebi que eu estava ouvindo muito mal com esse ouvido. Prontamente comecei a orar. Como conseguia ouvir perfeitamente bem com o outro ouvido, eu conseguia trabalhar e fazer minhas atividades diárias sem problema nenhum.
Ponderei a definição de Ouvidos, a qual consta do Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy: “Não os órgãos dos chamados sentidos corpóreos, mas a compreensão espiritual” (p. 585). Eu estava me empenhando em ver que minha compreensão espiritual é um reflexo da inteligência divina e não pode ser obstruída. Então, como o medo havia se infiltrado em meu pensamento, liguei para uma Praticista da Ciência Cristã para lhe pedir ajuda por meio da oração.
Também orei com a última parte da definição de Criador em Ciência e Saúde: “Deus, que fez tudo o que foi feito e não poderia criar um átomo ou um elemento que fosse o oposto dEle mesmo” (p. 583). Graças ao apoio da praticista, o medo desapareceu e foi substituído pela convicção de que somente o bem estava se desdobrando.
Alguns meses depois, contudo, meu ouvido começou a doer muito. Liguei novamente para a praticista, e ela pediu que eu lesse esta passagem de Ciência e Saúde: “O ‘ouvido divino’ não é um nervo auditivo. É a Mente que tudo ouve e tudo sabe, e que sempre conhece todas as necessidades do homem e as satisfaz” (p. 7). Ela também me disse outras verdades espirituais que me ajudaram muito. A dor desapareceu muito rapidamente, mas eu ainda não conseguia ouvir bem com aquele ouvido.
Eu estava me empenhando em compreender que não havia nenhuma influência ou causa além de Deus. A assim chamada infecção não era real e não tinha nenhum poder para me privar da audição; seu aparente poder estava apoiado na suposição de que os sentidos do homem são materiais e estão fora do controle de Deus. Mas conforme aprendemos na Ciência Cristã: “Toda função do homem real é governada pela Mente divina” (Ciência e Saúde, p. 151).
Percebi que precisava vigiar meus pensamentos, afastando-os da sugestão de que a matéria tem poder. O capítulo chamado “Não há matéria”, páginas 31–35 do livro A Unidade do Bem, de Mary Baker Eddy, foi uma grande fonte de inspiração. Orei especificamente com esta declaração: “Se Deus é o Espírito, e Deus é Tudo, certamente não pode haver matéria; porque o divino Tudo tem de ser o Espírito” (p. 31). O fato científico de que somente os sentidos materiais dão testemunho da matéria, e de que esses sentidos são enganadores e irreais, porque em realidade nenhum dos sentidos está na matéria, tornou-se mais clara para mim.
Eu sentia que havia vivenciado uma transformação devido a todo esse trabalho metafísico, em espírito de oração. Meu pensamento se tornava mais espiritual e eu me sentia mais próxima de Deus, à medida que me tornava mais consciente de Seu poder. Até mesmo tive outras curas durante esse período, incluindo uma cura de queimadura, da qual não restou sequer uma marca.
Dois anos depois, a dor no ouvido voltou, mais forte do que antes. Orei por mim mesma por alguns dias, e então voltei a ligar para uma Praticista da Ciência Cristã para lhe pedir que me ajudasse por meio da oração para vencer essa dificuldade. Isso aconteceu em uma manhã de segunda-feira e na noite de terça-feira a dor desapareceu por completo. Foi um grande alívio. Uma sensação indescritível de calma me sobreveio; senti-me muito próxima de Deus. Liguei novamente para a praticista para expressar minha gratidão profunda. Foi como se eu tivesse acordado de um sonho ruim. De fato, conforme aprendemos na Ciência Cristã, a má saúde ou desarmonia de qualquer espécie não é nada a não ser outra fase do sonho de que a vida esteja na matéria. É uma mentira.
Na manhã seguinte, percebi que eu havia voltado a ouvir perfeitamente bem com aquele ouvido. Embora a dor tenha tentado voltar durante as duas semanas seguintes, eu consegui exercer domínio sobre ela por meio da oração. Finalmente, a dor desapareceu completamente e não voltou mais. Desde aquela ocasião, tenho conseguido ouvir perfeitamente com os dois ouvidos. Essa cura ocorreu há mais de um ano.
O que aconteceu? Encontrei recentemente uma declaração que a Sra. Eddy escreveu no livro Não e Sim e que me ajudou a compreender essa cura: “Deus Se compadece de nossas aflições com o amor de um Pai pelo Seu filho — não por tornar-Se humano e por conhecer o pecado, ou seja, a nulidade, mas por eliminar nosso conhecimento daquilo que não é” (p. 30). A última parte dessa declaração foi o que mais me impressionou. Deus dissolve o que pensamos que sabemos: “nosso conhecimento daquilo que não é”, daquilo que em realidade não existe.
A harmonia é a norma e é constante. A Mente divina nunca para de proporcionar todo o bem aos seus filhos, porque o “ouvido divino” nunca pode ser obstruído.
Sylvie Updegraff, Boston, Massachusetts
Original em francês
