A paternidade de Deus sempre significou muito para mim durante toda a minha vida — no Dia dos Pais e em todos os outros dias.
Nasci em Buenos Aires, Argentina, e nosso lar não era nem um pouco feliz. Meu pai foi embora quando eu era bem pequena e ficamos praticamente sem nada.
Não muito tempo depois de ele ter sumido, minha mãe começou a frequentar uma Igreja de Cristo, Cientista, em Buenos Aires, e eu e minha irmã nos matriculamos na Escola Dominical da Ciência Cristã. Uma das minhas primeiras lembranças foi a descoberta de que Deus é o Pai e a Mãe de cada um de nós, que somos os filhos amados desse Pai-Mãe todo-amoroso. Um versículo da Bíblia acabou se tornando um dos meus textos favoritos: “Não temos nós todos o mesmo Pai? ...” (Malaquias 2:10).
Foi uma alegria saber que nosso Pai celestial não nos desaponta nem nos abandona, não nos desampara nem nos deixa sozinhos, mas está sempre conosco, nos amando e nos protegendo de qualquer dano. Alguns desses conceitos estão expressos em um poema de Mary Baker Eddy, o qual memorizei quando criança. É um poema para crianças pequenas, e que me trazia conforto e me dava confiança:
Pai-Mãe Deus,
Que por mim tens amor,
Protege-me quando eu durmo;
Guia meus pezinhos
Para o alto, para Ti.
(Poems[Poemas], p. 69)
Embora nossa família tenha enfrentado muitos desafios depois de meu pai ter saído de casa, nossas necessidades foram satisfeitas ao recorremos ao nosso Pai-Mãe em oração, reconhecendo Sua bondade e confiando em Seu suprimento. Parte da resposta à pergunta “O que é o homem?”, a qual consta de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,de Mary Baker Eddy, diz que o homem é “...a ideia de Deus, ideia composta que inclui todas as ideias corretas...” (p. 475). Isso significava para mim que eu podia sentir a paternidade na minha vida por meio das qualidades de coragem, força, segurança, apoio, proteção, entre outras, porque essas qualidades fazem parte da identidade de cada pessoa como ideia de Deus.
Alguns versículos da Bíblia no livro de Mateus também foram muito úteis. Eles descrevem um diálogo entre Jesus e seus discípulos. “Falava ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar-lhe. E alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar-te. Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (12:46–50).
Para mim, isso significa que podemos amar muito a nossa família, e também perceber um senso maior de família, porque somos todos filhos do nosso infinito Pai-Mãe. Nossa verdadeira identidade tem sua fonte nesse glorioso fato divino.
