Como é tranquilizador saber que não temos de compreender tudo de uma só vez a respeito de Deus, o Espírito, e Sua criação. Nosso progresso na compreensão espiritual se dá no ritmo que nos é adequado, porque é assim que a lei divina do progresso atua. Uma coisa importante que impulsiona o crescimento espiritual é o desejo de compreender melhor a Deus e Sua criação — um desejo abençoado por Deus.
Temos o exemplo de Cristo Jesus para nos ajudar em nosso progresso e nos elevar na caminhada espiritual. Jesus deu provas da verdade a respeito da natureza de Deus, e da nossa própria, na maneira como viveu e naquilo que ensinou a seus seguidores. Nós também temos o Confortador prometido, o Espírito Santo ou Ciência Divina, que suavemente nos guia passo a passo para uma melhor compreensão da verdade que Jesus praticava.
O Salvador veio para mostrar que não estamos trabalhando para sair de uma condição material imperfeita, esforçando-nos para alcançar a perfeição e a natureza semelhante a Deus. Em vez disso, à semelhança de Deus, nós já somos perfeitos e espirituais, um status que Jesus descreveu como o reino de Deus dentro de cada um de nós (ver Lucas 17:21). Contudo, estamos trabalhando para emergir da crença errônea de que somos materiais, doentes, pecadores e mortais, para a compreensão e demonstração de nossa salvação.
A Ciência Cristã define salvação como “A compreensão e demonstração de que a Vida, a Verdade e o Amor são supremos sobre todas as coisas; a destruição do pecado, da doença e da morte” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 593). As palavras com iniciais maiúsculas Vida, Verdade e Amor referem-se a Deus. Nosso trabalho, portanto, é emergir de maneira suave e gradual para uma melhor compreensão de Deus e demonstrar essa compreensão na prática, dando testemunho de como o Cristo — a manifestação divina, a verdadeira ideia de Deus, destrói os males da carne.
Lemos que até mesmo Jesus, nosso exemplo, embora estivesse dotado, sem medida, do Cristo (ver João 3:34), teve de compreender ainda mais a respeito de sua real natureza como sendo o Cristo, antes de iniciar o ministério de cura. A Bíblia diz que, à medida que crescia em estatura, da infância até a idade adulta, ele “se fortalecia” em espiritualidade, sabedoria e graça (ver Lucas 2:40). Nós também somos dotados da natureza do Cristo, como Jesus, porque “…a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo” (Efésios 4:7).
Ao desejarmos, dia após dia, compreender melhor a Deus, quer as coisas estejam indo bem quer não, estamos priorizando nossos esforços para dar provas do reino dos céus, o qual já está dentro de nós — para comprovar e expressar nossa perfeita natureza espiritual. E o Cristo, sempre presente na consciência humana, nos capacita a progredir suavemente, porém de maneira firme e inexorável, à medida que gradualmente emergimos na demonstração de nossa inerente perfeição. Por isso, embora não nos seja exigido que façamos mais do que podemos, a Ciência Cristã ensina que somos todos capazes de fazer mais do que fazemos.
A Sra. Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, que é a lei da Verdade de Deus que Jesus ensinou e praticou, também emergiu suavemente para a compreensão mais plena de sua descoberta. Ela escreve: “A revelação da Verdade me veio à compreensão aos poucos, e evidentemente pelo poder divino” (Ciência e Saúde, p. 109), e posteriormente acrescentou: “À medida que as antigas crenças eram gradualmente eliminadas do seu pensamento, o ensino se tornava mais claro, até que por fim a sombra de velhos erros deixou de obscurecer a Ciência divina” (p. 460).
A compreensão da verdade do existir — a inseparável união de Deus com Sua ideia espiritual, o homem — é algo que todos nós podemos provar, e devemos estar dispostos a começar a dar provas e a progredir, seja de maneira rápida ou lenta. Deus está atuando em nós e podemos ter a certeza de que todos chegaremos “à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13).
Quando vamos dormir à noite, não duvidamos de que um novo dia virá. Este vem sem o menor esforço. Não ouvimos nenhum rangido, não sentimos nenhum perfume anunciando sua chegada, mas o amanhecer sempre chega, suave, gradual e invariavelmente, até vermos o dia em seu pleno fulgor. Por isso, também nós emergimos suavemente em nossa compreensão da infinitude do perfeito Espírito e, consequentemente, vemos e provamos, com transformadores resultados de cura, o nada da matéria — a irrealidade de qualquer suposto contrário do Espírito.
Podemos ser gratos por saber que nós também emergiremos suavemente da crença de que a vida seja material ou uma combinação de matéria e Espírito. Na proporção em que desejamos compreender a verdade do existir, obtemos de maneira constante e segura a vitória sobre o erro, seja qual for seu nome ou natureza, e vencemos por meio da graça do Cristo. Referindo-se a isso, em sua Mensagem À Igreja Mãe para 1901, a Sra. Eddy diz: “É isso o que significa trabalhar pela nossa própria salvação, pois Deus opera conosco, até que não haja mais nada para perecer ou ser punido, e nós emergimos suavemente para a Vida eterna” (p.
Membro da Diretoria da Ciência Cristã