P: Você acha que, em geral, o trabalho do praticista não é valorizado o suficiente? Se assim for, como você imagina que podemos valorizá-lo ainda mais?
R: “Antes mesmo de terminar de contar meu problema para o praticista, já estou preenchendo um cheque para pagar o tratamento da Ciência Cristã que estou prestes a receber.”
Essa foi a resposta, cheia de gratidão, de um amigo durante uma conversa que tivemos recentemente. Esse é um ponto de vista um pouco diferente daquele em que o paciente espera até que todas as contas estejam pagas no final do mês para ver se haverá dinheiro suficiente para pagar o praticista!
Quando eu era uma jovem mãe de duas crianças, confesso que administrava minhas finanças dessa maneira. Entretanto, sabia instintivamente como era importante pagar o praticista. Hoje, quando chega o momento de pagar um tratamento por meio da oração, aprendi a antecipar o pagamento para o início do mês ou a fazê-lo de imediato.
Mary Baker Eddy oferece-nos esta sábia orientação: “A Ciência Cristã demonstra que o paciente que paga o que lhe é possível pagar para ser curado, tem mais probabilidades de se recuperar do que aquele que deixa de dar uma pequena quantia pela sua saúde” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 300). Isso nos leva a perguntar com toda honestidade: “Será que dou de forma generosa em outras áreas da minha vida, sem pensar duas vezes, mas, quando se trata de pagar pelos tratamentos da Ciência Cristã, estou me contendo? Será que realmente valorizo esse tratamento e pago o valor que merece”?
Bem, será que uma quantia determinada de dinheiro poderia servir de parâmetro para esse trabalho consagrado? Na verdade, não. Mas isso não significa que não devamos expressar nossa gratidão sincera sob a forma de pagamento.
Com relação ao valor que se dá ao tratamento da Ciência Cristã, o praticista talvez pudesse considerar a mesma pergunta: Estou realmente valorizando o tratamento? Será que talvez eu não esteja aumentando meus honorários pelos tratamentos de uma forma razoável porque não me sinto digno de receber um valor mais elevado? Se eu aumentar meus honorários, será que alguns pacientes deixarão de me pedir tratamento? Naturalmente, é verdade que a maioria dos praticistas ajusta seus honorários ou os reduzem “quando o restabelecimento for demorado”, conforme orienta o Manual da Igreja (Mary Baker Eddy, p. 46). Ninguém deveria ficar sem tratamento quando necessita de ajuda e alguns praticistas atendem casos sem cobrar. Mas, talvez devêssemos perguntar: Quem está realizando o trabalho de cura? Não é Deus, o Amor divino? Não é esse Amor que provê a todos, inclusive o paciente e o praticista?
Você talvez já tenha ouvido falar de praticistas que não cobram pelo tratamento ou que deixam o paciente determinar o pagamento, mas essa é uma decisão inteiramente pessoal. Mas, isso não deveria impedir ninguém, inclusive o praticista recém-registrado, que talvez esteja sustentando uma família e pagando uma hipoteca, de cobrar honorários adequados.
Acima de tudo, como paciente ou praticista, devemos nos perguntar: Esperamos que uma cura rápida e completa resulte do tratamento de hoje? Ou esperamos que este caso se prolongue? Eddy recomenda que cada um de nós “se esforce por demonstrar, por sua prática, que a Ciência Cristã cura os doentes rápida e completamente” (ver Manual, p. 92). Se alguém, por meio do poder de Deus, curasse um câncer em um ou dois tratamentos, qual seria o valor disso? Quanto se deveria cobrar por esses tratamentos? Quanto pagaria o beneficiário desse trabalho por esses tratamentos?
Estabelecer honorários adequados é algo entre Deus e o praticista, e ninguém pode interferir nessa comunhão sagrada. É muito importante refletir profundamente e orar sinceramente sobre esse assunto. O tratamento pela oração na Ciência Cristã está no âmago e na alma da Ciência Cristã, e devemos nos certificar de que tanto praticistas como pacientes o estejam valorizando. Mary Baker Eddy escreve: “Não se deveria esperar dessas pessoas, assim como não se espera de outras, que consagrem todo o seu tempo ao trabalho da Ciência Cristã, sem receber remuneração, e que fiquem à mercê da caridade para receber alimento, roupa e moradia. Tampouco podem servir a dois senhores, dando a Deus somente parte de seu tempo e ser ainda assim Cientistas Cristãos. Devem estar inteiramente a serviço de Deus e a ninguém ficar ‘devendo cousa alguma’. Por isso eles precisam, nesta época, cobrar pelos seus serviços um pagamento adequado e então fazer jus conscienciosamente aos seus honorários, praticando estritamente a Ciência Divina e curando os doentes” (Rudimentos da Ciência Divina, pp. 13-14).
Sermos guiados ao praticista certo para atender nosso caso particular deveria resultar da nossa mais pura e mais profunda oração. À medida que permitimos que a atividade do Cristo, a Mente divina infinita, guie nosso pensamento com relação a quem devemos chamar em busca de tratamento pela Ciência Cristã, podemos confiar em que a mesma atividade amorosa do Cristo suprirá tudo o que for necessário. Os praticistas podem saber e afirmar que cada paciente que entrar em contato com eles sempre tem suprimento suficiente para satisfazer cada necessidade. Nenhum homem, mulher ou criança é excluído.
Sob o título “Honorários dos Praticistas” em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], Eddy escreveu: “Os praticistas da Ciência Cristã deverão cobrar por seus tratamentos os mesmos honorários que cobram os médicos de boa reputação, em suas respectivas localidades” (p. 237).
Poderia ela ter deixado mais claro o valor que ela própria atribuía ao tratamento da Ciência Cristã?
Connie Coddington, Milwaukee, Wisconsin, EUA
