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Matéria de capa

A ressurreição e as igrejas filiais

Da edição de março de 2016 dO Arauto da Ciência Cristã

Tradução do original em inglês publicado na edição de setembro de 2015 de The Christian Science Journal.


Você pode imaginar como seria se cada membro de sua igreja filial tivesse visto Jesus depois da ressurreição? Será que os cultos de sua filial seriam diferentes? Será que a atmosfera da Escola Dominical não seria mais animada? 

A ressurreição de Jesus transformou aqueles que a presenciaram. O fato de verem a vida dele restaurada, intocada pelas condições materiais, deve ter transportado seus discípulos mais próximos para um universo mental diferente, elevando-os acima de um conceito de que há vida na matéria à plena compreensão da realidade da existência espiritual e da solidez da presença e do poder de Deus. Jesus já havia falado aos discípulos sobre essa consciência espiritualizada, ou o reino dos céus dentro de nós, o qual eles vislumbraram em diferentes proporções antes da ressurreição do Mestre. Mas quando, após a crucificação, ele se apresentou aos discípulos totalmente ileso, esse reino dos céus irrompeu na experiência deles de uma maneira que mudou tudo.

A nova compreensão dos discípulos os encorajou muito. Eles deixaram de se esconder, com medo de perder a vida (ver João 20:19), e passaram a curar e a falar abertamente sobre sua fé diante de multidões. O livro de Atos no Novo Testamento mostra que a demonstração final que Jesus fez do poder divino unificou os discípulos em um senso de união, fraternidade e afeição mútua, senso esse fundamentado na profunda percepção que todos eles tinham da natureza eterna do homem como o filho de Deus.

Mas não podemos todos nós usufruir de tal experiência inspiradora? Em certo sentido, cada um de nós, nos dias de hoje, não é também uma testemunha da ressurreição? Uma compreensão valiosa que obtemos na Ciência Cristã é que a ressurreição não foi algo que aconteceu uma única vez e só para Jesus, nem é algo que todos nós vivenciaremos em um futuro distante. Mesmo agora, toda vez que sentimos o efeito do Amor divino elevando o pensamento acima das limitações e do efeito mortal de uma maneira material de pensar, estamos vivenciando, em certa medida, a espiritualização do pensamento que é a ressurreição, uma ressurreição que com frequência se manifesta em cura física e regeneração.

Saulo de Tarso vivenciou essa regeneração. Ao contrário dos discípulos que conviveram com Jesus, ele não havia conhecido o Jesus humano, nem o havia visto na cruz ou depois da ressurreição. Todavia, conforme ficou demonstrado quando ele se converteu e passou de perseguidor dos cristãos a uma pessoa que pregava publicamente o Cristianismo incipiente, ele vivenciou uma iluminação espiritual e uma ressurreição de pensamento que o compeliram a deixar tudo pelo Cristo, a Verdade.

Em um sentido muito real, o trabalho em sua igreja filial se trata de vivenciar a ressurreição, ou seja, de vivê-la, de regozijar-se com ela e de compartilhá-la com outros. Que curas vocês têm vivenciado? Que testemunhos vocês têm relatado nas reuniões de testemunhos das quartas-feiras? Cada uma dessas curas é uma prova da realidade espiritual da totalidade de Deus e de que Ele governa Seu universo, criado para refletir a infinitude do Espírito. Cada uma dessas curas representa o que a humanidade necessita mais do que qualquer outra coisa: que seu pensamento ressuscite e se eleve acima do desespero, das frustrações e limitações da matéria, para a liberdade, a compaixão e a felicidade inerentes ao Espírito.

Naturalmente, a mente carnal tentou impedir a ressurreição de Jesus. Como é de se esperar, essa mente carnal tenta, de formas muito sutis, como por exemplo, por meio de desânimo, discórdia ou carência, enfraquecer nosso próprio senso de igreja, que é uma comunidade de pessoas que celebram a ressurreição de Jesus. Mas a mente humana não pode impedir a ressurreição, porque, conforme Jesus comprovou, o bem é supremo e subjuga o mal, e a Vida vence a morte. A Mente divina, Deus, reina triunfante sobre a mente humana, que é cheia de dúvidas e objeções, e a eleva para que encontre a salvação fora de si mesma, no Espírito. 

Mary Baker Eddy escreveu: “Através do Jesus humano, aprendemos algo sobre qualidades da Mente divina. O poder de sua bondade transcendente acha-se manifesto no controle, que ela lhe propiciou, sobre as qualidades opostas ao espírito, qualidades essas que os mortais chamam matéria” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 199). Os membros de sua igreja filial são capazes de compreender e expressar cada vez mais as qualidades da Mente divina (tais como domínio, liberdade e união), as quais nos proporcionam o controle sobre as supostas qualidades que a matéria representaria, quer seja ingratidão, apatia ou desânimo.

A ressurreição está relacionada à igreja filial de uma maneira que não tem nada a ver com o número de membros; ao contrário, tem a ver com o crescimento espiritual deles. A igreja filial progride à medida que cada membro percebe mais e mais a realidade de Deus e de Sua criação, e vivencia a cura que flui da incontestável presença eterna dessa realidade.

Quais são algumas das formas que a ressurreição poderia assumir em sua filial? Mais membros ajudando outras pessoas na comunidade por meio da oração; maior devoção mental das pessoas presentes nos cultos (lemos na página 42 do Manual da Igreja que: “As orações nas igrejas da Ciência Cristã” devem ser “coletiva e exclusivamente em prol das congregações”); membros com um senso maior de união e fraternidade.

Quando Marta estava decepcionada porque Jesus não chegara antes que seu irmão Lázaro morresse, o Mestre disse: “...Teu irmão há de ressurgir”. Marta respondeu: “Eu sei, ... que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia”. Jesus declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Que repreensão ao senso errôneo que diz que a ressurreição acontecerá somente em algum momento no futuro! Que poderosa afirmação de que a ressurreição está ao alcance de cada um de nós hoje, na medida em que o pensamento estiver aberto a essas boas-novas!

Mais adiante, nesse mesmo capítulo do Evangelho, Jesus, depois de pedir que tirassem a pedra da entrada da tumba de Lázaro, clamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora”! E foi isso que Lázaro fez! Jesus disse às pessoas que presenciavam a ressurreição de Lázaro: “Desatai-o e deixai-o ir” (ver João 11:1-44).

Em certo sentido, o Cristo está sempre nos conclamando a “v[ir] para fora” da vida na matéria para a verdade de que a Vida é imutável e espiritual, como o próprio Espírito divino. De certo modo, o Cristo está sempre chamando cada membro da igreja filial a “vir para fora”, a elevar o pensamento acima do cenário mortal de um edifício material, de uma Escola Dominical inativa ou de uma Sala de Leitura mal localizada, e a compreender e demonstrar agora a ressurreição, em todas as suas dimensões.

A cada dia temos a oportunidade de desatar e deixar de lado toda visão limitada de Igreja e de demonstrar, com liberdade e alegria, que nossa igreja filial é o que Deus quer que ela seja: uma cidade edificada sobre um monte, a qual não se pode esconder (ver Mateus 5:14).

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