Nos últimos anos, a época do Natal, na qual se comemora o advento de Cristo Jesus, tornou-se um período bem movimentado. Nesse período nos reunimos com amigos, compramos presentes, participamos de confraternizações no local de trabalho, cozinhamos e organizamos reuniões. No entanto, às vezes, em meio a tantas atividades, as pessoas acabam se perguntando por que não conseguem sentir o espírito do Cristo, que traz satisfação e pelo qual tanto anseiam.
A mensagem contida na história do Natal vai muito além das festividades e da alegria. A concepção virginal de Jesus em Maria o capacitou a demonstrar sua verdadeira identidade espiritual como o Cristo, o Filho de Deus. Ele ensinou e deu provas do que significa ser o filho de Deus: estar livre do pecado, da doença… e até mesmo da morte. Jesus vivia em constante comunhão com seu Pai divino. Ele amava a Deus e toda a humanidade, expressou esse amor por meio de ações concretas e curou inúmeras pessoas.
Jesus demonstrou que todos nós somos filhos de Deus, e que, como explica o primeiro capítulo do Gênesis, somos criados à imagem de Deus, o Espírito, e somos totalmente bons, inocentes e espirituais. A vida de Jesus demonstrou esse modelo divino do homem.
Embora Jesus não esteja hoje fisicamente conosco, aprendemos na Ciência Cristã que o Cristo é “…a verdadeira ideia de Deus” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 316), ela é eterna e está sempre conosco. Ao ponderar a respeito de como honramos o Cristo, lembrei-me dos três magos, que fizeram uma longa viagem para ver e presentear o Messias prometido. A respeito deles, Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, diz o seguinte: “À medida que os Magos cresceram em sua compreensão do Cristo — a ideia espiritual — esta cresceu em favor aos olhos deles. E assim continuará crescendo, na medida em que for compreendida, até que se constate que o homem é a verdadeira semelhança de seu Criador. O conceito humano mais elevado que os Magos tinham a respeito do homem Jesus, conceito esse que retratava Jesus como o Filho único de Deus, o unigênito do Pai, cheio da graça e da Verdade, será tão engrandecido para o senso humano, mediante a lente da Ciência, a ponto de revelar que o homem é, coletiva e individualmente, o filho de Deus” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 164).
Expressar a natureza do Cristo, que nos é dada por Deus, constitui, verdadeiramente, o espírito do Natal — o espírito do Cristo que todos podemos sentir em nosso coração! Hoje, a Ciência divina nos revela a perspectiva espiritual da vida: a Vida que é Deus, o Espírito. Vivemos com gratidão pela percepção espiritual que Jesus estava revelando.
Ao desejar sentir mais profundamente o espírito do Cristo, podemos considerar quais presentes valiosos damos ao mundo. Os magos deram ao Salvador ouro, incenso e mirra — três coisas de grande valor naquela época. Atualmente, deveríamos pensar profundamente em como honramos o Cristo em nossa experiência de vida — perguntando-nos o que estamos dispostos a ofertar diariamente. Expressar as qualidades do Cristo nos ajuda a colocar de lado as distrações materialistas, a apatia, a escuridão mental, e a manifestar a luz do Cristo, a iluminada perspectiva espiritual da Vida. Esse pode ser nosso presente ao mundo. E, nos dias de hoje, por meio da cura, podemos provar o poder do advento do Cristo.
Há alguns anos, comecei a sentir dor nos joelhos. Eles estalavam quando me sentava ou me levantava, e eu tinha a sensação de atrito e de desconforto. Nesses momentos, sentia medo sempre que precisava me movimentar.
Voltei-me para Deus em oração consagrada, ansiando por me sentir bem, amada e protegida. Reconheci que eu sou a criação de Deus e que, por ser filha de Deus, sou a imagem e semelhança do Espírito, a Vida divina, o Amor invariável. Também reconheci que reflito a substância divina. Por estar sempre completa e intacta, e ser livre e flexível, eu tenho plena liberdade de movimentos. Por isso, não existia, de fato, nenhuma possibilidade de haver atrito, sofrimento, perda de substância ou deterioração.
Também orei para compreender que reflito o amor de Deus e não posso ter nenhum atrito nem estar em conflito com ninguém. Eu me senti em paz, mas os sintomas continuavam. A oração persistente trouxe a expectativa do bem, e senti a influência do Cristo com uma mensagem pura que me tranquilizou: “…[Tu] derramas sobre mim o óleo fresco”. Reconheci que esse conceito vinha de um versículo bíblico (ver Salmos 92:10). Há também aqui uma relação com os magos, pois um deles deu a Jesus mirra que, segundo se acredita, era usada no óleo sagrado da unção. No meu caso, senti ao redor a presença de Deus, a doçura e o calor do Amor divino. O problema nos joelhos desapareceu completamente.
A definição de óleo no Glossário de Ciência e Saúde é a seguinte: “Consagração; caridade; benignidade; oração; inspiração celestial” (p. 592). As qualidades que o óleo representa são vitais. Eu tinha sentido a convicção espiritual de que a capacidade de me movimentar não dependia do estado dos ossos, nem das articulações nem dos músculos. Eu havia reconhecido que meus movimentos se originavam em Deus, a Mente divina, e que a substância das qualidades espirituais do óleo com que sou ungida nunca se desgasta nem diminui.
A influência e o poder do Cristo é uma lei divina que anula todas as teorias materialistas que tentam nos limitar. Governados por essa lei, vivemos com saúde, liberdade e amor fraternal. A cada dia podemos abandonar a concepção materialista de vida e honrar o Cristo de todo o coração, com uma vida plena de curas.
Viver de acordo com a natureza do Cristo, que é nossa verdadeira natureza, tem um efeito positivo na qualidade de nossa vida, nossa saúde, nossos relacionamentos e nossa comunidade. Seremos cada vez mais capazes de nos regozijarmos com gratidão por sermos, em certo grau, testemunhas do cumprimento da promessa: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14).
