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Original para a Internet

Um revigorante vislumbre sobre o significado do Espírito

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 29 de agosto de 2019


Gosto de refletir e orar com frequência com os sete sinônimos de Deus, os quais Mary Baker Eddy compilou a partir de seu estudo da Bíblia e delineou no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: a Mente, o Espírito, a Alma, o Princípio, a Vida, a Verdade e o Amor. Por exemplo, gosto de pensar no fato de que somos o reflexo da Mente, expressando a inteligência, a sabedoria e a percepção divinas. Da mesma forma, sei que, como o reflexo da Alma, manifestamos harmonia, beleza e graça. Também gosto de pensar sobre os outros sinônimos de Deus, que refletimos por sermos Sua imagem e semelhança. No entanto, quando se tratava do Espírito, devo dizer que por muito tempo minhas preces pareciam se chocar contra uma parede.

Meu processo de pensamento a respeito do Espírito costumava ser algo mais ou menos assim: “Nós refletimos a Deus, que é o Espírito. Portanto, não estamos sujeitos às condições da matéria (o oposto do Espírito), tais como: clima, tempo, idade, espaço ou quaisquer outras supostas leis físicas, materiais”. Eu me contentava em orar assim até que houve a Assembleia Anual dA Igreja Mãe de 2017, que tinha como tema esta frase do nosso livro-texto: “Sintamos a energia divina do Espírito, que nos traz a uma vida nova...” (Ciência e Saúde, p. 249). Mas, depois dessa assembleia, fui impelida a me aprofundar no estudo do significado do Espírito.   

Lembro-me de sempre ter gostado dessa frase de Ciência e Saúde. Eu a havia sublinhado, memorizado e a citava com frequência. Mas quando ela se tornou o tema da Assembleia Anual, passei a me perguntar se eu realmente a compreendia. Ou será que eu apenas gostava do som das palavras? Verdade seja dita, eu ainda precisava compreender um pouco melhor esse tema.

Compreendi que eu estava definindo o Espírito principalmente como o oposto da matéria. Embora isso seja verdade, essa definição, em seus próprios termos, me dava apenas uma compreensão limitada do Espírito. Não costumamos definir a luz como o oposto da escuridão. Há muito mais que podemos falar sobre a luz, do que simplesmente isso. Da mesma forma, o Espírito não pode ser compreendido de forma plena, se meramente pensamos sobre o Espírito, que é a luz divina, simplesmente como o oposto da matéria. O Espírito é muito mais do que isso: o Espírito é a única substância real do existir e está repleto de sua própria vitalidade. Eu queria ir mais fundo e encontrar a verdadeira substância do Espírito.

Logo depois da Assembleia Anual, deparei-me com esta frase em Ciência e Saúde: “O Espírito é simbolizado pela força, presença e poder, e também por pensamentos sagrados, alados de Amor” (p. 512). Essa frase continha a chave para a minha crescente compreensão acerca do que o Espírito é e faz. De maneira inesperada, deparei-me com mais ajuda para essa crescente compreensão.

Costumo fazer longas caminhadas ou passeios de bicicleta para refletir e orar e, depois da Assembleia Anual, fiz muitas caminhadas e passeios para refletir melhor sobre a força, a presença, o poder e a energia divina do Espírito. Um dia, o ar do verão estava tão denso com o calor muito forte, que me senti tentada a ficar em casa em vez de sair para caminhar. Mas lembrei-me de que uma ciclovia que eu gosto muito de usar começa em um bosque e depois chega até um rio. Quando cheguei ao rio naquela manhã, senti uma brisa refrescante no ar, onde momentos antes não havia nenhuma brisa. Os pássaros faziam voos rasantes e cantavam. A água corria apressada, os peixes saltavam, as tartarugas surgiam na superfície das águas e os patos alisavam as penas. Eu até notei uma diferença marcante na atividade da ciclovia. O pedalar lento e metódico deu lugar a expressões de alegria e alívio. As crianças, habitualmente lentas, pulavam e corriam; os adultos, felizes, davam risadas.

Compreendi que “a energia divina do Espírito” faz com que nos movamos livremente como aquele rio. Quando oro para curar alguma dificuldade, o quadro material pode parecer opressivo e estagnado como o ar denso do verão. Pode parecer aos cinco sentidos materiais que nada está acontecendo e que as coisas nunca mudarão. Como em um dia quente, posso ser tentada a ficar exatamente onde estou, mental e letargicamente, contente em me conformar com o estado das coisas nesse momento, desistindo da possibilidade de cura completa.

Mas, quando me comprometo a não responder ao testemunho estagnado do senso material e a me voltar para Deus, que é o Espírito divino, reconhecendo que sou feita à Sua imagem e semelhança, e, portanto, espiritual e não material, então o pensamento se reanima e se eleva espiritualmente. Onde o senso material talvez alegue um quadro sem esperança, o senso espiritual reconhece a força, a presença e o poder divinos do Espírito. O senso espiritual defende o movimento, a vitalidade e o entusiasmo, e nos permite realmente sentir a energia divina do Espírito e a renovação que isso traz, despertando-nos para a nossa verdadeira identidade como o reflexo espiritual de Deus. O sonho do pensamento estagnado e sem inspiração é então interrompido e o crescimento e o progresso espirituais começam a acontecer. Reconhecemos nossa unidade e plenitude no Espírito, Deus. A cura é então um resultado natural.

O Evangelho de João conta a história de um homem paralítico que permanecia deitado junto ao tanque de Betesda, esperando que um anjo agitasse a água (5:1–9). O homem estava enfermo havia 38 anos e fazia muito tempo esperava ser o primeiro a entrar na água depois que o anjo a agitasse, para que pudesse ser curado. Quando Cristo Jesus lhe perguntou: “Queres ser curado?”, o pobre homem explicou sua situação ― o problema é que alguém sempre descia antes dele quando a água era agitada. Jesus, em vez de reconhecer as aparentes limitações do homem ou suas parcas probabilidades de cura, exigiu algo dele: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”. E foi o que esse homem fez.

Talvez Jesus estivesse chamando o homem para que ele substituísse seus pensamentos, ou seja, pensamentos que diziam que ele era um homem mortal com dificuldades, por pensamentos que tinham um ponto de vista espiritual elevado. Quando ele fez isso, passou a desfrutar de toda a força, o poder, a presença e a energia do Espírito, os quais eram refletidos em sua verdadeira natureza como a imagem e semelhança espiritual de Deus.

Mais tarde naquele ano, aprendi mais a respeito do Espírito e de como a compreensão espiritual cura. Meu marido e eu estávamos fazendo um cruzeiro fluvial na Europa. Fazíamos caminhadas ou trilhas de 16 a 20 quilômetros todos os dias. Mas, desde o início da viagem, eu estivera lidando com vários desafios físicos, incluindo uma afta dolorosa na boca, um forte resfriado e sintomas de infecção urinária. Como havíamos planejado a viagem havia mais de um ano, achei que não participar das atividades diárias estava fora de cogitação. Todavia, a única maneira que eu conseguia participar das atividades diurnas era indo para a cama logo após o jantar todas as noites. Antes de adormecer, eu passava algum tempo recorrendo a Deus em oração, mas é claro que alguma coisa precisava mudar.

Certo dia eu disse ao meu marido para ele prosseguir com o planejado passeio a pé, mas que eu participaria da atividade alternativa, que seria um passeio de bicicleta ao longo do rio Danúbio. Apenas três outras pessoas apareceram para esse passeio de bicicleta, todas com diferentes graus de experiência em ciclismo, por isso ficamos bastante espalhados entre nossos dois guias. Usei esse tempo de solidão e tranquilidade para refletir sobre o quanto eu tinha de ser grata por essa viagem. Também refleti sobre a presença e o poder infinitos de Deus, dando-me força, vitalidade, saúde e energia. Decidi ver e sentir isso em minha experiência de maneira prática e tangível.

A certa altura, notei que um dos ciclistas estava passando por um momento difícil. Meu marido e eu o havíamos conhecido algumas noites antes e soubemos que ele era pastor aposentado. Nós gostávamos de conversar e ele nos havia dito que tinha respeito pela Ciência Cristã. Então, quando o nosso pequeno grupo de ciclistas parou para atravessar uma ponte, eu fiquei para trás para ver como aquele querido amigo estava passando. Ele achava que havia cometido um erro ao participar desse passeio e estava lutando com um problema físico. Sabendo que ele conhecia bem a Bíblia, mencionei vários Salmos. Então, continuamos nosso passeio, e o grupo naturalmente se espalhou de novo. Senti-me renovada em meu compromisso de conhecer e sentir a força revigorante, a presença tangível, a energia inalterada e o poder de cura do Espírito. Também aceitei o fato de que todos podem fazer isso.

Quando nosso grupo se reuniu novamente, eu mencionei este versículo bíblico: “...tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). O pastor me agradeceu profusamente e me contou o quanto aquilo que eu havia dito antes o estava ajudando. Em seguida, o grupo continuou o passeio de novo e eu voltei aos meus pensamentos sobre o Espírito. Pensei em como as poderosas verdades a respeito do Espírito não ajudam apenas uma pessoa; nosso reconhecimento do Espírito eleva todos ao nosso redor, exatamente como um rio fluindo na vazante traz consigo tudo o que há nele.

No final do passeio, esse senhor me agradeceu novamente. Durante o resto do cruzeiro, sempre que o víamos, ele mencionava o quanto estava grato pelo meu apoio.

No dia seguinte, enquanto passeávamos por Viena, senti uma dor lancinante, como nunca havia sentido antes. Fiquei imaginando que eu nem conseguiria voltar ao navio. Encorajada por minhas orações e pelas experiências do dia anterior, e também sabendo que meu marido estava me apoiando com suas orações, consegui voltar ao navio. Uma mudança física ocorreu logo depois, trazendo muito alívio, e pela primeira vez pude participar do evento noturno após o jantar naquela noite ― e continuei assim todas as noites a partir de então. A afta em minha boca e o resfriado desapareceram, e os outros sintomas cederam de forma significativa, levando à cura total um pouco depois, durante a viagem.

A minha lembrança favorita daquele cruzeiro é o tempo que passei orando com as ideias sobre o Espírito, enquanto andava de bicicleta ao longo do Danúbio. Além de ter sido um ponto decisivo e a base para que eu vivenciasse a cura, isso também me proporcionou o privilégio de ver os resultados tangíveis por tornar universal a oração, quando meu companheiro de viagem superou o medo e a limitação.

Pensar no Espírito como sendo semelhante a um rio revigorante, sempre fluindo e seguindo em frente em um dia quente de verão, ajudou-me a aprofundar minha compreensão do Espírito. Para mim, só saber que nenhuma condição mortal ou material tem poder para nos influenciar, nos criar ou nos destruir como a imagem ou o reflexo do Espírito divino, não havia sido suficiente. Eu passei, em termos positivos, a compreender mais a respeito da força, do poder, da presença e da energia renovadora do Espírito. Apesar do relato dos sentidos materiais, podemos sempre escolher ser testemunhas da vitalidade, renovação e força espiritual que refletimos por sermos feitos à imagem do Espírito.

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