É incomparável a evidência da liberdade de escolha no processo democrático sobre o qual se apoiam as decisões tomadas nas filiais das Igrejas de Cristo, Cientista. Cada membro de uma igreja da Ciência Cristã tem plena liberdade para buscar na oração e na comunhão com a fonte de toda inteligência, ou seja, em Deus, as respostas que satisfazem quanto a questões importantes. O objetivo principal na administração dos assuntos da igreja, incluindo a eleição dos que vão ocupar cargos oficiais, é encontrar a capacidade de tomar medidas que, em última análise, tanto abençoam nossa igreja, como também trazem bênçãos para nossa comunidade e, acima de tudo, promovem a cura cristã.
Quando ocorrem eleições, ou durante as assembleias da igreja, em que se tratam de assuntos administrativos, os conscienciosos membros da igreja não votam “sim” ou “não”, só porque algum outro membro assim o fez. Ao contrário, eles se esforçam para ouvir o que Deus está revelando à sua própria consciência e então obedecem à vontade de Deus da maneira mais clara com que a conseguem ver. Assim se elimina, ao tomar decisões, a possibilidade de que alguém influencie ou domine os outros sob um ponto de vista pessoal. O resultado de tal votação é, geralmente, uma decisão que abençoa a todos os envolvidos.
Mas o que fazer quando o resultado dos votos leva os membros a tomar decisão totalmente contrária àquela que achávamos que deveria ter sido a certa? Se somos sinceros em nosso amor pela ideia espiritual de Igreja, vamos nos armar de toda a humildade e, mesmo que nossos próprios sentimentos pessoais não estejam de acordo, apoiaremos a decisão, não importando nossa posição com relação à votação propriamente dita. Podemos reafirmar o amor de Deus por Sua Igreja e Seu controle sobre ela. E temos de rededicar nosso pensamento e energia para servir à igreja, enquanto continuamos a orar pela inspiração que abrirá nossos olhos, a fim de que enxerguem somente a manifestação da lei de Deus.
Ocasionalmente, acontece algo que indica que houve uma decisão errada, tomada por uma maioria de pessoas. Nesse caso, é correto e tem sentido tomar uma decisão que anule a anterior. Mas até que essa necessidade de repensar uma decisão se torne clara, precisamos orar e apoiar nossa igreja, seus membros e todas as suas atividades. Ao invés de ficar remoendo qual deveria ter sido o resultado de uma votação, podemos redobrar nossos esforços e nossa oração, para que se revele a ordem e a atividade naturalmente harmoniosas da Verdade e do Amor. Então não ficará nada de amargo na lembrança. E quando apoiamos genuína e espiritualmente as decisões da nossa igreja filial, os membros não podem cometer nenhum erro irreversível.
A autoridade da nossa oração individual, na tomada de decisões da igreja filial e no apoio a elas, se encontra nos seis fundamentos que aceitamos quando nos tornamos membros de uma igreja filial ou dA Igreja Mãe. No primeiro desses fundamentos, a Sra. Eddy declara: “Como adeptos da Verdade, tomamos a Palavra inspirada da Bíblia como nosso guia suficiente para a Vida eterna” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 497).
Quando estamos empenhados em fazer escolhas corretas, podemos ter certeza de que não pode haver nenhum fundamento mais sólido do que “a Palavra inspirada da Bíblia”! Na Bíblia, encontramos inspiração e orientação nas experiências daqueles que confiaram na direção infalível dada por Deus, e o resultado foi bom. Abraão, Moisés, Elias, Eliseu, Davi, todos constantemente se sentiam em união, em comunhão com Deus e se apoiavam nEle em busca de orientação. Sem dúvida, a vida do Mestre, Cristo Jesus, é também um exemplo incomparável que mostra como estar constantemente atento, em espírito de oração. Podemos seguir seu exemplo, com a certeza de que a “Palavra inspirada” vai se tornar clara para nós também.
Jesus falou sobre como estar corretamente atento, quando se referiu a um pastor, chamando suas ovelhas. Ele disse aos seus discípulos: “Aquele... que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. ...elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz” (João 10:2-4). Podemos aprender a ouvir essa voz, como Jesus ensinou. Também podemos ter a coragem de confiar na sabedoria que nos é revelada, e então segui-la.
Outro desses fundamentos culmina na promessa do Cientista Cristão de emular a vida de Cristo Jesus em sua própria vida. A Sra. Eddy escreve: “E solenemente prometemos ser vigilantes, e orar para haver em nós aquela Mente que havia também em Cristo Jesus; fazer aos outros o que desejamos que eles nos façam; e ser misericordiosos, justos e puros” (Ciência e saúde, p. 497). Esse fundamento é frequentemente repetido nas reuniões da igreja. Quando o objetivo espiritual dessas palavras é sentido e vivido em profundidade, nós nos tornamos naturalmente seguidores obedientes do exemplo de Jesus, dispostos a apoiar nossas igrejas, doando generosamente o nosso tempo, nossos talentos e esforços. Quando reconhecemos nossa necessidade de obedecer à Regra Áurea, que faz parte desse fundamento, é sinal de que a cura começou a ocorrer na nossa consciência. A essa altura, a cura também estará acontecendo dentro de nossa igreja, e essa cura se espalhará inevitavelmente em nossa comunidade.
A Bíblia nos diz: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo...” (Filipenses 2:14, 15).
Às vezes, há uma controvérsia muito intensa sobre algum assunto, e os ânimos ficam exaltados de ambos os lados da questão. As “murmurações e contendas” ficam muito visíveis e pode haver uma grande tentação de tomar partido por um lado, ou pelo outro. Entretanto, quanto mais controverso o tópico, mais imperativo é que nos retiremos do clamor da opinião humana e busquemos a quietude e o silêncio que nos permitirão ouvir a mensagem divina, que nos diz claramente o caminho correto a seguir. Em Provérbios lemos: “Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento, ... então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus” (Provérbios 2:1, 2, 5).
Haverá controvérsia no trabalho da igreja enquanto houver opiniões humanas. Mas, à medida que constatamos que cresce e se expande a nossa confiança no controle harmonioso que Deus mantém sobre Sua Igreja, compreendemos que podemos parar de tentar impor nossos próprios pontos de vista pessoais para que sejam adotados e aceitos. Em vez disso, podemos deixar de lado nossa própria opinião e permitir que a vontade de Deus governe.
Na verdade absoluta só existe o lado de Deus. Quanto mais espiritual for nosso pensamento, mais claramente compreenderemos esse fato espiritual e nos absteremos de tomar posição voluntariosa sobre qualquer questão, antes ou depois que a votação aconteça. Essa tranquilidade espiritual e a disposição de ouvir a vontade de Deus nos capacita a tomar as decisões certas e assim evitar controvérsias desnecessárias.
A comunidade ao nosso redor, e o mundo, necessitam urgentemente das verdades oferecidas nos cultos da Ciência Cristã. Mas os nossos esforços para oferecer essas verdades serão obstaculizados enquanto houver disputas e controvérsias dentro do quadro de membros da igreja, até que no lugar delas haja genuíno amor a Deus. Isso tem de ficar evidente em nosso amor pelos nossos semelhantes e em nosso carinho por eles, especialmente pelos membros da família da nossa igreja. Podemos começar assumindo o compromisso, cheio de amor, de apoiar nossas igrejas e as decisões de seus membros, confiando em que Deus separará o joio do trigo. Se pudermos fazer nossa própria contribuição individual em apoio a esse tipo de unidade entre os membros, nossas igrejas prosperarão e abençoarão nossas comunidades com o bem, que irradia dos efeitos sanadores da Ciência Cristã.
