Estudo no ensino médio e espero o ano todo pela temporada de futebol na escola. Aqui na Califórnia, jogamos futebol durante o inverno porque não temos neve nem temperaturas baixas que nos impeçam de jogar ao ar livre. É sempre divertido estar com meus amigos, compartilhando o amor que temos pelo esporte.
No início da temporada, no ano passado, nossa equipe não estava tendo um bom desempenho. No ano anterior, havíamos sido os favoritos para ganhar o campeonato da liga; mas, nessa nova temporada, não éramos sequer vistos como competidores em potencial. Ao longo dos jogos, minha equipe superou muitos obstáculos. No entanto, ainda faltava algo. Os dois atacantes do time (outro jogador e eu) estávamos jogando bem, criávamos muitas oportunidades para os outros jogadores, mas mesmo assim não conseguíamos marcar nenhum gol.
No começo, o fato não parecia nada demais. Porém, à medida que o campeonato avançava, isso começou a causar sérios problemas no time. Os jogadores todos estavam chateados, e eu e o outro atacante estávamos mais ainda. Começamos a fazer uma severa autocrítica e a nos culpar. Essa atitude condenatória nos desconcentrava e bloqueava a nossa capacidade de jogar bem. Parecia que cada vez que perdíamos uma oportunidade, durante um jogo, achávamos que a culpa era toda nossa. Com essa atitude, ficava quase impossível fazer gol, quando se apresentava outra oportunidade. Estávamos emaranhados em um ciclo de autocondenação e culpa.
Essa autocondenação continuou a piorar até que um dia eu decidi conversar sobre isso com meu professor da Escola Dominical da Ciência Cristã. Antes disso, eu sempre lhe contava o quanto gostava de futebol e de jogar com meus amigos. Então, quando eu lhe disse que ficava muito irritado em campo, ele me lembrou do quanto eu amava jogar. Ele me explicou que estar em campo não tinha nada a ver com meu time, ou com tentar derrotar a outra equipe; mas tinha tudo a ver com duas equipes que expressavam a Deus. Minha "tarefa de casa" da Escola Dominical, naquela semana, seria reconhecer todas as qualidades espirituais que meus colegas de time e eu expressaríamos durante nossa próxima partida, e saber que Deus era a fonte dessas qualidades.
Quando chegou a partida seguinte, nada parecia ter mudado. O humor da turma não estava nada bom. Mas assim que o jogo começou, comecei a fazer o que meu professor havia sugerido. Quando um jogador chutava a bola super longe, imediatamente eu pensava em como isso era uma expressão da força de Deus. Eu também reconhecia nas jogadas a manifestação da inteligência da Mente em ação. Pude perceber o Amor divino expressando-se na clara e solidária interação entre os jogadores. Ao fazer isso, toda a minha perspectiva mudou — sobre mim, sobre meu time e até mesmo sobre os jogadores da outra equipe. Comecei a me sentir muito melhor enquanto jogava e notei uma mudança na atitude dos meus companheiros também, com relação ao jogo.
No decorrer dos jogos seguintes, não só a nossa equipe teve uma mudança completa de atitude, mas também começamos a jogar muito melhor. Se cometíamos um erro ou perdíamos uma oportunidade, o outro atacante e eu superávamos rapidamente, e íamos em frente, com alegria pelo jogo e pela capacidade de jogar. Os jogos tornaram-se muito menos centrados no ego e muito mais centrados em Deus.
No final da temporada, todos os jogadores da equipe estavam satisfeitos com a forma como o torneio acabou, e até conseguimos uma classificação muito melhor do que a maioria das pessoas da liga esperava de nós. Mas a maior lição para mim foi o entendimento de que concentrar-nos em erros não nos faz progredir, mas alcançamos o progresso quando nos concentramos em expressar a Deus.
