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Original para a Internet

The Christian Science Monitor e a marcha da Verdade

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 18 de abril de 2014

Publicado originalmente na edição de fevereiro de 2014 de The Christian Science Journal


John Yemma, que foi Redator de The Christian Science Monitor de 2008 até 2013, trabalha com jornalismo desde que era calouro na faculdade, onde foi repórter esportivo para o jornal local. Ele diz que seu interesse pelo jornalismo começou muito antes: foi seu trabalho como entregador de jornal durante a década de 1960 o que despertou seu fascínio pelas notícias.

Em outubro passado, sentei-me com John em seu escritório, uma antiga sala de reuniões no fundo da sala de imprensa do Monitor. As últimas capas da revista semanal do Monitor cobriam as paredes. Enquanto conversávamos sobre sua experiência, John mencionou que, quando conheceu a Ciência Cristã, logo após conhecer sua esposa, ele mudou a maneira como pensava sobre a “verdade” no jornalismo.

O que você pensou ao se inteirar de qual era a religião da Robin?

Uma das coisas que realmente me intrigou sobre a Ciência Cristã foi a palavra Verdade como um sinônimo de Deus. Como você sabe, para um jornalista a verdade é extremamente importante. A verdade humana é muito relativa e os jornalistas sabem disso, mas eles se esforçam para narrar os fatos com veracidade, para serem justos com todas as partes envolvidas, para transmitir com exatidão o que ocorre no mundo.

Portanto, como qualquer jornalista, esforçava-me para transmitir a verdade com “v” minúsculo. Então, a ideia de que a Verdade era algo maior do que isso simplesmente me deixou maravilhado! Ela é maior do que a percepção humana, os sentidos humanos ou a habilidade humana de investigar. A Verdade é, em realidade, o fundamento de todas as coisas. Como todos, conforme continuo aprendendo a demonstrar a Ciência Cristã, eu tropeço. Inicialmente, descobri essa verdade maravilhosa e então vi que tinha de voltar e refletir sobre ela, trabalhar com ela e desenvolver meus conhecimentos a respeito dela.

Como qualquer jornalista, esforçava-me para transmitir a verdade com “v” minúsculo. Então, a ideia de que a Verdade era algo maior do que isso simplesmente me deixou maravilhado!

O que foi que o impulsionou a se unir à equipe do Monitor?

Quando estava lendo o Monitor, pensei: “O material que tenho escrito é exatamente o tipo de coisa que eles fazem”. Portanto, comecei como freelance e naquele momento surgiu uma vaga no escritório de Washington, exatamente na ocasião em que fiz o Curso Primário da Ciência Cristã. 

Depois de trabalhar um ano em Washington, ofereceram-me um cargo de correspondente no Oriente Médio. Assim, Robin e eu nos mudamos para o Oriente Médio e lá vivemos por três anos. Era um lugar incrível de se estar: vívido, maravilhoso e, ao mesmo tempo, pungente. Trabalhei brevemente em Nova Iorque e então voltei para Boston, a fim de trabalhar no Monitor.

A seguir, trabalhei no Boston Globe como escritor e redator, por aproximadamente 20 anos. O último cargo que ocupei no Globe, em meados da década de 2000, foi o de redator-chefe do site desse jornal, boston.com, cargo esse que me trouxe muita experiência em jornalismo digital. Naquela ocasião, O Conselho de Diretores dA Igreja Mãe me contatou e me convidou a voltar a trabalhar para o Monitor, como o Redator. O Monitor estava adquirindo mais presença na Internet, portanto, aquela foi uma colocação muito natural.

Houve alguma ocasião em que você estivesse trabalhando em uma história realmente difícil, e que sentiu que sua fé inspirou seu trabalho como redator ou como escritor? 

Lembro-me de que em 1982 eu estava em Beirute, e isso foi logo depois que os israelenses haviam invadido o Líbano, e havia um enorme conflito naquele momento. Estive lá durante todo o verão, devido à guerra e, certa noite, estava caminhando em uma parte da cidade que eu não conhecia bem. Em conflitos dessa natureza, ocorrem episódios muito violentos, mas estávamos passando por um período relativamente calmo. Eu havia me perdido e acabei me deparando com uma sentinela militar em um prédio. Ouvi a trava de segurança de sua arma sendo destravada e então ele, apontando-a para mim, começou a gritar comigo. 

Tomei alguns momentos para orar, para realmente orar e compreender onde eu estava, conforme diz este versículo bíblico: “se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá” (Salmos 139:9, 10). Também consegui sentir um pouco de paz. Não sei se a sentinela pensou que eu não era uma ameaça, ou seja lá o que, mas em seguida ele baixou a arma. Ele não sorriu, mas acenou para mim e disse: “Tome cuidado ao andar por aqui”. 

Humanamente, tudo tem uma explicação, mas se estamos realmente vivendo em espírito de oração no dia a dia, sabemos que tudo é resultado de nosso pensamento. À medida que oramos, nossa experiência melhora e passamos a perceber isso em pequenas medidas, o tempo todo. Acho que isso é realmente uma das maravilhas da Ciência Cristã: Sim, existem demonstrações poderosas e maravilhosas, mas também há reajustes discretos no dia a dia. Isso é viver no universo de Deus.

Existem demonstrações poderosas e maravilhosas, mas também há reajustes discretos no dia a dia. Isso é viver no universo de Deus.

Você diria que reconhecer que vivemos “no universo de Deus” influencia a perspectiva editorial que o Monitor apresenta sobre as coisas?

Com toda certeza. Provavelmente há pessoas dentro da família de leitores do Monitor que já se perguntaram: “Se o Monitor está veiculando notícias, isso é ótimo; mas isso não o torna simplesmente um jornal inteligente? Onde está a Ciência Cristã”? Ora, a Sra. Eddy explicitamente transformou o Monitor em um jornal real, sem o ponto de vista de uma denominação religiosa. É muito importante ter o artigo com a Perspectiva da Ciência Cristã no Monitor, no nosso site na Internet e em todos os outros espaços que temos. Mas, também considero importante que o jornalismo do Monitor seja apreciado pelo conteúdo dos artigos sobre acontecimentos da atualidade. 

Todos no Monitor compreendem que ser justo na maneira como veem o mundo significa ser construtivo e celebrar o progresso quando ele é um fato passível de ser constatado, não à maneira de Poliana (um personagem literário), mas indicando quando há progresso real, fundamentado em fatos.

Isso distingue o Monitor de outras categorias de jornalismo, que frequentemente consideram apenas a publicação de notícias interessantes. O Monitor procura especificamente mostrar o progresso da humanidade, o que é um passo rumo a maior liberdade política e econômica, como também à libertação de várias formas de escravidão, entre elas a escravização material. Assim, a Ciência Cristã de The Christian Science Monitor é facilmente percebida na qualidade do jornalismo que praticamos. Tentamos ir ao encontro do pensamento humano onde ele se encontra, para diminuir o medo, para trazer compreensão em certa medida, para que possamos ver além do horizonte.

No entanto, a maioria dos leitores do Monitor não são Cientistas Cristãos, certo? Que efeito tem isso na maneira pela qual as histórias são escritas? 

O que levou à fundação do jornal em 1908 foi o fato de a Sra. Eddy reconhecer que os Cientistas Cristãos necessitavam de um jornal que os mantivessem em contato com o mundo, para que pudessem orar pelo mundo. Precisava ser um jornalismo no qual pudessem confiar e que não fosse sensacionalista. Mas, essa abordagem atrai muitas outras pessoas. Atrai aqueles que não são Cientistas Cristãos. A missão do Monitor é para Cientistas Cristãos e para toda a humanidade. Existem muitas pessoas que compreendem que o mundo não se trata simplesmente de uma série de problemas, mas que é um lugar de incrível beleza, de incrível progresso e de incríveis realizações culturais. Falar com essas pessoas sobre tudo isso tem de ser salutar, tem de ser útil. 

Para mim, a história mais emocionante, a história que eu quero contar, é o desdobramento da ideia-Cristo no pensamento humano, a qual conduz o mundo ao longo de períodos de dúvida e de quimicalização. Com frequência, vemos que as pessoas estão inseguras a respeito da direção que as coisas estão tomando ou se sentem assustadas com as coisas, mas, se damos um passo atrás, podemos perceber verdadeiras evidências de progresso. Podemos perceber um decréscimo na criminalidade, diminuição da pobreza; podemos perceber que a AIDS não é mais uma sentença de morte na África. Isso não ocorre em linha reta, e às vezes a mídia faz as pessoas acreditarem que estamos vivendo em um mundo que está muito mais fora de controle do que em realidade está. Mas, podemos ser cuidadosos e apresentar essa perspectiva de progresso no momento correto.

Enquanto você dizia que o Monitor está expandindo seu alcance, estive pensando nesta frase: “Não prejudicar ninguém, mas abençoar toda a humanidade”, a qual, como disse a Sra. Eddy, deve ser sempre o “objetivo” do Monitor. Há muito mais pessoas nessa humanidade a serem alcançadas hoje em dia, e estou curioso para saber como você vê o Monitor daqui a cinco ou dez anos.

Eu nunca subestimaria a visão da Sra. Eddy para o Monitor ou para a Ciência Cristã. Penso que, se o Monitor tem uma missão para toda a humanidade, então essa missão não está cumprida se, por exemplo, ele é publicado somente em inglês. Admito que focalizamos mais os Estados Unidos, embora tenhamos tentado, provavelmente mais do que qualquer outra organização de notícias americana, fugir dos padrões etnocêntricos.

O Monitor já está disponível em todo o mundo, mas publicamos muitas notícias sobre os Estados Unidos. Eu certamente posso imaginar nosso Monitor Weekly (revista semanal do Monitor)disponível regionalmente com muitas notícias sobre o Canadá, a Índia, a França, a África do Sul e vários outros lugares, e publicado nos idiomas nativos. Isso é extremamente ambicioso, e não posso dizer que atualmente existam planos no sentido de implementar isso. Mas, se a missão do Monitor é para toda a humanidade e a humanidade fala idiomas diferentes e vive em nações diferentes, então nossa missão deveria, em última análise, estar lá. Devo dizer que acho importante que tomemos essa iniciativa, passo a passo.

Sou totalmente a favor da ideia de que há um rápido avanço do progresso humano, e que às vezes se perde em meio ao tumulto. Mas, seria difícil dizer o mesmo a respeito do setor jornalístico, certo? De certa forma, o Monitor se destaca, no sentido de que nos últimos cinco anos tem aumentado seu alcance ao mesmo tempo em que suas despesas têm decrescido. Tenho a impressão de que o mesmo não está ocorrendo com muitas outras publicações.

Acho que algo mais está acontecendo. Há uma mudança fundamental em todo o conceito de notícias e sobre quem se constitui um jornalista. Quero dizer, nós todos podemos ser jornalistas, certo? No passado, você podia publicar alguma coisa somente se comprasse tinta e papel aos montes. Agora, há várias formas novas de se apresentar notícias, de investigar fatos e de contar as histórias, o que está sendo feito por pessoas que são não jornalistas. Isso é maravilhoso.

Para um jornalista como eu, que exerce essa profissão há muitos anos, é difícil ver o setor jornalístico em transição, mas é também muito animador ver pessoas que não possuem necessariamente habilitação de jornalistas, mas que, de alguma maneira, se importam com o mundo. Pode ser que alguns se importem com a questão ambiental e, assim, publicam artigos sobre esse assunto. Talvez outros se importem com um bom governo, e então escrevem sobre isso. Existem novos formatos sendo criados neste momento e não sabemos exatamente no que resultarão, mas tenho relativa esperança neles.

É maravilhoso que Cientistas Cristãos em todo o mundo estejam apoiando o Monitor. A Igreja Mãe está deixando de nos subsidiar de forma direta, mas necessitamos definitivamente que os Cientistas Cristãos continuem nos apoiando por meio de assinaturas. Há alguns anos, durante a Assembleia Anual, mencionei que o Monitor provém de uma sociedade editora, e não de uma empresa editorial. Juntos constituímos uma sociedade, portanto, todo aquele que tem uma assinatura do Monitor é essencialmente um editor do Monitor. Todo aquele que promove o Monitor no Facebook ou entre seus amigos, ou distribui um artigo e diz: “Olhem, essa notícia sobre a Síria faz sentido”, está publicando o Monitor. Essas pessoas estão tornando-o público no sentido original da palavra, da mesma forma que nos tempos bíblicos as pessoas anunciavam ao público as Boas-Novas.

Não existe nenhum mistério nisso: Tomamos os temores do mundo e trabalhamos, contra-atacando-os por meio da Ciência Cristã, sabendo o que é a verdade. 

Então, o que você diria a um Cientista Cristão, que diz: “Sou assinante do Monitor, eu o compartilho com meus amigos e o promovo sempre que posso. Desejo me aprofundar um pouco mais em minha oração, para responder às coisas sobre as quais leio nessas páginas”.

Nós todos, como Cientistas Cristãos, temos de orar pelo mundo, mas você poderia orar pelo mundo sem usar The Christian Science Monitor. Você poderia orar pelo mundo lendo The New York Times ou ouvindo a Rádio Pública Nacional, para então considerar os problemas que o mundo está enfrentando e orar sobre eles, e isso já seria uma grande coisa. Mas, é muito melhor ter o Monitor, com o qual já estamos orando para o mundo dessa maneira. 

Não existe nenhum mistério nisso: Tomamos os temores do mundo e trabalhamos, contra-atacando-os por meio da Ciência Cristã, sabendo o que é a verdade. A verdade é que estamos no universo de Deus, que é realmente a Verdade com “V” maiúsculo. De modo que podemos reverter tudo o que venha ao pensamento e indique medo, violência, desumanidade ou injustiça, por meio do conhecimento que temos do pensamento de Deus. Então, pomos pacientemente o caso de lado e mantemos nosso pensamento inspirado, mas continuamos avançando na vida, isso é o que devemos fazer diariamente. Mas, também devemos saber que veremos o progresso e que o Monitor nos mostra o progresso quando ele ocorre. Outros jornais não fazem necessariamente isso. Outros jornais podem nos dar a pauta para orar pelo mundo, mas talvez não nos mostrem que nosso trabalho foi eficaz.

Talvez tenhamos nos esquecido do tratamento que demos por meio de oração, pois pode ser que, por exemplo, o muro de Berlim tenha caído vários anos depois. Mas, sabemos que, à medida que orávamos pela liberdade na Europa oriental e na União Soviética, o Cristo ia a todos esses lugares e emitia uma luz, e é isso o que narramos. É emocionante ler o Monitor e ver o que está acontecendo. 

Se realmente compreendemos a Ciência Cristã e acreditamos nela, sabemos que algo surpreendente está acontecendo no mundo. Estamos vendo a marcha da Verdade, estamos vendo a marcha da luz, estamos vendo o que o Monitor escreve sobre isso. Essa é a história que estamos escrevendo e essa é a única história que existe, essas são as boas-novas.

É emocionante pensar nisso.

Sim, é. A Sra. Eddy escreveu: “À medida que o pensamento humano passar de um estado a outro, de dor consciente à consciente ausência de dor, do pesar à alegria, isto é, do medo para a esperança, e da fé para a compreensão, a manifestação visível será por fim o homem governado pela Alma, não pelo sentido material” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 125). A manifestação visível não é simplesmente: “Espero que as coisas melhorem”. Vemos essa evidência à medida que o pensamento humano se transforma mediante o Cristo.

Ela continua, dizendo: “Ao refletir o governo de Deus, o homem se governa a si mesmo”. Essa é a marcha da democracia e da liberdade. Isso é a única coisa que está acontecendo, essa ideia de se libertar da matéria, de se libertar dos grilhões. É isso o que está acontecendo com a humanidade. Nem sempre é evidente. Algumas vezes, parece que não está acontecendo. Outras vezes, parece que estamos retrocedendo. Mas, podemos estar certos de que, inevitavelmente, estamos sempre progredindo, e o Monitor tem a oportunidade de escrever sobre isso.

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