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Original para a Internet

Como devemos pensar sobre nosso corpo?

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 18 de outubro de 2018


É claro que não vai ser como se o corpo fosse uma embarcação frágil e temporária, na qual parece que estamos aprisionados por um breve tempo. Paulo descreve a nobreza e a liberdade do verdadeiro existir nestas palavras: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (1 Coríntios 12:12). Mary Baker Eddy, em uma entrevista concedida a um repórter, deu esta descrição do Cristo: “Se dissermos que o sol representa Deus, então todos os seus raios coletivamente representam o Cristo, e cada um dos raios, por si só, representa homens e mulheres” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 344).

Nós temos um corpo, um só, ou seja, a identidade espiritual do homem. Essa identidade é incorpórea e existe como a expressão individual de Deus. Através das lentes da Ciência Cristã, encontramos nossa verdadeira individualidade. Então nossa compreensão aumenta e a identidade que individualiza a ideia Cristo em sua essência, forma, natureza e substância espirituais, fica gradualmente mais nítida. Os elementos que constituem o verdadeiro existir aparecem, e o senso humano de identidade, que aparenta ser matéria, ou seja, a imagem defeituosa que se encontra no pensamento mortal, começa a se colocar em sintonia com a influência divina.

Para a crença material não iluminada parece inegável o senso corpóreo que temos de nossa identidade no corpo. Mas Cristo, a Verdade, pode iluminar a consciência humana. Então se vê melhor a nossa verdadeira identidade, feita à imagem de Deus. A Epístola aos Hebreus nos diz que a fé nos traz a certeza de realidades que não vemos, e a palavra “fé”, conforme usada nesse trecho, pode ser entendida no sentido de constância, convicção (11:1, 3). Jesus deu provas da individualidade espiritual do homem quando, em sua ascensão, ele se elevou acima do último vestígio de crença corpórea, até a plena compreensão de sua filiação divina. Com certeza ele compreendeu que seu corpo real era a individualidade espiritual, pois já não havia nenhuma crença material remanescente na consciência a ser objetivada como matéria.

Será que nosso corpo parece um fardo pesado? Um senso de corpo que nos oprime como um peso é uma concepção material equivocada a respeito do corpo real, o qual é a identidade espiritual do homem. Podemos afirmar para nós mesmos com toda sinceridade: “Meu corpo real não está me sobrecarregando. Não está me afligindo com dor, nem está me tentando, nem me derrotando”. Aquilo que pareceria sobrecarregar é apenas um senso imperfeito a respeito do que nosso corpo realmente é; mas compreender que o nosso corpo real é a reflexão, ou o reflexo de Deus, a corporificação consciente de qualidades espirituais, alivia e corrige a sensação de que o corpo pesa como um fardo, sofre e fica exausto.

O corpo está com excesso de peso? Como é que você pode pesar uma ideia espiritual? Vamos orar de forma fervorosa e paciente, para nos vermos como o reflexo da Mente, como o ideal perfeito e espiritual de Deus; pois o conceito perfeito que Deus tem de nós é tudo o que realmente existe de nós. Esse é o único existir, a única existência que temos. Veja quanto você pesa na balança da compreensão espiritual, e você encontrará uma medida mais exata da substância que constitui o seu existir real como reflexo de Deus. O homem não é formado de carne insubordinada que desafia o controle inteligente. A beleza, a graça e a simetria do homem de Deus são naturais e não têm idade, pois Deus é a causa universal, fazendo com que o homem reflita eternamente Suas qualidades perfeitas. Esse reflexo é nossa verdadeira individualidade. Ao discernir isso, a Sra. Eddy escreve no livro-texto, Ciência e Saúde: “Homens e mulheres imortais são modelos do senso espiritual, traçados pela Mente perfeita, refletindo aquelas concepções mais elevadas de beleza que transcendem todo o senso material” (Ciência e Saúde, p. 247).

Em outro ponto, o livro-texto diz sobre o homem: “Ele é a ideia de Deus, ideia composta que inclui todas as ideias corretas ...” (Ibidem, p. 475). Portanto, vemos que os elementos do nosso corpo real são ideias espirituais da Mente e estão divinamente relacionados. O hipotético conceito material de corpo parece incluir muitos membros físicos simplesmente porque é uma falsificação medíocre do nosso corpo real, que é a ideia composta, incluindo todas as ideias corretas. Cada parte do corpo material é uma concepção mental equivocada, ou crença, que falsifica a ideia divina. Explicando o contraste entre crenças materiais e ideias espirituais, a Sra. Eddy diz, de novo: “Cada crença material constitui uma alusão à existência da realidade espiritual; e se os mortais aprenderem a respeito das coisas espirituais, ver-se-á que a crença material, em todas as suas manifestações, quando vista de forma inversa, é compreendida como uma indicação e uma representação de verdades de valor inestimável, eternas, e sempre ao nosso alcance” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, pp. 60–61). Cada chamado órgão físico, grande ou pequeno, é uma falsificação, mas não uma contrafação, de uma ideia da Mente que desempenha sua função útil em obediência à Mente.

Se temos receio de que algum órgão não funcione ou possa não funcionar adequadamente, se temos receio de que ele funcione mal, falhe ou obstrua o desempenho de outros órgãos, então estamos abrigando no pensamento um senso imperfeito do corpo real do homem. Por outro lado, ao reconhecer cada elemento da nossa identidade como uma ideia de Deus, os estaremos confiando sem reservas ao controle de Deus. Todos os elementos da nossa identidade existem na Mente e são sempre tributários da lei de Deus. O salmista deve ter captado um vislumbre inspirado de sua identidade espiritual como a ideia composta de Deus, quando cantou: “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda. Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles!” (Salmos 139:16, 17).

Não há um grande número de funções orgânicas, caprichosas e independentes. Há apenas um único tipo de função, espiritual, não orgânica. É a função infinita da inteligência divina que coordena todas as ideias, de acordo com a lei perfeita de Deus. Cada célula aparente, cada nervo e tecido, cada órgão, glândula, fibra e músculo, cada osso e cada articulação, é uma falsificação de uma ideia espiritual, que não se vê. No entanto, isso não quer dizer que o homem tenha órgãos espirituais, ele não tem órgãos espirituais. A esse respeito a Sra. Eddy escreve: “A Vida é inorgânica, o Espírito infinito; se a Vida ou o Espírito fossem orgânicos, a desorganização destruiria o Espírito e aniquilaria o homem “ (Miscellaneous Writings, p. 56).

Deus deu a cada ideia espiritual substância e propósito, e podemos ter certeza de que cada ideia está sempre subordinada somente a Deus. As ideias funcionam em obediência à Mente, a fim de expressar qualidades únicas essenciais ao propósito designado para cada uma delas. Para a crença mortal, essa atividade perfeita pode parecer como se fosse seu inverso, como inércia, morbidez, insubordinação ou deterioração, decorrentes da ignorância a respeito da realidade espiritual. Mas essa ignorância é apenas a suposta ausência de compreensão espiritual na qual a verdadeira atividade, vitalidade espiritual, integridade, legalidade e perfeição são refletidas no homem. O medo, a crítica, a ingratidão e o ódio não podem toldar a consciência humana e assim obscurecer a perfeição do existir, quando se compreende que Deus é a única Mente perfeita do homem. O livro-texto diz: “O homem imortal era e é a imagem ou ideia de Deus, a própria expressão infinita da Mente infinita, e o homem imortal é coexistente e coeterno com essa Mente” (Ciência e Saúde, p. 336). A partir dessa premissa, fica claro que tudo o que o homem tem, vê ou sente, tem de derivar de Deus, sua Mente genitora. Nenhum elemento de discórdia ou erro pode fazer parte da consciência divina; portanto, o homem, a reflexão, o reflexo, individual de Deus, é semelhante a Deus. A crença mortal inverte esse fato e caracteriza a matéria, enfaticamente, pela autoindulgência, sensualidade e dor; a compreensão espiritual liberta e cura por meio da demonstração da unidade do homem com Deus.

E com referência ao coração? O coração é mencionado repetidas vezes na Bíblia, para indicar estados de pensamento. Aconselham-nos, dizendo: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23). O coração, como algo que representa a verdadeira consciência, obedece ao ritmo da Vida, à pulsação do Amor, à espontaneidade da ação inteligente e sem esforço da Mente. A lei da vida irreprimível é a força estimuladora que controla o desempenho do coração. Expressões tais como coração perverso, coração temeroso, coração pesado e coração desalentado descrevem estados falsos da consciência humana, que muitas vezes estão subjacentes a doenças físicas crônicas. Esses problemas acabam cedendo a estados de pensamento mais elevados e verdadeiros que se expressam, por exemplo, como coração alegre, coração amoroso, coração grato.

Um puro e grato coração
É um jardim de amor,
No qual a graça divinal
Floresce em esplendor.
(Hinário da Ciência Cristã, 3, tradução © CSBD)

O verdadeiro senso do que é o coração não necessita de matéria para cumprir seu propósito; mas o senso humano que dele temos neste momento só será correto na medida de nossa compreensão do que é a ideia que significa o coração. Como algo que representa a consciência verdadeira, o coração está livre para funcionar, livre de restrições fisiológicas de forma, tamanho, estrutura, idade. Não precisa de marca-passo, nem de ajuda de impulsos elétricos. A verdadeira ideia, da qual o coração material é uma falsificação, funciona em obediência à Mente. A ideia permanece intacta e, desde que o original permaneça intacto em sua substância e ação, tudo tem de estar bem. Essa compreensão espiritual governa o que parece ser o coração humano. Assim, nas palavras da Bíblia: “Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus...” (Lamentações 3:41), e magnifiquemos Aquele que é a fonte de toda volição e poder.

E o que dizer sobre a ação? A ação real é a ação da Mente, uma só ação, funcionando de várias maneiras, em todo o existir individual. Essa ação é forte e vital; é incansável, inteligente e perfeita. A ação do organismo humano em todas as suas funções será mais constante e confiável à medida que compreendermos que a Mente divina é a fonte da verdadeira ação. Se, a qualquer momento, a ação se tornar desordenada, o remédio não está em drogar ou manipular a matéria, mas em nos identificarmos mais plenamente com Deus, a Mente imortal, como Sua ideia. Vista à luz da compreensão espiritual, a circulação pode ser entendida como o fluxo purificador de ideias da verdade na consciência humana, separando no pensamento aquilo que é falso daquilo que é verdadeiro, e alimentando-o com a substância do existir.

E quanto à digestão? A ciência explica que o alimento afeta o corpo humano de acordo com o que a mente humana acredita que o alimento faz; mas a Verdade alimenta o homem com o pão, a verdade, da Vida. Por meio da compreensão espiritual, a consciência individual aceita e assimila as comunicações da Mente quanto à verdade, e elas alimentam todo o sistema humano de pensamento. Visto que a Mente é a fonte da volição e da ação, a assimilação espiritual não pode ser perturbada ou interrompida; ela é controlada pela inteligência divina. A ação digestiva do organismo humano obedece à nossa compreensão da ação divina. Na medida em que a consciência for habitualmente mantida em estado de receptividade à verdade espiritual, ela estará bem nutrida e a digestão será normal.

Quando se compreende e se põe em prática essa maneira de pensar, com controle, as propriedades químicas dos alimentos não terão poder para fazer que uma pessoa fique doente, assim como não têm poder para estragar o refrigerador no qual se guardam os alimentos. Os alimentos que satisfazem nossa necessidade humana podem ser considerados, com gratidão, como representando a nutrição espiritual proporcionada pelo Amor divino, que só pode abençoar. Então, estaremos em harmonia com a nutrição e ela não pode causar desarmonia em nós.

As pessoas geralmente temem aquilo que acham que a comida poderá lhes causar. Poderíamos imaginar os filhos de Israel com medo das propriedades nutritivas do maná, alimento de que precisavam tão desesperadamente no deserto? Alguém poderia dizer: “Bem, esse foi um caso diferente. O maná que Deus providenciou no deserto foi enviado para satisfazer a necessidade deles, e não teria sentido acreditar que Deus ia mandar algo que ia fazer mal”. Imagine se as pessoas tivessem analisado o maná clinicamente e concluído que seu conteúdo químico era contrário a especificações dietéticas. Moisés poderia ter tido de lidar com uma epidemia! Felizmente, ninguém havia ensinado essa gente a ter medo do que Deus havia providenciado para ela.

O mau funcionamento do organismo, indigestão, constipação, inação, são frequentemente os fenômenos do pensamento centrado na matéria, um estado lento de medo, centrado em si mesmo. Mas esse não pode ser o estado da Vida divina que o homem reflete. Nenhum elemento do verdadeiro existir do homem pode teimosamente se recusar a desempenhar sua função natural em obediência à suave lei do Amor. Deus governa tudo. A Verdade flui, o Amor abre o caminho, a Mente dirige e o Espírito é a essência do existir.

Todos os elementos que constituem a verdadeira identidade e o existir do homem estão divinamente relacionados e coordenados de acordo com o padrão individual de Deus. No exato ponto em que o corpo material parece estar, ali mesmo está a realidade espiritual de nosso verdadeiro corpo em sua forma, função e substância perfeitas, para ser reconhecido por meio da nossa compreensão do Cristo. Essa verdade é uma lei para o nosso senso humano de corpo na medida em que o Cristo governa a consciência. A harmonia do existir espiritual permeia a experiência humana na proporção em que nosso pensamento é semelhante ao do Cristo. É o propósito da Ciência Cristã elevar a consciência para ser semelhante à do Cristo, e a cura vem quando o pensamento cede humildemente ao Cristo, a verdadeira ideia de Deus e do homem.

Quando o vento sopra sobre a superfície de um lago congelado, não se formam ondas; mas quando o gelo derrete, a água se move. Assim também com a consciência humana, ela deve ser fluida ao toque da Verdade. Onde quer que haja receptividade à ação corretiva do Cristo, a consciência é elevada a uma saúde melhor e maior liberdade. A verdade que ilumina nossa maneira de pensar é o poder de Deus que regenera nosso pensamento a respeito do corpo. Então, o senso humano de corpo fica diretamente subordinado ao poder da Verdade. Aquilo que vemos como órgãos materiais são formações do pensamento mortal; e à medida que a verdade governa a consciência humana, ela age como uma lei de harmonia para o nosso pensamento sobre os órgãos ou sobre qualquer parte do organismo humano. Nosso conceito de corpo sempre responderá ao Cristo na consciência. A Ciência Cristã, revelando nossa identidade à semelhança de Deus, começa suavemente a dissipar o medo e a corrigir nosso senso de corpo, ali mesmo onde nos encontramos. Primeiro, ela pode corrigir uma crença teimosa com uma ideia esclarecida, que é um passo em direção a maior liberdade. À medida que a crença melhora, a tensão relaxa e a função melhora. A crença passa a ser fé e a fé passa a ser compreensão até que, sob a terna orientação do Amor divino, o senso mortal de corpo é transformado, e a identidade espiritual aparece como a única individualidade verdadeira do homem.

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