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Original para a Internet

O suprimento de Deus e o lançar da rede nas águas profundas

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 28 de setembro de 2020


Simão, Tiago e João eram sócios na atividade da pesca. No Evangelho de Lucas, lemos o relato de uma ocasião em que eles haviam trabalhado muito — a noite toda — mas a técnica humana, o talento, a experiência e a extrema dedicação ao trabalho não haviam dado resultado. Refletindo sobre esse relato em termos do atual empreendedorismo, podemos dizer que os peixes eram o produto; os barcos eram o capital; o mar, a localização; Simão era o gerente; e os outros constituíam sua equipe. Teoricamente, todos os elementos para o bom êxito do empreendimento estavam a postos, mas a empresa dos futuros discípulos estava indo mal. Eles não haviam pescado nada, haviam dado o melhor de si, mas sem resultado. Naquele momento, talvez estivessem deprimidos, estressados ou exaustos. Qual seria a solução? Mais treinamento? Um novo produto? Modernizar o equipamento? Redução de pessoal? Fechar as portas?

Cristo Jesus, compreendendo a natureza e a fonte divina da verdadeira substância, entrou em cena, captou o pensamento dos futuros discípulos e orientou-os sobre como agir. Lemos na Bíblia: “[Jesus] disse a Simão: Faze-te ao largo e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique” (Lucas 5:4–7). 

É interessante notar que, embora os elementos básicos do empreendimento fossem ainda os mesmos — a gestão, o produto, a equipe e a localização — o negócio foi bem sucedido quando a iluminação e salvação do Cristo, a Verdade, que Jesus manifestava, foram aplicadas ao problema, ocasionando uma mudança de pensamento. A diferença ficou evidente, quando os empresários se dispuseram a deixar de lado o desânimo e o raciocínio humano, e seguiram a instrução de Jesus de fazer-se “ao largo”, onde as águas são mais profundas — ou seja, ampliar e aprofundar o pensamento. Ampliar e aprofundar — sair do raciocínio humano comum, frágil ou superficial, e ir para as profundezas puras do pensamento espiritual. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy declara: “Temos de examinar profundamente o que é real, em vez de aceitar apenas o senso exterior das coisas” (p. 129). O profundo pensamento espiritual é aquilo de que mais necessitamos para enfrentar com êxito a agressiva ameaça da crise financeira que nos impediria de ir atrás de aspirações e objetivos dignos.

Ao examinar profundamente o que é real, é bom fazer uma pausa e perguntar a si mesmo: “De onde acredito que venha o meu suprimento?” Vem do meu salário? Vem do meu marido ou do trabalho dele, vem da minha esposa ou do trabalho dela? Depende do sucesso da minha empresa? O suprimento vem de uma pensão, de fundos de investimento, ações, ou títulos de alto rendimento? O suprimento provém de uma herança? Ou depende de quantos clientes ou pacientes eu tenho? 

Por mais que essas coisas pareçam ser as verdadeiras fontes do nosso suprimento, isso não é verdade. Elas podem ser meios úteis e adequados para vermos a evidência do suprimento de Deus, mas não são a fonte em si. Em suma, o suprimento não vem das águas rasas do materialismo. Não vem de estratégias, nem mesmo da capacidade humana de economizar. Quando nos lançamos “ao largo”, na realidade espiritual, constatamos que todo o bem, toda a substância, vem de Deus, que é a Mente infinita. Deus é consciente de Sua própria infinitude. O homem, como reflexo espiritual de Deus, só tem consciência do existir infinito, sem restrições, e não pode estar separado do suprimento de Deus. Nem a Mente infinita, nem sua expressão, o homem, conhecem limitação, estresse ou uma vida cheia de estorvos. E visto que o homem é espiritual, seu suprimento tem base espiritual.

Assim como o sol brilha, assim o suprimento infinito é continuamente transmitido de Deus ao homem. O suprimento, na realidade, é constituído de pensamentos e ideias de Deus, os quais não podem ser bloqueados, restringidos nem desvalorizados de modo algum. Diferentemente da variabilidade da economia humana, o fluir das ideias do Espírito não sofre variação, ou atrasos, nem está sujeito a ciclos.

Para discernir e demonstrar essas verdades, é necessário que abandonemos os velhos hábitos mentais, até mesmo aqueles pensamentos que seguem a mentalidade da família, da empresa ou da comunidade. Requer-se um novo estado de alerta, para discernir as sugestões de limitação, e temos de ter a disposição para rejeitar ativa e constantemente tais pensamentos, por não serem legítimos, pois não vêm de Deus. Às vezes, em face de circunstâncias extremas, é preciso que nos rendamos, de todo o coração, à verdade fundamental de que tudo é a Mente irrestrita e infinita e sua expressão ilimitada. O “fazer-se ao largo” mentalmente cura inúmeros temores e pressões de ordem financeira. Também cura a tendência a ficar ruminando situações passadas, quando pareceu haver uma carência muito grande. O fato espiritual é que Deus nunca conheceu uma condição de limitação ou pobreza. Os tempos de aparente insuficiência nada mais foram do que a manifestação do pensamento humano mesmerizado.

É o Cristo que nos dá a capacidade de ver para além desse mesmerismo. O Cristo salvador, revelando a verdade de Deus à consciência humana, nos desperta para as oportunidades que já estão ao nosso alcance. O Cristo dissipa o medo intenso e destrói as sólidas convicções do pensamento tradicional, que racionalizam e confirmam a falta de recursos.

Em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, a Sra. Eddy declara: “Deus te dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, te dão o suprimento diário” (p. 307). As ideias de Deus fluem constantemente, trazendo inspiração, conforto, força, discernimento. Suas ideias nos levam a maneiras de abençoar outras pessoas, de expressar mais criatividade e produtividade. É o magnetismo animal, a suposta atração do pensamento materialista, que nos faz acreditar que não tenhamos a capacidade de perceber as ideias de Deus. Por meio da oração, podemos ter a certeza de que Deus não apenas transmite Suas ideias e pensamentos libertadores, mas também enche nosso coração de energia, sabedoria e amor, para colocar em prática essas ideias e intuições. Ele nos infunde a motivação, o desejo e a força para levá-las a efeito.

Compreender a abundância de Deus que está sempre à nossa disposição não significa, contudo, que devamos sair esbanjando. Não é carta branca para extravagâncias nem para irresponsabilidade fiscal ou ambiental. Também não nos permite sermos arrogantes ou exclusivistas. Esses elementos do pensamento mortal acabam sendo destrutivos. Pelo contrário, lançar a rede em águas profundas exige que cultivemos a humildade e a habilidade de gerenciar nossos recursos com sabedoria, principalmente nossos recursos mentais. É essencial, portanto, que compreendamos a diferença entre gastar e investir.

Se gastamos, damos o dinheiro e não esperamos recebê-lo de volta. Não temos nenhum retorno. Quando fazemos um investimento, esperamos obter lucro. Um pensamento-despesa não dá retorno. Um pensamento que é um bom investimento nos dá um bom lucro.

Então, quais são os pensamentos-despesas? Ficar ruminando o passado, preocupar-se com o futuro, pensamentos de inveja, ressentimento, fofoca, culpa — esses pensamentos são despesas porque nos impedem de percebermos as ideias espirituais de Deus. Não dão nenhum retorno positivo. Pensamentos de perdão e de esperança, pensamentos puros e fundamentados no Cristo — esses são investimentos que nos trazem um bom lucro.

Precisamos verificar nossa maneira de pensar. É possível que fiquemos surpresos ao constatar quão dispendioso é nosso pensamento! O que é que não podemos custear? Não podemos nos dar ao luxo de procurar entretenimento nos pensamentos sensuais ou violentos. Esse tipo de pensamento custa muito. A justificação do ego, a obstinação, a condenação, o orgulho e o egoísmo são caros demais. Não podemos nos permitir desperdiçar recursos com o medo, ou seja, a expectativa do mal. O medo não é produtivo, é absurdamente caro. Estamos usando nossos recursos mentais em gastos ou em investimentos?

A Bíblia nos pede que ocupemos nosso pensamento com “...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama” (Filipenses 4:8). Por quê? Porque esse é um bom investimento.

Um investimento que sempre traz bom retorno é a espiritualização, a purificação do pensamento. Com relação a isso, às vezes as pessoas se privam do tratamento pela Ciência Cristã, o meio espiritual que lhes traz a cura. Por meio desse tratamento, o pensamento é em certo grau purificado e a vida é abençoada. É claro que é sempre apropriado, e sinal de progresso, que as pessoas apliquem as leis de Deus e orem por si mesmas. Às vezes, contudo, elas não pedem a ajuda espiritual de outra pessoa, quando precisam de ajuda para espiritualizar seus pensamentos, porque acreditam que não têm condições de pagar. As limitações financeiras nunca devem impedir alguém de obter a ajuda de que precisa, seja de um enfermeiro ou de um Praticista da Ciência Cristã. Sempre podemos nos permitir o crescimento espiritual. Ele não esgota nossos recursos, mas nos enriquece. Pense nas coisas que não podemos nos permitir: apatia, estagnação, procrastinação com o erro e mesmerismo continuado.

Um empresário que conheço descobriu o bom retorno que é possível obter ao investir adequadamente os pensamentos. Ele tinha uma empresa que estava passando por dificuldades financeiras e não tinha suficiente movimento. Depois de pedir a um praticista o tratamento pela Ciência Cristã, ele disse que “enfrentou de uma vez por todas a mentira da falta de dinheiro”. E continuou: “Conversei com Deus mentalmente e até em voz alta, dizendo-Lhe que eu sabia que Ele sempre ouve minhas orações. Disse-Lhe que sabia, com toda a certeza, que Ele é tudo o que existe e que o Seu plano para mim não incluía nenhuma forma de pobreza ou insuficiência”.

O homem, então, começou a fazer bons investimentos com seus recursos mentais. Ele explicou: “Expressei gratidão por todas as inúmeras evidências do bem de Deus que eu já havia vivenciado, incluindo minha esposa, meu filho, minha carreira e as muitas curas que tive. Meu foco foi na gratidão. Quanto mais agradecia, mais via que eu estava livre da dificuldade financeira. As preocupações com o futuro começaram a se dissipar e tornei-me uma pessoa calma, sempre na expectativa do bem”.

Em pouco tempo, começou a receber telefonemas de antigos clientes e novos clientes em potencial. Sua empresa continuou a prosperar. Ele levou o pensamento às águas mais profundas, por assim dizer, obteve um senso mais amplo do que realmente significa suprimento e investiu os pensamentos com sabedoria. Cortou o pensamento dispendioso e deu seu consentimento ao fato de que Deus é a fonte abundante de todo o bem.

Quando Simão lançou a rede “ao largo”, não pegou apenas uma quantidade pequena, a pesca foi superabundante. As redes estavam repletas. Jesus tratou o medo desse pescador e mudou todo o rumo de sua vida. Quando Simão se dispôs a abandonar tudo — todos os objetivos e pensamentos materialistas — e colocou sua confiança no Espírito, viu a prova da provisão constante de Deus.

Nunca precisamos viver dentro dos limites impostos pela mente mortal, carnal, inclusive os limites financeiros. A mente mortal só conhece limites. Nós não precisamos acreditar neles! Quando lançamos a rede ao largo, nas águas profundas, e reivindicamos a Mente infinita como nossa Mente, porque somos o próprio reflexo de Deus, percebemos que toda a abundância de que precisamos é nossa para sempre.

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