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Original para a Internet

O Amor e o sentimento de renovação na igreja

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 17 de abril de 2015

Artigo publicado originalmente na edição de dezembro de 1981 de The Christian Science Journal.


O que diríamos da frieza na igreja, da falta de carinho e da falta de afeto espiritual? 

Será que o entusiasmo e o amor que encontramos em nossa igreja nos faz sentir espontaneamente felizes? Ou será que temos motivo para ficar tristes?

Nossa Líder, Mary Baker Eddy, falou sem reservas sobre esse tema, após conduzir um serviço de comunhão nA Igreja Mãe, em 1896. Ela escreveu a pessoas amigas, vendo tudo realisticamente, mas com profundo sentimento: “Sinto a atmosfera geral de minha igreja tão fria e tão silenciosa como o chão de mármore”. Ela comentou em outra mensagem: “Meus alunos estão fazendo uma bela obra, bem feita, meu coração ficou contente com a reunião e a maneira como foi conduzida. Mas, Oh! eu senti uma frieza, uma falta de inspiração naqueles pobres corações (não para mim, Oh não, eles são leais no mais alto grau) mas o que eu senti foi um silêncio, uma falta de energia espiritual e entusiasmo” (Robert Peel, Mary Baker Eddy: The Years of Authority [Mary Baker Eddy: os Anos de Autoridade], New York: Holt, Rinehart and Winston, 1977, p. 97).

Durante todos os anos em que ela estava organizando sua Causa, a Sra. Eddy enfatizou com enorme paciência e fervor a necessidade vital do sentimento cristão de afeto e entusiasmo, tanto na igreja como no coração de cada indivíduo que trabalha para a causa! Ela enfatizou que o amor como o do Cristo é indispensável para a cura. E ela assim o descreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A parte vital, o coração e a alma da Ciência Cristã, é o Amor. Sem o Amor, a letra nada mais é do que o corpo morto da Ciência — sem pulso, frio, inanimado” (p. 113).

Tais palavras são um eco retumbante dos ensinamentos de Cristo Jesus. No Sermão do Monte encontramos recomendações de não devolver o mal com o mal, mas sim oferecer a outra face, de não tentar tirar o argueiro do olho do nosso irmão sem antes tirar a trave do nosso próprio olho, de não trazer uma oferta ao altar sem antes ter-nos reconciliado com nosso irmão. Nosso Mestre nos aconselha a amar nossos inimigos e a abençoar os que nos maldizem (ver Mateus 5-7).

Esse teor espiritual para todos os relacionamentos ressoa por todo o Novo Testamento. A Primeira epístola de João, por si só, contém todas estas afirmações: “Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas”; “aquele que não ama permanece na morte”; “Aquele que não ama não conhece a Deus”; “se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado”; “aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (1 João 2:11; 3:14; 4:8, 12, 16).

Falando metafisicamente, a verdadeira Igreja é uma ideia divina. Ela foi manifestada à humanidade, em certa medida, não só como uma instituição necessária, mas também como o espírito do Cristo – o estado do pensamento inspirado e espiritualizado – que dá vida a essa instituição e em verdade é sua essência e substância. Mesmo no nível do humano, nossa igreja não está apenas em edifícios e estruturas organizacionais, mas na consciência do Cristo manifestada e compartilhada pelos membros. O que realmente tem valor são os elementos de cura do Amor, que se encontram na igreja.

Se buscamos renovação em nossa igreja, então que seja uma renovação do amor espiritual.

Se queremos revitalização em nossa igreja, que seja uma revitalização de revigorante afeto cristão.

Se desejamos um sentimento de frescor em nossa igreja, que seja um influxo de benevolência e amor fraternal.

Se desejamos gerar um senso de renovação nas atividades de nossa igreja, é preciso haver cada vez mais consideração de uns para com os outros, e um coração generoso.

Se queremos ver ressurgir o poder de curar, que haja menos crítica destrutiva e mais gratidão e doçura. Uma espiritualidade mais terna. O Amor é a fonte de toda a vitalidade. Ele varre a discórdia. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O meio de se extrair o erro da mente mortal consiste em inundá-la com a verdade mediante torrentes de Amor” (p. 201). Essas “torrentes” podem lavar os elementos debilitantes da força de vontade, do egotismo, da mágoa, da animosidade, do desassossego, da desconfiança, dos pensamentos destrutivos. Só o Amor consegue isso. 

O que necessitamos é ver o amor como ação, não como teoria. Só assim podemos elevar nosso senso de organização, deixando atrás o quadro humano e os conflitos dos traços mortais, e adiantando-nos rumo a demonstrar relacionamentos impelidos pelo Cristo e governados espiritualmente.

Como podemos fazer isso?

Amar não significa apenas a cura esporádica em nossa igreja, mas sim o amor espiritual permeando de maneira tão completa a consciência, os objetivos e a atmosfera da igreja, que o espírito do Cristo, que cura, se faça sentir em todos os cultos e em todas as atividades, bem como na vida de cada membro.

Amar significa ser honesto – não torcer os fatos para satisfazer a nossos próprios propósitos ou dizer uma coisa enquanto pensamos o oposto. É uma forma de amar que não permite pensar o mal sobre outras pessoas, e ao mesmo tempo dar a impressão de ter boa vontade para com elas.

Amar significa separar do nosso conceito sobre outras pessoas os traços errôneos – e fazer isso por meio do método que a Ciência fornece para corrigir nosso próprio conceito a respeito de Deus e do homem. Assim repudiamos aquilo que se apresenta como erro, sabendo que o erro nada é, (pois é irreal na onipresença de Deus) e mantendo nosso sentimento de amor, como o do Cristo, em relação àquelas pessoas. Amar significa decididamente não espalhar crítica destrutiva sobre os membros (ou sobre os outros).

Amar significa ter paciência e calma uns para com os outros – não reagir de maneira temperamental. Amar também significa perdoar.

Se queremos que o amor impere, é preciso não haver grupos fechados ou “panelinhas”, e não permitir que haja mais atenção a alguns devido à posição social. Em vez disso, deve haver uma acolhida cálida, de coração aberto, e um senso de irmandade para com pessoas de outras circunstâncias sociais, econômicas e étnicas. 

Só podemos atender a essas exigências ao olharmos com o senso espiritual e enxergarmos o brilho da genuína semelhança do Cristo nas outras pessoas.

Amar significa ter gratidão por nossos membros e expressar essa gratidão. Uma pequena atenção, um pequeno encorajamento manifestado de maneira sincera, são como o azeite da viúva na história de Eliseu – ele se multiplica sem limites e nos enriquece a todos (ver 2 Reis 4:1-7).

Amar é o oposto da indiferença com relação ao nosso próximo, quando ele tem algum problema. Uma igreja que ama é uma igreja que demonstra afeto e amor para com seus membros.

Amar significa não permitir que os regulamentos nos impeçam de ser magnânimos. A consciência que cura, na semelhança do Cristo, não deve ser paralisada nem tolhida por formalidades e rituais.

Ao aplicar o amor cristão aos relacionamentos organizacionais, esse amor tem de apresentar diariamente o dom da graça que vem do Espírito, que aquece o coração tanto de quem dá quanto de quem recebe: cortesia, sensibilidade para com os outros, pensamento atencioso e gentileza.

Falando especificamente, isso deve consistir em dar aos membros das comissões da igreja todas as informações de que eles precisam para fazer seu trabalho. Isso significa não tomar decisões arbitrárias ou secretas sobre assuntos que deveriam ser apresentados a todos os membros, pois estes constituem o poder soberano sob os estatutos que governam a igreja. A cortesia deve impedir que o coordenador de uma comissão ou qualquer outro membro decida sobre assuntos ou entre em ação sem consultar a comissão; deve também impedir que se dê uma ordem contrária a uma instrução dada por outro membro, sem antes informar a pessoa que deu a ordem, mesmo que esta tenha autoridade para tanto.

É vital para uma boa organização que haja boa comunicação entre os membros. E a boa comunicação brota do amor.

Se esses elementos de consideração fraternal estiverem ausentes, a organização tende a ser dura e restritiva. Mas, ao aprender o amor espiritual que é terno e atencioso, os verdadeiros seguidores da Ciência do Cristo estão na vanguarda ao manifestar um conceito purificado de organização, que propaga os objetivos do Cristo e abençoa a todos – por meio do seu espírito cristão, em vez de por meio de mecanismos organizacionais.

O amor exige de nós coragem moral para humilde e claramente tomar uma posição firme, embora outros possam discordar e votar contra. O amor nos leva a agir de boa vontade para com as decisões que têm sentido, confiando em Deus para corrigir tudo que necessite de correção, até mesmo nossa própria atitude, e para governar a igreja. Evidentemente isso significa não guardar rancor e não permitir que nossas ações sejam motivadas por ressentimento. O Amor nos mostra como apoiar, de todo o coração, aquilo que nossa igreja, por voto democrático, decidiu fazer.

Ao decidir o que a igreja tem de fazer, é necessário em primeiro lugar amar, antes de cuidar dos assuntos administrativos. A oração significa dar ouvidos às diretrizes do Amor, não apenas orar para que o ponto de vista de uma pessoa prevaleça. Caso contrário, o triste ciclo das opiniões em conflito, a obstinação mortal e o partidarismo podem ganhar impulso.

Nenhuma questão material relativa ao edifício da igreja, por exemplo, é mais importante do que edificar a confiança e a boa vontade nos corações dos membros. Por quê? Porque o amor espiritual é a consciência divina que se manifesta; as escolhas administrativas são apenas opiniões humanas, embora sujeitas à orientação divina.

Amar inclui, por certo, o ato de recorrer à Bíblia e aos escritos de nossa Líder, não em busca de justificativas para os pontos de vistas parciais de alguém, mas sim para ouvir com humildade e deixar a Verdade liderar – com disposição para mudar, se for necessário, nossa opinião humana.

Não há nada de errado com a organização em si. Pelo contrário, nela há muita coisa correta e necessária. Quando governada por motivos e métodos espirituais, ela serve aos propósitos de Deus, como ensina nossa Líder. Quando surgem dificuldades, é porque ainda existem traços da mente mortal que até o momento ainda não foram destruídos. Mas eles podem ser controlados e eliminados por meio da Ciência da Verdade e do Amor. Na proporção em que deixamos que o Amor divino, de maneira prática, governe nossos pensamentos e ações, aquilo que aparece, no começo, apenas como pequenas gotas de aspirações cheias de amor, pode se tornar um fluxo vigoroso de impulso espiritual nos assuntos da igreja.

O sentimento de renovação na igreja começa conosco e com o irresistível poder do amor inefável de Deus, trazido à luz em demonstração.

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