Ao longo da minha vida, sempre achei que as respostas mais satisfatórias, e também as curas, tinham vindo com meu humilde desejo de aprender mais a respeito de Deus. Assim, quando comecei a me sentir mal na semana anterior ao Natal do ano passado, voltei-me a Deus em oração, para me curar. Após alguns dias, porém, não podia mais ir trabalhar. Os sintomas pareciam estar se agravando, e achei que precisava de mais ajuda. Com o Natal se aproximando, eu desejava sentir-me melhor! Eu tinha vários compromissos, e o mais importante deles era meu trabalho como enfermeira da Ciência Cristã. Eu estava escalada para trabalhar na semana do Natal.
Certa manhã, depois de orar em silêncio, ocorreu-me a ideia de ligar para uma determinada Praticista da Ciência Cristã, para que orasse por mim. Eu nunca lhe tinha pedido ajuda, e por um momento fiquei receosa ante a ideia de ligar para alguém pela primeira vez e pedir que me ajudasse, quando eu estava me sentindo pior do que nunca. Mas fazia alguns anos que eu estava orando para aprender que a cada vez que pedimos a um companheiro, membro da nossa igreja, para orar por nós, Deus atende às necessidades de ambos, e nos guia a sermos uma bênção um para o outro. A pessoalidade não toma parte nessa sagrada atividade de cura. Quando escutamos a Deus, o único verdadeiro sanador, somos guiados de acordo com Ele, e receptivos às verdades inspiradoras.
Assim que a praticista atendeu à ligação, senti profundamente o Amor divino, Deus, presente comigo. As ideias compartilhadas naqueles poucos momentos iniciais verdadeiramente me impactaram.
Eu vinha lendo a Lição Bíblica Semanal, que é composta de trechos da Bíblia e de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. E como era a semana do Natal, a Lição incluía a história do nascimento de Jesus. Tenho de admitir que eu lia a história com um senso de familiaridade monótona. Inconscientemente eu havia aceitado o pensamento de que a história não tinha pujança nem vitalidade, e não me dava um senso renovado de inspiração.
Mas a primeira coisa que a praticista mencionou para mim foi o inspirador exemplo dado por Maria, a mãe de Jesus. A admiração e o amor da praticista pela história do Natal eram tão evidentes que, mesmo por telefone, pude senti-los. E me despertaram do modo apático como eu via essa história notável e suas importantes lições espirituais.
A praticista falou especialmente deste trecho de Ciência e Saúde: “Jesus foi o progênito da própria consciência que Maria tinha de sua comunhão com Deus” (p. 29–30). Quanta pureza de pensamento e quanta humildade e expectativa Maria deve ter sentido, quando recebeu de Deus a mensagem angelical de que ela daria à luz o filho de Deus, Jesus, que cumpriu a prometida vinda do Cristo à terra, para a humanidade inteira. A concepção espiritual que Maria teve daquilo que havia sido prometido, e a sagrada comunhão dela com Deus, abriram o caminho para o nascimento do menino Jesus.
À medida que eu estudava a história do Natal, na Bíblia, crescia meu apreço por Maria. Comecei a sentir um delicado, mas profundo e abrangente amor pelo pensamento que essa jovem mãe expressava. Também passei a valorizar minha própria capacidade de entender e demonstrar o Cristo por meio de minha silenciosa comunhão com Deus. Também eu podia expressar suave expectativa, calma e alegria, enquanto testemunhava a presença do Cristo a se desdobrar em minha vida.
Encontrei um novo significado em cada um dos participantes da história do Natal. A obediência e a confiança dos pastores me ensinaram a seguir cada ideia que eu recebia de Deus durante minhas orações. A clareza de propósito dos magos, seu amor pela criança que representava o Cristo, me ensinaram a declarar e defender com devoção a verdade da presença e do valor de Deus em minha vida. Com a doce humildade de José, dando apoio a Maria em meio à desconfiança e ódio do mundo para com a ideia pura do nascimento de Cristo Jesus, aprendi a resguardar mentalmente minha convicção de que a cura cristã científica é certa e segura.
Ajudada pelas orações da praticista, continuei a considerar as qualidades e motivos do exemplo de cada um dos integrantes do relato do Natal. A humildade, a pureza, a proteção, a confiança, a esperança e a obediência se tornaram minhas preciosas companhias na época natalina. Comecei a sentir a proximidade e ininterrupta presença de Deus. Aquelas lições se tornaram tão importantes para mim, que eu não mais me preocupei se estava me sentindo doente ou não. À medida que me tornei consciente apenas do bem se desenvolvendo em meu pensamento, dissipou-se a questão da minha saúde. Claro que comecei a me sentir melhor a cada dia, até que uma manhã acordei completamente bem.
Voltei ao trabalho, participei com alegria das reuniões com familiares, e continuei a sentir um afeto profundo e a proximidade da ideia-Cristo, ao longo das festividades natalinas.
Durante aquela semana, enquanto eu orava silenciosamente, trabalhava, ou me reunia com meus familiares, muitas vezes este pequeno verso de um lindo hino da Ciência Cristã me vinha ao pensamento: “O Cristo reinará” (Phillips Brooks, Hinário da Ciência Cristã, 222, trad. © CSBD). Fui tomada de surpresa por essa última linha do hino, que começa assim: “Ó tu, aldeia de Belém”. Embora eu nunca tivesse pensado muito nesse hino, ele me surgiu dessa vez como uma clara e direta mensagem angelical. Cada vez que pensava nele, eu parava para acolher o Cristo em meu coração. Eu me rejubilava em saber que o Cristo está entre nós, e “onde humildade houver, o Cristo reinará”.
Sou eternamente grata por essas lições de Natal que aprendi, e pelo carinho constante que sinto pela história do Natal. Nunca mais vou subestimá-la, nem sua eterna mensagem de cura.
Shannon Nordling
São Francisco, Califórnia, EUA
